domingo, 25 de outubro de 2009

APOSENTADOS GRAÇAS A DEUS...

E ao nosso trabalho.

Está é uma das frases que muita gente fala e ouve pela cidade. Vivemos em “uma cidade de aposentados” tanto no bom como no mau sentido.
O paraíso é o ideal que muitos aposentados inspiravam quando ainda labutavam em seus postos. Mas tem muita gente, principalmente nós “capelistas” que continua acreditando que aqui seja a melhor cidade do mundo para se viver. Mas não é bem assim.

Eu particularmente sempre achei que poderia contribuir – com minha experiência e natureza – para melhorar a cidade. E sempre tentei de alguma maneira deixar um pouco das minhas idéias e ações. Em 2005, fui convidado a fazer parte da nova equipe de governo que tinha um compromisso em mudar os rumos da cidade. Mudei de ares, topei o desafio e antecipei minha aposentadoria. Vou confessar que a motivação pela mudança e por ter um espaço na política, me custou à perda de alguns R$, pro resto da minha vida. Mas topei. Entre poucas virtudes que tenho, uma é que não me arrependo das coisas que faço, pois sempre levo tudo muito a sério – até demais – nem que na metade do caminho tropece.

Iguais a mim existem centenas de pessoas que poderiam contribuir muito com a cidade, e que também estão aqui por simples opção de vida, sem nenhuma preocupação de ordem financeira, e com um desejo comum em viver bem e ver seus filhos e netos com expectativas de crescimento e qualidade de vida.
Mas ai é que mora o problema. Vivemos em uma cidade que passa por um longo período de estagnação social e econômica e ainda não achou sua nova vocação. Nossos mandatários mudam de quatro em quatro anos – alguns conseguem enganar duas vezes – e não conseguimos juntos dar um novo alento as nossas angústias do dia a dia. Ainda continuamos “a ver navios”. Com serviços públicos sem nenhuma responsabilidade e qualidade e governos sem a mínima participação popular. Claro...O “povo” não reclama, pois entende muito pouco ou quase nada do universo da política e dos políticos. Quem consegue dar seu berro solitário, quase sempre é alijado do processo: “fala demais”.

Pela pequenez do nosso convívio era realmente para vivermos num paraíso. Mas é difícil, muito difícil, querer mudar um determinado padrão cultural enraizado, paternalista e com imensa dependência de submissão religiosa. As nossas autoridades políticas usam e abusam destes ingredientes e sem contestação, vão dando prosseguimento ao estágio de letargia. Sequer conseguem montar um serviço competente de limpeza da cidade...Imagine pensar em um projeto de desenvolvimento sustentável a curto e médio prazo? Loucura.
Assim, nós “cidadãos aposentados... Graças a deus e ao...”, vamos lentamente também incorporando o espírito derrotista que paira em todos os cantos e esquinas do nosso velho rincão guarapirocabano. Mas, eu em particular, continuo tentando colaborar com a “minha vila” global. No mínimo exijo viver em uma ambiente limpo e arejado. Porque quando começar a me satisfazer com menos que isso, já chegou a hora de mudar de universo. Aí realmente estarei me aposentando da vida. Tenho dito.

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