sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

E o carnaval? Vale a pena ler de novo


Publicado em 19 de fevereiro 2002 e no livro "Crônicas da Capela" 2006.
E O CARNAVAL?

Bloco do Pinico 1978
Por mais que a atual administração municipal, por total incompetência e falta de bom senso, queira acabar com o nosso carnaval, o povo saiu à rua na tradicional segunda-feira gorda e brincou com toda a alegria das escandalosas e dos blocos de rua. Sem dúvida alguma, o carnaval espontâneo sempre foi e será o que temos de melhor para esta tão importante festa do nosso calendário turístico e cultural.
As outras manifestações, Escolas de Samba e Baile Público, há muito tempo não apresentam as mínimas condições de qualidade. Os trios elétricos que apareceram por aqui no final dos anos 80, com o advento da axé-music, chegaram com toda força, violentando as mais tradicionais manifestações do nosso carnaval: os Blocos de Rua. Hoje a prefeitura contrata um Trio e uma banda - sabem lá de onde - que tocam um monte de lixo musical e acha que está fazendo a sua parte. Aliás, Antonina tem o único Trio-Elétrico Paraplégico do Brasil, é contratado para ficar parado. Desperdício do dinheiro público e desrespeito ao bom senso.
As Escolas de Samba que durante 20 anos abrilhantaram a festa, hoje ficaram na saudade e apenas duas briosas se manifestaram: Leões de Ouro e Batuqueiros, que com enormes dificuldades e “empobrecidas” conseguiram desfilar no domingo. Na terça até dá pra falar que elas sumiram, e foi uma tristeza ver ao ponto em que chegou o já considerado melhor carnaval do Paraná.
Em uma cidade que sempre fez de suas festas uma das suas identidades e as transformou em objeto de turismo, fonte de renda e riqueza, hoje se vê abandonada, em total decadência, principalmente quando para a sua realização depende da atual administração. Todos os bons jornais da capital se referiram à decadência do nosso carnaval, e não dá para aceitar desculpas esfarrapadas “tenho outras prioridades...” enquanto nossos vizinhos litorâneos investem inteligentemente no carnaval, como fonte de turismo.
Não é possível conviver ignorando as nossas coisas, a nossa cultura. O que será que a turma palaciana pensa... Se é que pensa. É muito triste conviver com esta realidade e somente ter na história as boas referências.
Sim. O carnaval também é prioridade. Só que depende de um bom planejamento, equipe experiente e competente, seriedade e envolvimento com a comunidade.  Só assim poderemos traçar um novo paradigma para a nossa mais importante manifestação popular. Desculpa de festa profana é ignorar a nossa inteligência. Profano é o comportamento de certas pessoas em seu dia a dia, o desrespeito ao seu próximo e o total desamor por nossa cidade.
É preciso reencontrar a diferença do nosso carnaval. Do carnaval produzido em Antonina. Das marchas do Porvinha e do Pita, dos sambas do Relem, do Baron, do Pardal e tantos outros. Dos Blocos de Rua, do Corso. É preciso rediscutir as nossas festas com as pessoas que as fazem e gostam.
O poder oficial quando não entende de nada, só atrapalha.
Queremos rever o nosso carnaval, o carnaval da alegria, o carnaval da família, o carnaval da qualidade e do bom gosto, o carnaval cultura, o verdadeiro Carnaval da Paz.

Um comentário:

  1. Antigamente, o carro de som, comandado sempre pelo Sabico, passava a noite na avenida e ao amanhecer ia para a Ponta da Pita, não é?

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