segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

CARINHO NÃO FAZ MAL A NINGUÉM...Vale a pena ler de novo.

Publicado em 08/04/2007 e no livro "Tenho dito" de 2012.
CARINHO NÃO FAZ MAL A NINGUÉM

Há mais de trinta anos venho registrando imagens da nossa cidade. Algumas já se transformaram em livros fotográficos, de crônicas, resenhas para jornais e revistas, ilustração para catálogos, folhetos, cartazes, blogs, sites... etc... etc... etc. São mais de 10 mil imagens captadas neste período. Além das boas imagens dos costumes e das tradições da cidade, o que sempre me chamou atenção é o descaso público com que os nossos administradores sempre trataram a cidade, ou seja, a falta de cuidado e carinho com os serviços mínimos necessários para se conviver em sociedade.
Um dos problemas bem visíveis é a falta de qualificação da mão de obra dos servidores públicos e a falta de monitoramento por parte dos responsáveis pela execução dos serviços. Por aqui, uma pequena reforma de uma calçada demora uma eternidade, isto quando é feita. É mal executada, a sobra dos materiais permanece por dias, semanas e até meses abandonada, à espera de uma boa alma que possa lembrar os “responsáveis”. E tudo é meio assim. Coloca-se uma bandeirola para anunciar um evento, algumas são retiradas pós-evento, outras ficam ao cuidado do tempo até sua total deterioração.
A cidade gosta de fazer eventos e não conta com um espaço adequado e equipado e a cada festa tudo começa da mesma maneira: retiram os paralelepípedos do calçamento e nunca mais retornam aos seus lugares. Instalam manilhas de esgoto em plena praça central e as manilhas ficam por lá... Até... Ninguém sabe quando.
Melhorar a mão de obra dos operários da prefeitura não é nada impossível. Dá muito bem para ser feito e existe recurso disponível para a realização de cursos de capacitação, nas mais diversas áreas do atendimento público. É só querer, planejar e começar. Já o mais grave e de difícil mudança é a inoperância e a cegueira das chefias. Ninguém sai de seus gabinetes para olhar a cidade, ver o que está faltando, o que está quebrado e imediatamente achar solução. O prefeito, o grande responsável, se entoca no “palácio” e se esconde em casa, não sai às ruas e muito menos não cobra de seus subordinados.
Convivemos com uma cidade aparentemente “em guerra” com sua própria população. Nossas praças são sujas. Mendigos desfilam, dormem, lavam suas roupas, se drogam e praticam todos os tipos de atos obscenos em plena luz do dia. Em plena praça.
O que mais cresce mesmo é o mato e o desânimo das pessoas que conseguem ver e sentir na alma como tudo não acontece.
Uma grande parte da população, já acostumada com a situação, continua à espera de milagre e não percebe que somente ela poderá fazer esta transformação.
Para se estar à frente de alguma coisa, desde a primeira célula que é a família, até a escola, o clube de serviço, seu emprego e de uma administração, quer pública ou privada, antes de tudo é necessário competência, “tesão” e muito carinho. Algo que somente as pessoas especiais sentem e valorizam. Hoje, o que a gente percebe, além da incompetência de gerenciamento, é a falta de amor e carinho pela cidade. Ingredientes essenciais para qualquer mudança.



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