sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

FALTAM PROJETOS E VONTADE I


Tenho acompanhado os desígnios da nossa cidade nos últimos trinta anos. A maior parte do tempo com um olhar distante por conta da necessidade profissional exercida em outras localidades. Nos últimos cinco anos optei em voltar a residir aqui e hoje convivo de perto com seus bons e maus fluídos.
O que mais sinto é a falta de um plano de desenvolvimento sócio-cultural e econômico para o município apresentado pelos gestores, quer municipal como estadual.
Temos um Plano Diretor aprovado em 2008, que muito bem baliza as diretrizes dos programas, projetos e ações que deveriam ser tomadas por nossos administradores públicos, mas infelizmente – conjuntamente com o nosso legislativo - fingem desconhecer tais diretrizes e dá prosseguimento a política do descaso e da falta de perspectiva para a comunidade. Ou seja, faltam políticas públicas.
Por pura ironia do destino e necessidade logística de mercado, de década em década surge uma possibilidade em se instalar na cidade alguma empresa, que promete gerar emprego na já provada e desgastada área portuária.
Aconteceu com a estatização dos terminais portuários na década de 70; na instalação do Terminal Energético de Carvão e na Fábrica de Casas Pré-Fabricadas para exportação em 80; nos Terminais Pesqueiros e no Estaleiro Reunidas na década de 90, quando realmente começamos a sentir na carne o total desmanche do Porto Oficial Barão de Teffé. Foi também em noventa que surgiu o terminal concessionado da Ponta do Félix, emergindo mais uma vez nossa tendência portuária. Que nos últimos anos também passou por difíceis momentos, tendo revisado suas funções, mas ainda é o que realmente sobrou, daquilo tudo o que nos foi apresentado e prometido.
Hoje convivemos com mais uma expectativa na ocupação do imóvel do Porto Oficial Barão de Teffé, para um “canteiro de obras” por empresa ligada ao projeto do Pré-Sal. Realmente precisamos gerar emprego e renda para o município e “qualquer” atividade será bem vinda. Nossa necessidade deverá também gerar possibilidades de continuidade para que possamos investir em infraestrutura e capacitação aos nossos jovens, mas que no mínimo sinalize com um desenvolvimento sustentável e longínquo. Caso contrário, retornaremos ao nosso mesmo estágio de letargia e decadência.
Peço desculpas por não entender profundamente este tipo de negócio, mas são movimentações que me inquietam e me faz pensar ao tentar visualizar o lago um pouquinho abaixo de sua superfície, tarefa árdua e muitas vezes imprecisa.
Amanhã vou tentar falar de coisas mais próximas: planejamento urbano.



Um comentário:

  1. Eduardo lembro que com 10 anos de idade meus Pais e Tios diziam que Antonina agora vai mudar, vai acontecer isso mais aquilo, Pai e Tios morreram, tenho 44 e ainda escuto as mesmas coisas e acredite se quiser ainda acredito que coisas boas podem acontecer de preferencia em breve.
    faltam 11 meses para o final de mais uma gestao e nada aconteceu. Poor Antonina!

    ResponderExcluir

Comente com responsabilidade e se identifique.