sábado, 12 de janeiro de 2013

Servidor ou Senhor...Vale a pena ler de novo!


Publicado em 18/06/2006 e no livro "Tenho dito" 2012.
SERVIDOR OU SENHOR?

Para quem viveu mais de vinte anos sob um regime autoritário, nos parece que apenas vinte dos nossos últimos anos de plena democracia ainda não serviram para educar a nossa sociedade, e principalmente os nossos políticos, sobre os papéis que devemos assumir como protagonistas deste sistema.
Quando elegemos alguém para administrar os nossos espaços, sejam eles desde a pequena célula municipal até a nossa grande nação brasileira, esperamos que os eleitos saibam o papel que lhes cabe. Creio que uma grande parcela da população pensante não escolheria alguém para ser o seu “senhor”, o seu dono. Espera, como princípio do próprio regime democrático, que os nossos administradores possam ocupar seus cargos como pessoas comprometidas com as suas cidades, seu estado ou nação. Ou seja, comprometidas com as pessoas. Pessoas que pensam e agem, de diferentes de crenças e costumes.
O regime nos dá a oportunidade de escolher, por um determinado tempo, alguém em quem se possa confiar para gerenciar as nossas necessidades públicas, como saúde, educação, transporte, segurança, trabalho, ou seja, o bem-estar de todos.
O governante eleito deveria se orgulhar de ter sido escolhido “o servidor público número um” de sua comunidade. Ser nada mais do que o nosso amigo e benfeitor. Mas não é o que acontece.
Quase sempre nos deparamos com um transformismo monstruoso. Viram, no mínimo, autoritários, prepotentes, déspotas. Começam a acreditar (e acham verdade) que estão no poder para fazer dele o que bem entender. Esquecem os compromissos – quando os têm – assumidos com seus correligionários, ou seja, com o povo. Muitos montam verdadeiras quadrilhas para saquear os nossos míseros recursos e jamais lembram que somos nós, os cidadãos eleitores ou não, que pagamos o seu salário e na maioria das vezes de boa parte de sua família.
Na prática, infelizmente, há uma inversão de valores. De “senhores” que somos, por pura covardia e omissão viramos servis, quando não subservientes. Parte do eleitorado, os coitados e incompetentes, que vivem sempre ajoelhados, se tornam bajuladores e ajudam a alimentar o grau de prepotência do bajulado. A cegueira é total e por um bom tempo o governante esquece o seu estado primário de graça, de ser servidor. Insiste em continuar “senhor” até se dar conta de que o tempo vai passando e seu “reinado” acabou.
E é somente perto das eleições que eles voltam a se vestir de servientes. E começa tudo de novo: “blá@43%66#3blá@$3$408LKKhj@kjklDe@3556^ 5”.


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