quarta-feira, 7 de março de 2012

NA CONTRAMÃO


No golpe militar de 64 nossos terminais portuários privados foram estatizados e os poucos que restaram foram engolidos pelos golpistas.
Na década de 70, nosso porto estatal movimentava o mínimo possível de cargas e houve o fechamento das Indústrias Matarazzo. Começávamos a nos dar conta que poderíamos encontrar novos caminhos para o desenvolvimento através do turismo gastronômico e com meia dúzia de restaurantes, demos início à comercialização do Barreado e nos afirmamos como o centro da gastronomia do litoral paranaense.
Na década perdida de 80, o porto foi cada vez mais sendo sucateado e não investimos em nosso turismo gastronômico sendo lentamente engolidos pelos vizinhos morreteanos.
Em 90, renasce o tão já enterrado sonho de cidade portuária, com a instalação dos Terminais Portuários da Ponta do Félix. O porto oficial Barão de Teffé vira um grande cabide de emprego e é totalmente desmontado pelo Governo do Estado.
Nos primeiros anos da primeira década do novo milênio, onde o turismo deveria ser encarado como prioridade de todas as administrações, o descaso e a incompetência tomaram conta dos gabinetes. Ficamos sem nenhuma ação efetiva para a área e o porto privado sofre seu último golpe de misericórdia quando vê cassada sua licença para movimentação de cargas gerais.
A partir de 2010, o que nos restou foi o porto privado da Ponta do Félix, que com o novo sócio acionista majoritário muda seu perfil de cargas frigorificadas para cargas gerais, priorizando fertilizantes.
Hoje, quanto a cidade é reconhecida e tombada pelo Iphan- Instituto Histórico e Artístico Nacional, como Patrimônio Nacional, na contramão nosso mandatário de plantão faz vistas grossas na construção de armazéns em áreas protegidas pelo Plano Diretor. E resolve mudar o artigo que delimita a Área de Ocupação do Solo, na tentativa de legalizar o seu ato de improbidade administrativa, enviando para a Câmara Municipal tal proposta incabível. Sendo aprovada em primeira votação por unanimidade, pelos vereadores de plantão.
O Tombamento da cidade muda seu perfil e enquanto nossos administradores e legisladores procuram alterar leis, para resolver os transtornos criados por eles mesmos. Deveriam é estar discutindo e planejando a nova cidade que queremos – agora protegida – mas com leis que garantam a permanência da nossa história e do nosso cidadão com emprego e geração de renda. Nova fonte de economia para a nossa tão desgastada e esquecida cidade.
O porto que continue e cresça sem prejudicar o nosso entorno. Mas que seja criada outra fonte de geração de renda. E agora é a vez do turismo. Ou vamos continuar na contramão do tempo. De novo? Tenho dito.

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