sábado, 28 de abril de 2012

Legado.


Como cidadão e curioso pela história da cidade, venho acompanhando há tempo conflitos entre o espólio Matarazzo a comunidade e as administrações municipais.
As Indústrias Matarazzo deixaram de funcionar na cidade no ano de 1975. Dela pra cá o que mais se vê é o abandono total de suas “ricas” instalações. Casas foram demolidas, descaracterizadas, sucumbidas e tudo de pior aconteceu, sem nenhuma expectativa funcional para gerar renda e emprego na cidade. São mais de trinta anos de abandono.
Mas não é somente a instalação industrial que consiste o patrimônio da família. Vários terrenos, onde se encontravam as instalações do antigo Estádio Ermelino Matarazzo, o Bairro do Ceará – vila dos operários, a antiga Sede Social, a Casa da Gerência, o Posto de Puericultura e a Escola Ermelino Matarazzo, fazem parte desta riqueza. Sem contar ainda com o polêmico Ramal Ferroviário.
Pela pouca informação que tenho, me consta que o referido ramal foi uma concessão do município no ano de 1917 por uma Lei Municipal, e me parece que existia um prazo de vigência de sessenta anos – como toda a concessão - e não foi para os Matarazzo.  Mas dez anos depois, foi editada uma nova Lei, então permitindo a concessionária se associar com outros interessados, e é aí que entra os Matarazzo. Caso seja verídico o que estou levantando, além do prazo da concessão ter vencido, era necessária por parte do poder público, a revogação da referida lei, pois me parece que sua vigência ultrapassou o que foi estabelecido.
Hoje o ramal encontra-se desativado e não cabe a concessionária ALL sua recuperação, pois “continua” sendo defendido pelo espólio como de sua propriedade.
Qualquer tipo de interferência que a comunidade deseja fazer em terreno defendido pelo espólio tem ultimamente causado incidentes, e virando até caso de polícia.
Na administração anterior, o prefeito mandou construir uma calçada tangenciando a linha férrea – desativada - para auxiliar principalmente a segurança dos transeuntes e alunos que por ali passam e foi imediatamente interceptado. Recentemente, na retomada das obras do anel rodoviário entre as avenidas Thiago Peixoto e Matarazzo, também houve incidentes.
Para resolver de uma vez por toda esse tipo de conflito, se faz necessário que nossos legisladores revejam a tal Lei da Concessão de 1917... e a revoguem.
Somente assim a referida área voltara a pertencer ao município e poderá até refazer um novo contrato, pois como tudo indica, os Terminais Portuários da Ponta do Félix tem intenção de levar o ramal ferroviário até suas instalações.
Não sou jornalista, muito menos trabalho com matéria investigativa, mas determinadas situações perturbam a sociedade como um todo, e apenas uso o espaço para expressar minhas angustias provocada pela ausência de políticos e políticas comprometidas com a comunidade. Tenho dito.


2 comentários:

  1. Boa matéria Bó!!! Ela resgata a história,nos trás para o presente e nos mostra o futuro... que nossos legisladores fomentados por essa GRANDE idéia possam "colocar o trem na linha" e presentear a cidade com o regate da concessão...

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  2. Boa idéia, Eduardo! O descaso para com nosso Patrimonio Historico e Industrial, como é o caso das IRFM é revoltante; Algo tem que ser feito antes que seja só objeto de estudo pra arqueólogo, que nem os sambaquis...abraços

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