terça-feira, 12 de março de 2013

Velha Morada


Velha Morada

Uma velha e histórica residência é colocada a venda através de leilão. Vários pretendentes manifestam suas intenções em adquiri-la, pois sua maioria se diz apaixonada por ela e garante sua 
restauração caso a transação venha a ser concretizada.
A situação do referido imóvel não é dos mais animadores. Por se tratar de uma construção 
antiga irá precisar de uma reforma quase que total.
Sua fachada foi descaracterizada devido à falta de interesse de seus últimos proprietários e das intempéries. Chove muito dentro, precisando urgentemente de uma reforma na estrutura do seu telhado. A área apesar de protegida se encontra com muito lixo e o mato toma conta de tudo.
Anos atrás, devido as fortes chuvas na região aconteceram alguns alagamentos e deslizamentos de terra, afetando consideravelmente a propriedade.
Seus centenários jardins também precisam de reformas, pois seu último proprietário em um ato de pura ignorância, mandou cortar dezenas de árvores.
Apesar de antiga, há instalações elétricas e hidráulicas, mas quase sempre são interrompidas quando ameaçadas por simples manifestações da natureza. Também não está ligada a rede de tratamento de esgoto, utiliza fossas que são despejadas diretamente ao mar.

No dia do leilão, o menos pretensioso dá um lance inesperado e adquire o imóvel.
Dia seguinte ninguém acredita tal façanha, nem mesmo o pretendente comprador, que dali em diante vai ter que mostrar a seus familiares e amigos, o por que desta tão aguerrida empreitada.
Mais de sessenta dias se passaram entre o dia do leilão e a verdadeira entrega da chave da morada, devido aos procedimentos legais de transferência e registro do imóvel.
Familiares e amigos como também vizinhos do local estão esperançosos e atentos para a entrega da documentação e das chaves do referido imóvel para o novo proprietário. E acreditam que, considerando tal disposição na disputa do processo, tenha aproveitado os dias subseqüentes ao leilão, para contratar equipe competente e planejar ações prioritárias para no mínimo melhorar seu aspecto de limpeza e conservação.
No dia primeiro de janeiro lhe foi entregue as chaves da propriedade, onde junto com seus amigos e familiares puderam tomar posse do referido e histórico imóvel.
Muitos dias já se passaram e o que mais a comunidade vem notando, é um entra e sai de pessoas. Mas até o momento não deu para notar nenhuma melhora daquela velha e histórica residência.
Houve-se que o atual proprietário tem reclamado muito dos antigos empregados, que eram os responsáveis pela manutenção do imóvel. E no lugar de um bom diálogo e um convite para que eles possam participar da sua recuperação, o que se percebe é uma ação de “caça as bruxas”.
Pela importância histórica da velha morada, muitos são os interessados em deslumbrar com as ações prometidas e verdadeiras para a sua reforma. O que não dá para ouvir, são as desculpas vãs
que alegam impossibilidades das mais adversas.
Quem adquire uma velha moradia, precisa saber tudo aquilo que será necessário para recupera-la.
Ou será que o tal novo proprietário não sabia?

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