Os anos eram de 1955, e o período pré-eleitoral. Os partidos
políticos estavam em busca de eleitores para preenchimento das vagas a
candidatos à vereança.
No pátio portuário – hoje Pç. da Feira Mar – dezenas de
grandes manilhas enviadas pelo extinto DNOS – Departamento Nacional de Obras e
Saneamento, se enfileiravam a espera de serem utilizadas pela prefeitura. Mas,
como tudo por aqui demora muito, uma das manilhas foi ocupada por um dos nossos
desfavorecidos. Que a transformou em seu domicílio.
João da Manilha, como ficou conhecido, foi convidado pelos
articuladores políticos a fazer parte da lista dos candidatos, com o argumento
que seria somente para preencher o número necessário exigido por lei, para que
o partido pudesse participar das eleições. Convencido aceitou o convite.
Meses depois, já com a campanha na rua, João também recebeu
suas cédulas – material impresso distribuído pelos partidos, e assim teve seu
nome divulgado entre a comunidade.
Campanha na rua, assédios de ambas as partes e João da
Manilha - então candidato começou a sentir um certo estranhamente com aquele
tipo de comportamento. Sai a procura do amigo dirigente do partido para
solicitar a retirada do seu nome da tal lista de candidatos.
Surpreendido com tal posição, o então amigo-presidente lhe
pergunta o que causou tão radical posição, em desistir na última hora de sua
candidatura.
E João lhe responde: “Não aguento mais a pedirranha na porta
da minha manilha”.
* O
causo me foi narrado pelo amigo e compositor Relen Salun Berg (in memoriam). A
data é fictícia.
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