Publicado em 10/08/2010 e no livro "Tenho Dito" 2012.
BARRACAS COMO
PARÂMETRO
Um dos
critérios de avaliação que a maioria dos festivos antoninenses se
utiliza para dizer se a Festa de
Agosto foi boa ou não é a
quantidade de barracas instaladas pela cidade. Se estiver cheia de barracas – para eles – a festa foi boa.
Queiramos ou não, esse ainda é um dos
instrumentos utilizados para que o inconsciente coletivo julgue a performance
da festa.
Temos que reconhecer que o argumento tem
um certo sentido. A montagem de barracas altera o cotidiano e dá um certo ar de
movimento e mudança de comportamento. Ingredientes necessários para se criar um
clima festivo.
Claro que tem que ter barracas se o
objetivo da festa for também comercial, pois é através deste tipo de
equipamento, que podemos vender e comprar as coisas dos nossos desejos.
De uma simples maçã do amor, até um automóvel.
Na maioria das cidades que conheço,
quando a população faz suas festas, o lado comercial também é feito pela
própria comunidade. Ela comemora, festeja e comercializa seus produtos. Ou
seja, a movimentação de dinheiro permanece na cidade. A cidade ganha com sua
festa... Todos ganham.
As barracas são exploradas pelas pessoas
da comunidade, onde, além de terem um novo espaço para mostrar seus produtos,
também poderão comercializá-los. Estranho não entra.
Em épocas anteriores já houve tentativa
– não tão bem-sucedida – de se liberar espaços em barracas para
comerciantes locais. Mas, comprovadamente, parece que não temos o perfil de
barraqueiro. E poucos aceitaram o desafio da mudança.
Acho que se faz necessário tentar
novamente incutir na comunidade a necessidade de utilizar nossas festas como
meio de geração de renda. Não
é possível, em um município pobre, continuarmos perdendo dinheiro pelo ralo,
quando podemos muito bem transformar nossos eventos em acontecimentos
lucrativos para o município.
Precisamos planejar junto com a
comunidade e principalmente com os segmentos organizados e transformar nossas
festas em eventos altamente lucrativos para todos.
Repensar nossos eventos é ter um novo e
criativo olhar sobre a cidade. Fazer disso uma festa. Com muita alegria e
lucro.
Ou simplesmente, vamos continuar achando
que é o número de barracas – dos
outros – que qualifica
nossas festas.
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