quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Divã do Jekiti. O dia que comprei meu primeiro sapato branco.

Final de expediente matutino no Jekiti. Valnei Pinheiro da Veiga, se levanta pra despedida e pede a atenção dos presentes para olhar o seu sapato “novo”, e ainda tem a felicidade de afirmar: “Comprei usado e paguei vintão!”
Marcus Porvilha atento, imediatamente retrucou: “Compadre não fale usado...Amaciado, é melhor! Com a nossa idade é melhor comprar sapatos já amaciados.”
O tal sapato de vinte reais, fez Porvinha relembrar um episódio, o qual vamos tentar relatar.

O DIA QUE COMPREI MEU PRIMEIRO SAPATO BRANCO

     “Valnei, olhando teu sapato usado, eu pedi pra você falar amaciado... Por que um dia que eu vi um sapato branco...E procurei por Curitiba toda – não sei se não fui a São Paulo – tipo ‘Mocassim’. Estou aqui conversando no Jekiti e quando vejo, Cascalho passa com aquele sapato, do meu sonho nos pés. E me pergunto...Como vou estorvar o sapato dele? Olhei pro meu tênis...Pô...Da moda, e perguntei à ele: - Casca, você não quer trocar comigo este sapato? Pensei cá comigo...Por que vender ele não vai vender. No mínimo deveria ter ganho, aquele sapato. Pois acredite, ele falou: - Marcus, seu eu for vender, vendo pra você!
     Mas teria que esperar até ele se decepcionar com o sapato, e até lá perderia o gosto.
Então falei: Não...vamos lá em casa, você escolhe um sapato daqueles que eu tenho, e você me vende e te dou mais cinquentão! Pô aquele cinquentão me deu ‘uma bala’ ... E ele saiu de tênis, escolhendo um dos meus e cinquentão no bolso.
     Estou até hoje com aquele sapato...Amaciado...Não era usado...Lindo!
Ele ganhou o sapato...E também usou aquele sapato branco, mais um ou dois dias– estou justificando por ele ter ido lá em casa – que logo apareceu com o sapato, e atrás do cinquentão...também.
     Usei aquele sapato e muito. Teve um carnaval, que eu sai de Senhor de Engenho, terno branco e colete. Cordão de ouro e uma medalha que de longe parecia um relógio. O sapato era aquele...Ele participou do carnaval...Então!

Lauro, Valnei e Marcus. Contando e ouvindo historias.

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