quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

No Divã do Jekiti, Sicupira no Carnaval de Antonina.

SICUPIRA E O NOSSO CARNAVAL 

Hoje quem vai para o Divã do Jekiti é nosso amigo “paciente” Nelson Pires da Silva, o mais fervoroso athleticano da cidade. Conta aí Nelsinho: 

Estamos aqui no Jekiti, entre amigos...Eu, você e o Lauro, comentando das homenagens que foram feitas ao Sicupira e vou aproveitar para contar umas das histórias dele no carnaval de Antonina: 

Certa vez, fui procurado pelo amigo Mauricio Scarante, que demonstrou vontade em tirar um Bloco do Atlético, para desfilar na segunda-feira de carnaval, isso em 1998. Topei o desafio, mas com a condição de convidar o Sicupira, amigo e conhecido, a participar do Bloco Vermelho e Preto. 
Feito e confirmado o convite ao Sicupira – que aceitou de imediato, pois tinha intenções em vir passar aqui o carnaval. Comuniquei ainda que o pessoal atleticano gostaria de vê-lo como a madrinha do bloco – segunda-feira é o dia das escandalosos e a maioria dos homens sai fantasiado de mulher. 
Após refletir por alguns segundos, Sicupira topa a brincadeira e aceita ser a madrinha do bloco. 

Na segunda-feira de carnaval, Sicupira chega lá em casa com toda a indumentária da madrinha traveca: vestido, peruca, espartilho, ligas e meias...Cigarrilhas... Tudo rubro-negro. Veio preparado para a festa. Todos vestiram suas fantasias, mas antes tinha um “esquenta” - para não sair de cara limpa e a bebida predileta do Sicupira era Bacardi-Lemon, coca e gelo...a popular cuba. E nós só na cerveja...Enquanto minha cunhada preparava a maquiagem da turma, com muito charme e elegância. 

Porvinha – Marcus Rio Apa, fez até uma marchinha que deve ter gravado..., mas não lembro. Só lembro muito bem, que “fechamos” a avenida com tanta gente, pois o pessoal que estava do outro lado do alambrado, não aguentou a energia e veio engrossar a massa. Fizemos um mar rubro-negro na avenida, que ficou gravado para sempre e marcou nossas vidas. 
Além de Sicupira ter sido meu ídolo, desde minha infância e adolescência, se tornou amigo de todos...e esta semana prestamos uma homenagem a ele – in memoriam, que escolheu nossa baía como sua última moradia. Suas cinzas no carnaval irão virar purpurina...Com certeza.
Três coisas que ele gostava daqui: o carnaval, o bate-papo com os amigos e as pescarias. Mas estas, vou deixar para contar outra hora. 

Bela homenagem.

 Nelsinho Pires da Silva

Nelson Pires da Silva   15/12/2021

Transcrito e editado por Eduardo Nascimento

 O Divã do Jekiti é uma coluna publicada no Blog Palavradobó, com causos e histórias contadas pelos frequentadores do Jekiti, lugar de convivência social – ponto de ônibus com dois cafés. As conversas-histórias são gravadas, subscritas e postadas pelo editor do blog. Mas, em tempo de pandemia do Covid-19, para evitar aglomerações, os frequentadores enviam suas histórias por rede social... E a gente divulga!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Na Rua Ermelino de Leão...

A Ermelino de Leão em 1975.

Nostalgia da Rua Ermelino de Leão

A rua que nasci, vivi minha infância e ainda resido na…Rua Ermelino de Leão,59 que já foi 7. Pequena rua de uma quadra só, que tem em sua paisagem de fuga a Igreja de São Benedito.

Quanta nostalgia. Na esquina era a Barbearia do Polaco e do outro lado a Escol, Papelaria e escritório contábil do seu Henrique Kopchinski; depois passou a funcionar a alfaiataria do Domício e do Luiz Barbosa. Na Ermelino de Leão;

Tinha a telefônica, ou Companhia Telefônica Brasileira enfrente a pequena oficina do Luiz Relojoeiro, e o IAPTC, depois INPS. O consultório do Dr. Carlito na casa da família Nemer, que mantinha um engenho de arroz, enfrente a residência da família Teglia Moreira (Zezito, Laumar, Josias e Maria Alice) …Vizinha do seu Félix e depois Dona Letícia… Na Ermelino de Le;

Defronte a minha casa moravam, Chico Barulho e Dona Luizinha, família Picanço, frequentada pelos Withers, Ione e sua irmã Nerea Sarmento. Iara, filha talentosa, dançava música flamenca e suas castanholas despertavam o quarteirão… Tudo acontecia na Ermelino de;

Arailde, irmã de Diva, tocava violino nas novenas da padroeira, minhas vizinhas de parede; ao lado da residência da família Madureira, que também viveram os Cecyn de Jorge…Clotario de Paula…Geraldo Camargo, Eguinaldo Vieira e Sargento Afonso. Defronte a lavanderia do seu Estanislau, polonês da gema, que cultivava uma horta no quintal, adubada com fertilizantes despejados pelos cavalos que trafegavam na rua de paralelepípedos.

No predinho, como era chamado, moravam seu Juca no térreo e Quinco Simão no andar de cima…depois vieram outros moradores; na casinha de área residência do seu Cazito, da família Renaut…Argeu, Zé Mário, Marco Antônio…Na rua Ermelino;

A família Cecyn ocupava toda esquina. Lembro, de fraca memória do seu João Galo Cego e dona Rachida, pais de Maria, Foeda, Tufi, Rachid, Ivete e João, prole de cantores. Tufi deu continuidade ao comercio da família, e seu armazém de secos e molhados ocupava parte da rua e a esquina da XV... tudo isso na Ermeli;

César Mussi além de residir, montou o estúdio da Rádio Antoninense, que tinha até auditório para realização de programas de transmissão ao vivo, da nossa ZYX-6. Cantei muito nos programas infantis que começavam as 10h. Imagine, quanta mobilização teve a pequena rua Erme;

Outras lembranças marcantes também fazem parte da minha memória, tais como: a sede da Filarmônica Antoninense, a loja das cestas de natal Amaral, do Restaurante Cruzeirão, do Bar Sambaqui, do Escritório de Contabilidade de João Bang, da oficina do Coelho, do cartório do seu Camargo, das lojas de Cid Ardigo e de Jorge Bigodudo na esquina da Er;

Sentimentos marcantes e presentes de: Mariquinha Bó, minha avó eterna, Nilza Abreu, Nerea e Iara Sarmento, Arailde, sargento Afonso, Jorge Nemer, Laumar, Josias, Maria Alice e Antônio Pelica… Meus eternos e saudosos vizinhos.

E a Ermelino de Leão segue viva e dinâmica, com outros protagonistas, que com certeza, constroem diariamente suas histórias e farão parte de um novo relato.

Eduardo Nascimento  

P.S. Este texto foi redigido na noite de 28/11/21, domingo, sentado em frente a porta da minha casa, em um simples momento de nostalgia. Com certeza devo ter sido traído pela memória e alguns amigos e vizinhos não foram contemplados. Coisa do momento...Coisas da memória de um setentão.