segunda-feira, 5 de julho de 2010

Uma simples poda.

Hoje resolvi dar um tratamento e uma poda na pequena e única árvore existente em minha rua, por mim plantada bem enfrente de casa. Preparei o ânimo, mudei de indumentaria, passei a mão em uma escada e ferramentas apropriadas para fazer o mínimo esforço.
Podar uma árvore da rua em uma pequena cidade vira quase sempre um evento, algo meio fora do comum, despertando a curiosidade dos transeuntes.
A cada momento tinha que responder as indagações das pessoas que por ali passavam. Uns atenciosos e pronunciantes outros calados mais abarcados.
No primeiro momento cortei todos os galhos maiores e os deixei cair em pleno calçamento.
“Olá cara... Por acaso você pediu autorização para cortar a árvore?” Foi a primeira manifestação a me interrogar. – “Somente estou podando para deixá-la mais bonita quando a primavera chegar”, respondi.
Depois dos galhos maiores podados, sentei em um banquinho e fui lentamente transformando-os em cavacos, que poderão ser utilizados na minha lareira da sala, quando o inverno se tornar mais rigoroso.

Também passou o secretário: “E daí Eduardinho?” Depois o carroceiro: “Quer fazer um frete e limpar a frente?” Até a “invejosa” passou ali, fingiu que nada estava acontecendo. Mas que ela pensou um monte de merda...Pensou.
Um outro cidadão não identificado, também não deixou por menos: “Muito bem!” Chegou à vez do vendedor de picolé não ficar indiferente: “Picolé da Dona Lucy!” E o professor fazendo sua caminhada matinal: “Legal é bom fazer uma atividade. Bom para o corpo e para a mente”. Minha mãe veio trazer remédio para o cachorro e não deixou por menos: “corte também aqueles limos que deixam a planta doente”.

Cavacos separados chegou a hora de ensacar os resíduos e deixar na frente de casa, na esperança de serem recolhidos pelo pessoal da limpeza pública.
A vizinha também notou a relação que um simples podar de árvore causou na rua, chegando até a sugerir que se fizesse uma foto, para registrar o momento. Eu disse que o momento da foto não era o meu e que ela poderia fazer. O meu momento era estar vivenciando aquele simples corte da árvore. Esperei que ela fosse em sua casa para pegar sua máquina fotográfica. Mas não voltou.
Varri a calçada toda e deixei os sacos prontos para serem recolhidos.
Como foi bom podar a minha pequena e atraente árvore.
Olha...Que deu o que falar.

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