quinta-feira, 21 de junho de 2012

Eu já fui candidato.


Entre o desejo de sair candidato a eleição a prefeito da sua cidade e ser o escolhido do seu partido, existe uma distância imensa, principalmente quando o grupo considerado majoritário faz do pragmatismo eleitoral sua bandeira.
Claro que a disputa interna em um partido político que deseja chegar ao poder faz bem as mentes pensantes e a democracia interna, mas as manobras do baixo-clero e hoje até do alto-clero, estimulam a prática da sacanagem e o desrespeito pelas pessoas, idéias e intenções.
Em 1996, em minha plenitude profissional, resolvi experimentar o ingrediente da disputa interna em prol de uma candidatura. Depois de muitas noites em claro, de idas, vindas e conversas com companheiros e mandatários hierárquicos, consegui bravamente ser escolhido pelo Partido dos Trabalhadores como seu candidato a prefeito da minha cidade.
O caminho entre o desejo e a realização confesso que foi árduo. E tudo foi no tempo em que o Partido dos Trabalhadores estava em processo de crescimento e sequer tinha um postulante para tal cargo na cidade.
Assim mesmo, o grupo que detinha a sigla queria a todo custo se coligar com uma outra candidatura. Não que acreditasse nas possibilidades de um espaço para que pudesse desenvolver políticas públicas voltadas para a comunidade, mas simplesmente para fazer parte do poder.
Nosso pequeno grupo resistiu e saiu com candidatura própria e chapa completa de majoritário e proporcional, sozinho sem nenhuma coligação, devido à natureza da proposta e a conduta do partido.
Hoje, após dezesseis anos daquela experiência e afastado do processo devido às decepções com a política e com os políticos. Percebo que as práticas partidárias na cidade, se tornaram ainda mais autofágicas, desonestas e nojentas. Somos tratados como mercadoria desqualificada, negociada com um simples ninguém, em troca de uma provável retribuição.
No atual cenário dá também para perceber a existência de pessoas bem intencionadas, sonhadoras e iniciantes, que degustam o sabor amargo do momento e que dificilmente farão parte dos selecionados até 30 de junho. Prazo final para as convenções partidárias.
Esse somente é um prelúdio porque a guerra real ainda vai começar.
Tenho dito.

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