quarta-feira, 27 de março de 2013

Marcada pela história

Vivemos em uma cidade marcada por sua história, que ainda pode - e com orgulho – compartilhar com a própria comunidade e seus visitantes boa parte daquilo que a fez importante.
Marcas poderão ser facilmente notadas, através de suas ruas estreitas com calçamento de pedra, seu casario colonial português restaurado, suas festas tradicionais religiosas ou pagãs e em sua tradicional gastronomia.
Apesar deste cheiro de história, muito ainda é preciso se resgatar, como a sua própria memória e identidade.
Seus últimos cinquenta anos foram marcados pelo descaso dos governantes em todas as instâncias. Boa parte de seus habitantes teve que procurar novos caminhos para encontrar seu sustento e desenvolvimento.
Antonina ficou as mínguas. Assistiu calada o fechamento do seu pequeno parque industrial, e mais de uma dezena de atracadouros foi lentamente desaparecendo, por conta de um governo golpista. “Em trinta anos tudo acabou”.
De lá pra cá tudo ficou muito mais difícil, sem produção e geração de renda, sem trabalho para seus moradores a cidade virou quase um dormitório e paraíso dos aposentados, a espera dos filhos visitantes de finais de semana.
Nossos governantes municipais, também foram contagiados com o ar de desânimo e abandono. Não souberam sequer traçar diretrizes desenvolvimentistas para seus governos. Tudo ficou na mesquinhez do não faço porque não vai da certo.
Hoje, a comunidade continua pagando um preço alto, pois ainda não dispõe sequer de bons serviços essenciais de educação e saúde e nenhuma expectativa confiável de geração de renda e emprego.
É difícil, mas dá até para afirmar, que por aqui nada funciona 100%, principalmente quando os serviços são públicos.
Mas o inadmissível mesmo é a falta de informação da nossa própria história. Se você perguntar a data da fundação da cidade, ou nosso hino oficial, muitos irão balbuciar e dificilmente irão responder com precisão.
Certos marcos históricos da cidade, por pura desinformação passam despercebidos não somente pela população, como também por pessoas que deveriam zelar, recuperar e divulgar tal importância. As tais “autoridades constituídas”. Que em sua maioria nem sabe o que e como fazer.
Ser produto deste núcleo de desinformação e descaso é quase que viver no limbo e achar que está no paraíso. Pura ilusão.
Mas o que fazer se tudo tende a prosseguir? Indagam alguns conscientes esperançosos.

Novos protagonistas e os mesmos coadjuvantes procuram dar um novo ar ao velho palco, gasto pelo tempo. Rotas indumentárias e textos decorados e envelhecidos. Merda!
Que se faça, se resgate e se mude. Não mais aguentamos a fala de sempre: “não temos recursos!” Melhor seria ouvir: “não sabemos fazer!”.

Como exemplo do descaso com nossa história, mostro um conjunto de fotos referentes ao marco da construção da Estrada da Graciosa (1873). Antes tínhamos um portal, que em nome do desenvolvimento foi demolido em 1967. No mesmo local foi construído um mural contendo duas placas comemorativas. O referido mural está totalmente abandonado, poucas pessoas sabem do que se trata, nem mesmo nossos estudantes. E no final do ano passado o pessoal da prefeitura abriu uma enorme fenda, na justificativa de dar maior evasão para as águas da chuva. Esperamos que a atual administração dê o verdadeiro valor ao monumento e imediatamente o recupere.
  

Portal da Graciosa 1959
Mural da Graciosa 2010
Mural da Graciosa 27.03.2013

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