Velha Morada
Uma velha e histórica residência é colocada a venda através
de leilão. Vários pretendentes manifestam suas intenções em adquiri-la, pois sua maioria se diz apaixonada por ela e garante sua
restauração caso a
transação venha a ser concretizada.
A situação do referido imóvel não é dos mais animadores. Por
se tratar de uma construção
antiga irá precisar de uma reforma quase que total.
Sua fachada foi descaracterizada devido à falta de interesse
de seus últimos proprietários e das intempéries. Chove muito dentro, precisando
urgentemente de uma reforma na estrutura do seu telhado. A área apesar de
protegida se encontra com muito lixo e o mato toma conta de tudo.
Anos atrás, devido as fortes chuvas na região aconteceram
alguns alagamentos e deslizamentos de terra, afetando consideravelmente a
propriedade.
Seus centenários jardins também precisam de reformas, pois
seu último proprietário em um ato de pura ignorância, mandou cortar dezenas de
árvores.
Apesar de antiga, há instalações elétricas e hidráulicas,
mas quase sempre são interrompidas quando ameaçadas por simples manifestações
da natureza. Também não está ligada a rede de tratamento de esgoto, utiliza
fossas que são despejadas diretamente ao mar.
No dia do leilão, o menos pretensioso dá um lance inesperado
e adquire o imóvel.
Dia seguinte ninguém acredita tal façanha, nem mesmo o
pretendente comprador, que dali em diante vai ter que mostrar a seus familiares
e amigos, o por que desta tão aguerrida empreitada.
Mais de sessenta dias se passaram entre o dia do leilão e a
verdadeira entrega da chave da morada, devido aos procedimentos legais de
transferência e registro do imóvel.
Familiares e amigos como também vizinhos do local estão
esperançosos e atentos para a entrega da documentação e das chaves do referido
imóvel para o novo proprietário. E acreditam que, considerando tal disposição
na disputa do processo, tenha aproveitado os dias subseqüentes ao leilão, para
contratar equipe competente e planejar ações prioritárias para no mínimo melhorar
seu aspecto de limpeza e conservação.
No dia primeiro de janeiro lhe foi entregue as chaves da
propriedade, onde junto com seus amigos e familiares puderam tomar posse do
referido e histórico imóvel.
Muitos dias já se passaram e o que mais a comunidade vem
notando, é um entra e sai de pessoas. Mas até o momento não deu para notar
nenhuma melhora daquela velha e histórica residência.
Houve-se que o atual proprietário tem reclamado muito dos
antigos empregados, que eram os responsáveis pela manutenção do imóvel. E no
lugar de um bom diálogo e um convite para que eles possam participar da sua
recuperação, o que se percebe é uma ação de “caça as bruxas”.
Pela importância histórica da velha morada, muitos são os
interessados em deslumbrar com as ações prometidas e verdadeiras para a sua
reforma. O que não dá para ouvir, são as desculpas vãs
que alegam impossibilidades das mais adversas.
que alegam impossibilidades das mais adversas.
Quem adquire uma velha moradia, precisa saber tudo aquilo que será necessário para recupera-la.
Ou será que o tal novo proprietário não sabia?
Ou será que o tal novo proprietário não sabia?
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