quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

BOAS FESTAS!

Mensagem virtual de final de ano postado em 2016, revisto e alterado, pois o momento requer paciência e tolerância. Boas festas e um feliz 2023 com saúde e realizações,        
VIVA A DEMOCRACIA!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Mais uma do Divã do Jekiti. No Natal de Luz da Liga...Cuidado com a rede elétrica.

No Natal de Luz da Liga...Cuidado com a rede elétrica.

A partir dos anos 2002 aconteceu o Natal de Luz da Liga. A tradicional instituição filantrópica da cidade, sob a batuta da dupla dinâmica Maria Lucia Correa/Olga Marlene Mussi e diretoria realizaram evento festivo natalino, com a participação dos alunos da escolinha.

A ideia partiu do aceito pela amiga professora Lia Pinheiro – trabalho voluntário, em criar um coral com as respectivas crianças.

Durante os ensaios a diretoria se entusiasmou e começou um planejamento a fim de apresentar o coral nas janelas do prédio da entidade. Assim, elaborado um belo repertório, indumentária adequada, e uma decoração natalina apropriada foi realizado o primeiro Natal de Luz da Liga.

Esse “escrevinhador” aceitou o desafio da direção e produção da festa – voluntário, que, graças a participação e dedicação da comunidade – diretoria, professores, alunos e familiares, emoldurou o espírito natalino da entidade e da cidade, por alguns anos.

Sempre, na última apresentação do coral, programada para o dia 23, o ponto alto do evento era a chegada do casal Noel. No primeiro ano, 2002, eles chegaram de escuna e nos anos subsequentes – até 2006, de trem (ABPF), recepcionados na estação por milhares de crianças com direito a desfile em carro dos Bombeiros, pelas ruas da cidade, abrilhantado pela Filarmônica Antoninense. O desfile tinha como destino a sede da Liga, onde seria realizada a última apresentação do coral das crianças.

Natal de Luz da Liga em 2002

A cada ano o pessoal da organização tentava proporcionar uma novidade para o encerramento. Foram flocos de neve de isopor, balões a gás...e muita música. Uma verdadeira apoteose natalina.

Em 2006, creio que tenha sido o último da série, a presidente teve a “brilhante ideia” – brilhante mesmo, em adicionar fitas metalizadas nos balões a gás que seriam soltados durante a cantata de encerramento.

Tudo pronto, crianças apostas e afinadas, prédio iluminado, o casal Noel aposto nas escadarias e os alunos da escolinha trajados com vestimentas representativas de vários países. Carro de bombeiro, Filarmônica engajada e uma plateia alegre, festiva e empolgante.

Hora do encerramento, mensagem da presidente...e que soltem os balões - azul e branco. E assim, como planejado, música e alegria e centenas de balões ascendem aos céus, quando de repente...breves estouros de curtos-circuitos. Luzes se apagam e segundos de pânico - preocupação para com as crianças. Minutos após volta a energia, e nosso pessoal técnico percebe que as festivas fitas laminadas dos balões a gás ao encontrar a rede elétrica fecharam curto – a fiação não era protegida, causa de toda a queda de energia.

Assustados, mas não desanimados, reiniciamos o término do evento, agradecendo a presença de todos, pedindo desculpas pela ocorrência e desejando um Feliz Natal e Ano Novo de 2007, repleto de saúde e felicidade.  Saudado pela musicalidade da nossa Filarmônica Antoninense, que se despediu interpretando o clássico Jingle Bell.

“Nem sempre tudo ocorre perfeitamente, mas só acontece para quem tenta fazer.”

Cuidado com a rede elétrica.

Eduardo Nascimento  Dez 2022

terça-feira, 6 de dezembro de 2022

ANTONINA MAR, ARTE E AMOR. 50 anos divulgando a cidade.

Foto do decalcomania original 

ANTONINA MAR, ARTE E AMOR. 50 anos divulgando a cidade.

Hoje ao sair de casa encontrei minha querida vizinha Irene Mariano de Araújo, vestindo uma camiseta branca impecável onde estampava apenas a imagem do logotipo promocional da cidade “Antonina, Mar, Arte e Amor".

Isso me incentivou a contar um pouco da história referente a criação deste slogan/campanha.

Minha amiga Irene Mariano em 06.12.22.

História   No ano de 1972, a prefeitura da cidade, em parceria com o jornal O Antoninense e o Clube Náutico de Antonina, promoveram concurso público para a criação de um slogan que pudesse divulgar a cidade para o turismo. Foram inscritas mais de 140 propostas e a vencedora foi o slogan “Antonina Mar, Arte e Amor de minha autoria.

Na época trabalhava como auxiliar de decorações nas Lojas Hermes Macedo em Ponta Grossa, e a inscrição para o concurso foi feita por minha amiga e vizinha Maria Alice Moreira (in memoriam), que ao saber do resultado imediatamente me telefonou para comunicar.

Em 25 de maio do mesmo ano, foi a entrega do prêmio em dinheiro (não lembro o valor) realizada nas instalações do Clube Náutico (sede social) pelo senhor Alceu Machado (foto) então, antoninense presidente do BRDE, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul.

Recebendo o premio das mãos do senhor Alceu Machado.
25.05.1972
O primeiro passo foi a fabricação de 1.000 decalcomanias – meio de divulgação mais acessível que era colado nos para-brisas dos carros e por onde passava carregava a mensagem – patrocinada pela empresa ESUZA, gerenciada pelo também antoninense Leopoldino de Abreu, que depois virou prefeito municipal (1989/1992). Posteriormente a marca foi inserida em diversos produtos como chaveiros, canecos, copos, cartões etc.

Atemporal  O slogan Antonina Mar, Arte e Amor ultrapassou várias gestões municipais e o tempo o tornou de domínio público, sendo permitido a qualquer cidadão antoninense sua utilização, desde que venha colaborar na divulgação da cidade.

Nesses cinquenta anos (ufa...barbaridade) quase sempre alguém me liga e solicita copia do desenho original, para produção de nova coleção de souvenir. Recentemente foi estampada uma nova série de camisetas pela trupe da amiga Kleise Ferreira da Silva, prosseguindo com sua função principal em divulgar nossa pequena cidade.

Vivendo em uma cidade histórica, mas com diminuta historicidade, sinto a responsabilidade em deixar registrado como e porque continuamos celebrando algo tão singelo que virou simbólico para os antoninenses com mais de cinquenta anos. Viva!

Antonina Mar, arte e amor...Eterno.                                               Eduardo Nascimento 06/12/2022


P.S. Durante a noite, passando pela calçada da Loja Real Brasil, fui “chamado” pelas calçadas: olá...eu também estou aqui! O logotipo do slogan que foi inserido na calçada da antiga loja Casas Pernambucanas, durante a construção de suas novas instalações, em 1982. Vale o registro.

Logo na calçada da Loja Real Brasil 07.12.2022

Caso alguém tenha alguma lembrança e recorte da época, poderá me enviar e será inserido na matéria, como forma de enriquecimento.

Para quem tiver interesse em adquirir uma camiseta com a marca, poderá encomendar através do telefone 99614-8961.

terça-feira, 22 de novembro de 2022

INDICAÇÃO GEOGRÁFICA DA BALA DE BANANA DE ANTONINA


O QUE É INDICAÇÃO GEOGRÁFICA?

“As Indicações Geográficas (IGs) são ferramentas coletivas de valorização de produtos tradicionais vinculados a determinados territórios. Elas possuem duas funções principais:

- Agregar valor ao produto;

- Proteger a região produtora.

O sistema de Indicações Geográficas deve promover os produtos e sua herança histórico-cultural, que é intransferível. Essa herança abrange vários aspectos relevantes: área de produção definida, tipicidade, autenticidade com que os produtos são desenvolvidos e a disciplina quanto ao método de produção, garantindo um padrão de qualidade. Tudo isso confere uma notoriedade exclusiva aos produtores da área delimitada.

Ao mesmo tempo em que se possui uma qualidade diferenciada, a mesma está protegida por esse reconhecimento ser único dos produtores daquela região.

As Indicações Geográficas ajudam na preservação da biodiversidade, do conhecimento e dos recursos naturais, e trazem contribuições extremamente positivas para as economias locais e para o dinamismo regional, pois proporcionam o real significado da criação de valor local.”

Leia mais:https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/sebraeaz/indicacoes-geograficas-brasileiras,8a47d106b5562510VgnVCM1000004c00210aRCRD


A BALA DE BANANA DE ANTONINA

A bala de banana de Antonina, através dos produtores da Bala Antonina e Bananina, após longo período de procedimentos, obteve o selo de identidade de um produto com Identificação Geográfica. Essa conquista, além de agregar valor ao produto, passa verdadeiramente representar não somente a cidade como a região litorânea paranaense. Contribuindo ainda mais com a cadeia produtiva, gerando mais emprego e renda a comunidade.

Parabém aos empresários e a toda equipe de produção que fazem da nossa ‘balinha” ... Gigante na representação simbólica de Antonina.

Abraço do blog.


leia mais: A história da Bala de Banana de Antonina

https://palavradobo.blogspot.com/2019/02/a-bala-de-banana-de-antonina.html


quarta-feira, 16 de novembro de 2022

o voto sumiu!?!?!? Mais uma do Divã do Jekiti

 

Hoje nossa "paciente" é a amiga Marilisa Fonseca Lange, que retorna nos contar histórias da cidade. Conta aí Marilisa:

O voto sumiu!

Diante do momento político que estamos vivendo, com protestos de eleitores que acham que houve violação das urnas eletrônicas, lembrei-me de uma antiga história que ocorreu em Antonina nos tempos da ditadura militar e das cédulas de papel.

O querido Professor Alcindo que foi meu professor de inglês se candidatou a vereador. No dia da eleição levou de carro uma parente para votar no Grupo Escolar Ermelino Matarazzo. Quando apuraram as urnas, não apareceu nenhum voto para ele nas urnas deste Grupo. Ele pediu recontagem dos votos porque tinha certeza de que tinha acontecido fraude eleitoral. Recontaram e não apareceu o voto da parente que foi obrigada a confessar que não havia votado nele porque se votasse nele não poderia votar no partido e no candidato a prefeito que queria. Naquela época existiam apenas dois partidos políticos: ARENA, partido apoiado pelos militares e MDB que era da esquerda.  E o voto tinha que ser intrapartidário.  Você só podia votar em candidatos do mesmo partido. Se votasse diferente o voto era anulado. Antigamente em dia de eleição os familiares e amigos dos candidatos passavam o dia dando carona para as pessoas irem votar e pediam voto. Os candidatos ajudavam na gasolina, contratavam carros.  Era um dos jeitinhos brasileiros de “comprar” votos. Que decepção com a parente vergonha passou o Professor Alcindo depois de alegar que havia corrupção na eleição. Por outro lado, a dita parente não se deixou influenciar pela carona e ficou firme em suas convicções políticas.  Quem era ARENA e quem era MDB? Quem era a favor ou contra a ditadura? Em que ano isto ocorreu? Quem era a parente? Se alguém souber, avise para a história ficar completa.

Marilisa Fonseca Lange  09/11/2022

 O Divã do Jekiti é uma coluna publicada no Blog Palavradobo, com causos e histórias contadas pelos frequentadores do Jekiti, lugar de convivência social – ponto de ônibus com dois cafés em Antonina. As conversas-histórias são gravadas, subscritas e postadas pelo editor do blog.

quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Mais uma do Divã do Jekiti. Eleições 1996 o Caso Joaquim e Manoel.

 

ELEIÇÕES 1996  O caso Joaquim e Manoel.

Em 1996 fui candidato a prefeito de Antonina pelo PT. A campanha foi muito interessante, bem articulada e participativa. Tivemos até Plano de Governo (o primeiro a ser apresentado a comunidade).

Como em todas as campanhas, principalmente nas cidades menores, sempre tem um candidato “amparado” pelo governo estadual. O PT fazia oposição e tinha poucas cidades por ele administrada, e de difícil aceitação por considerada parte da comunidade.

Fizemos uma “campanha limpa” conforme mandava o figurino e a Lei Eleitoral. Mas, nossos adversários como sempre corriam atras do voto a qualquer preço, distribuindo facilitações a quem possa interessar, de olho no voto do eleitor.

 Mas, o motivo de escrever essas linhas, é para relatar um caso curioso e engraçado ocorrido no dia das eleições. O juiz eleitoral proibiu qualquer tipo de reunião partidária no dia anterior ao pleito. Causando estranhamento a todos, pois a coordenação da campanha deveria se reunir para designar pessoal do partido a fim de fiscalizar as seções eleitorais. Fizemos uma reunião meio as escondidas abaixo de um grande temporal, e após distribuição dos envelopes e credenciais da equipe, eis que chegam de Curitiba, Joaquim (Cocota) e Manoel (Manino) dispostos a colaborar.

Ficou então a cargo dos dois a seção do bairro do Cedro. Comunidade distante da sede e de difícil aceso, principalmente em período chuvoso. Assim sendo, demos algumas dicas do local: vão pela estrada de Guaraqueçaba e em determinado momento irão encontrar um bar e um desvio a direita, peguem o desvio que os levara ao Cedro.

Dia seguinte, partiram cedo ao destino. A chuva deu uma acalmada, mas não cessou. Por um certo tempo desconfiaram que deveriam ter seguido em frente e não encontraram o tal desvio a direita. Após alguns minutos chegaram a uma localidade. Um olhou para o outro e comentaram:  - Deve ser aqui! A movimentação era de eleitores.  – Bom dia...Falou o Manoel. Somos fiscais do PT e gostaríamos de nos apresentar. Complementou. O mesário surpreso disse: desculpem, mas aqui não tem candidatos do PT. – Como assim? Retrucou nosso fiscal. - Aqui não é o Cedro? – Não, aqui é Tagaçaba pertencente a Guaraqueçaba. O cedro é de outro lado...Precisam retornar alguns quilômetros, ao encontrar uma venda e um desvio a esquerda, é só seguir. Chegarão em poucos minutos. Afirmou o mesário.

Decepcionados e após muitas risadas por parte dos presentes, os dois retornaram e acharam a tal estrada. Cumprindo suas tarefas.

Após as urnas serem abertas, constavam dois votos a nossa candidatura, o de Joaquim e do Manoel.  Esses meus conterrâneos!

Eduardo Nascimento  09 nov 22


O Divã do Jekiti é uma coluna publicada no Blog Palavradobo, com causos histórias contadas pelos frequentadores do Jekiti, lugar de convivência social – ponto de ônibus com dois cafés em Antonina. As conversas-histórias são gravadas, subscritas e postadas pelo editor do blog.

terça-feira, 6 de setembro de 2022

ESCOTEIROS NO SETE DE SETEMBRO...1960/70

 

ESCOTEIROS NO SETE DE SETEMBRO...1960.

Ontem, contei mais esta história aos amigos frequentadores do Jekiti. Para não se perder, escrevi e estou postando no blog. Mais uma no Divã do Jekiti.

A data de 7 de setembro, no meu tempo de escoteiro, além das comemorações ao Dia da Independência, também comemorávamos o aniversário da tropa – Escoteiros Vale Porto, fundado a 7 de setembro de 1936. Manoel Eufrásio Picanço, Seu Maneco, preparava o grupo para todas as festividades e mais ainda do dia 08, a padroeira de Morretes, N. Sra. do Porto.

A programação era intensa. Abríamos as festividades com alvorada as 5 horas. Pernoitávamos na sede – Caserna, e saíamos com nossos velhos instrumentos de percussão pelas principais ruas da cidade, acordando os moradores para a grande data.

O 07 de setembro era comemorado com desfile escolar, e a concentração acontecia na Praça Coronel Macedo, com discursos e hasteamento da bandeira...e lá estávamos nós. Mas, antes da concentração, saíamos em marcha para uma visita ao cemitério Bom Jesus do Saivá, prestar homenagem os escoteiros falecidos, pois a data também era comemorativa a fundação da tropa.

Após a concentração na praça, iniciávamos o desfile comemorativo e sempre fomos destacados abrindo o evento. Depois surgiam as escolas e instituições cívicos e militares. Era realmente emocionante aquele ato simbólico de civismo e cidadania...a festa.

Após apresentação ajudávamos no balizamento da avenida, orientando as pessoas no limite dos espaços marcados. O fechamento do desfile sempre ficava a cargo da comunidade do Ginásio Moysés Lupion, isso lá pelas 13h30. Em seguida a tropa era dispersada, mas deveria retornar para participar dos jogos programados em nossa sede, que aconteciam até as 18h, pois éramos - os escoteiros, responsáveis em arrear a bandeira, no coreto da praça.

Retornávamos a sede e nos preparava para o dia seguinte, com viagem marcada a Morretes, para participar das festividades alusivas à padroeira daquela cidade vizinha.

A festa de Morretes

A viagem dos escoteiros a Morretes era uma odisseia. Apesar da pouca distância entre as duas cidades, as dificuldades econômicas do grupo eram enormes. Certa vez fomos de trem, pois na época a linha férrea funcionava normalmente com cargas e passageiros. Como não tínhamos recursos para pagar, seu Maneco conseguiu com o Agente da Rede, a isenção de cobrança das passagens, mas nos foi disponível apenas um vagão de cargas destinadas aos Correios. Lá fomos nós, sentados no chão do vagão. Como tudo era uma aventura, no trecho do famoso Machadinho, onde a Maria Fumaça tinha dificuldades em alçar, fazíamos repicar de tambores até o trem alcançar o nível normal. Isso na ida e na volta. Era muito divertido.

Outras vezes fomos de caminhão pela Estrada do Sapitanduva - caminho mais curto entre as duas cidades. A família Gusmão proprietária de distribuidora de bebidas na cidade, nos cedeu seu caminhão para nos transportar. Veículo arrumado com tabuas, fomos nós de pau-de-arara transitando por aquela via secundaria e estreita, na boleia o motorista Onildo Gusmão, que também gostava de uma aventura e parecia nem perceber os buracos da estrada. Chegávamos baqueados ao destino, apesar de gostar da paisagem que era muito bonita, pois naquela época a estrada passava pelos canaviais na antiga fábrica de açúcar e cachaça dos Antunes e pelo belo Nhundiaquara.

Em Morretes a programação estava garantida. Os Cavagnolli, amigos do Seu Maneco, sempre nos cedia um espaço e garantia um lanche para a garotada. La pelas 15h - na praça da estação, fazíamos um Quebra-Coco, animada cantoria escoteira de desafios entre os participantes:

 Quebra-coco, quebra-coco;

Na ladeira do riacho;

Escoteiro quebra-coco;

E depois vai trabalhar.

E alguém completava o desafio:

Em cima daquele morro;

Tem um velho gaioleiro;

Quando vê moça bonita;

Faz gaiola sem poleiro.

La por tantas trovas...um “engraçadinho” já escolhido entre a turma, soltava:

Namorei uma menina;

Que tinha dezoito anos;

Ela não tinha peito;

E fazia peito de pano.

Imediatamente alguém acenava em fechar a boca do atrevido.

Todos achavam muito engraçado e a plateia aplaudia nossa apresentação.


Em particular, fui escolhido para cantar a tradicional “Árvore da montanha”. Uma cantoria longa de muita decoreba para nossa idade. Mas fazíamos o possível e novamente soavam os aplausos.

E a árvore da montanha...o le ia o;

E a árvore da montanha...o le ia o;


Esta árvore tinha um galho;

Ai que galho, belo galho;

Ai, ai, ai que amor de galho;

O galho da árvore.

 

E a árvore da montanha...o le ia o;

E a árvore da montanha...o le ia o;


E iam surgindo coisas na árvore... Galho, broto, folha, ninho, pássaro, pena, índia, arco, flexa...e finalmente a árvore.

Após o encerramento da concentração artística na praça, ainda participávamos da procissão da santa padroeira, Nossa Senhora do Porto de Morretes.

Essas eram as nossas atividades comemorativas. Isso entorno de 1960/1970. Boas recordações.


Eduardo Nascimento

06 setembro 2022

terça-feira, 30 de agosto de 2022

Baile do terror no Clube Primavera...mais uma do Divã do Jekiti.

 

Hoje nossa "paciente" é a amiga Marilisa Fonseca Lang, que retorna nos contar histórias da cidade. Conta aí Marilisa:

Baile do terror no Clube Primavera

Eram idos anos de 1976 ou 1977.

No carnaval de um destes anos minha tia/prima Ana Maria fez fantasias de carnaval para mim e minhas primas, um vestido comprido tipo mortalha acetinada que usamos com máscaras.

Na época cursava a Escola Normal e Científico. Minha amiga Betinha/Elizabeth Martins Esperança, que depois se casou com o jogador de futebol do coxa Dionísio - hoje um grande mecânico de automóveis, fazia Escola Normal comigo. Tristemente nossa amiga e conterrânea Betinha que virou evangélica fervorosa foi uma das vítimas da Covid.

Um dia ela perguntou-me se eu ainda tinha a roupa preta que eu havia usado no carnaval. Disse que sim e ela pegou emprestada para usar num baile de terror no Clube Primavera.

Eu não frequentava o Primavera, meus pais não deixavam alegando que todas as meninas que lá frequentavam eram mal faladas (que inveja, como elas se divertiam e contavam pra gente as segundas-feiras). Segunda-feira seguinte na Escola Normal todas as três turmas só falavam na Betinha. Ela foi a princesinha deitada num caixão de verdade, fingindo estar morta até o vampiro a ressuscitar a meia noite. Levei um susto com a coragem e ousadia da minha amiga, mas nunca quis receber de volta a fantasia usada por ela dentro de um caixão.

Anos depois frequentei uma única vez o Primavera com um grupo de amigos. Como me diverti. Que pena que estes bailes de clube se extinguiram…

Marilisa Lang (imagem facebook)

Marilisa Fonseca Lang 22 ago 2022

 

O Divã do Jekiti é uma coluna publicada no Blog Palavradobo, com causos histórias contadas pelos frequentadores do Jekiti, lugar de convivência social – ponto de ônibus com dois cafés em Antonina. As conversas-histórias são gravadas, subscritas e postadas pelo editor do blog.


segunda-feira, 29 de agosto de 2022

"PEGARAM O HOMEM COM A MÃO NO JARRO."

 

“COM A MÃO NO JARRO”

Nos últimos anos não venho mais usando meu blog para reivindicar ou questionar atuações políticas. Razões me sobram. Venho ultimamente preenchendo meu ócio com matérias históricas sobre meu “quadrado” ...Republicando matérias e postando no marcador “Divã do Jekiti” *, histórias que conto e ouço sempre, no nosso espaço de convivência do mesmo nome: Jekiti (uma velha rodoviária que virou apenas ponto de ônibus, onde contém dois cafés, abertos a gosto dos proprietários e abriga inúmeros de conversadores dos mais diversos conceitos e aptidões, para saborear uma boa conversa regada de café e pasteis). Me surpreende o diminuto grau de acessos quando o assunto é apenas de caráter cultural, comparado com as matérias postadas sobre crônicas políticas locais, onde o número de acessos surpreendia a expectativa.

Esta postagem “COM A MÃO NO JARRO” é apenas fictícia e para testar o grau de necessidade dos bloguistas seguidores. Aliás, sobre esta e outras pautas políticas parecem não mais fazerem parte do cotidiano capelistas. Vivemos em um mar de rosas?!?!?!

É apenas um teste com feedback.

*Em assertivas para edição de um livro sobre causos antoninenses “ Divã do Jekiti”. Aguarde e participe, enviando sua história.


segunda-feira, 22 de agosto de 2022

ANTONINA E A BICICLETA

ANTONINA E A BICICLETA

Nossa pequena cidade está entre as que mais usam a bicicleta como meio de transporte e laser, segundo consta no livro “O Brasil que pedada”. (1)


Dados interessantes foram levantados pelos pesquisadores, que servem para um possível planejamento futuro, tais como:

a)      97% das bicicletas são do tipo comum;

b)      70% são utilizadas por homem;

c)      67% usam as bicicletas todos os dias;

d)      25% dos usuários então na faixa etária entre 10 a 19 anos;

e)      23% no caso a maioria, usa entre 10 a 14 minutos diários;

f)       27% usam a bicicleta porque acham que é mais saudável e prático.

 Dificilmente você vai encontrar na cidade, uma casa onde não tenha ao menos uma bicicleta. A “magrela” como é chamada pelos mais jovens, está sempre no canto a espera de alguém. Serve para encurtar o tempo, nas pequenas tarefas do cotidiano e para ir ao trabalho.

Revendo um pouco nossa história, lembro quando ainda funcionavam as Indústrias Matarazzo, isso nas décadas de 60-70, onde a grande maioria dos funcionários usava a bicicleta como veículo de transporte. Também era o veículo dos estudantes que cursavam o Ginásio Moysés Lupion, pois a distância teria que ser vencida diariamente, principalmente para os alunos que moravam no centro e nos bairros mais distantes.

Em dia de festa comemorativa ao aniversário da cidade, trabalhadores e estudantes enfeitavam suas bicicletas com papel crepom, e desfilavam pelas ruas cidade. Era uma glória!

Atualmente a bicicleta continua fazendo parte da nossa paisagem e do modal de transporte, apesar de termos poucas ou quase nada de ciclovias, nenhuma demarcada e sinalizada. Novos adeptos ao ciclismo - os esportistas e performáticos, constituem uma clientela crescente. Creio que a atividade devera ainda mais crescer - em todo o planeta, após a pandemia do novo covid-19. Veículo único, pessoal, ágil, econômico e saudável.

 Mas ainda temos muito o que fazer. A circulação de ciclistas nas vias que levam aos terminais portuários é extremamente perigosa. Não há ciclovia e o mais grave é que boa parte dos ocupantes, trefega na contramão, entre ônibus, carros e pesados caminhões. Receita certa para graves acidentes.

Se faz necessárias ações emergenciais, por parte da prefeitura, que possibilitem mais segurança aos nossos ciclistas e a todos que fazem da bicicleta o seu meio de transporte, lazer ou simples paixão em se equilibrar em duas rodas.

Minha relação com a bicicleta

Como bom antoninense, desde criança...é claro. Minha primeira bicicleta ganhei, creio entre 8 e 10 anos. Mas foi uma odisseia.

Meu tio-avô Bráulio – mantenedor da família, resolveu me presentear no Natal com uma bicicleta. Mas na época não havia loja na cidade para tal compra. Lá foi ele a Morretes comprar o tal presente. Na minha cabeça de criança, uma bicicleta tinha que ser pequena e com as duas “rodinhas” laterais, que facilitariam minha aprendizagem.

No dia marcado à chegada da encomenda – a bicicleta veio de trem Morretes-Antonina, comprada nas Lojas 3B – ouvi alguém bater à porta de casa e a voz de meu tio: - Chegou tua bicicleta!  Um detalhe...A entrega era feita de carroça a cavalo pelo seu Brites.

Quando vi a bicicleta me pus a chorar, pois a encomenda era muito grande e eu queria uma “bicicletinha” que tivesse rodinha. E além do mais, era pra menina. E meu tio argumentou: - Comprei uma bicicleta maior, pois no futuro você irá pro Ginásio e poderá aproveitá-la.

Com toda dedicação que o velho Bó sempre me proporcionou, fez artesanalmente duas rodas de madeira, e adaptou a bicicleta. Assim foi que aprendi a andar.

Bicicleta e fotografia

Encontrei a fotografia pelos idos de 1975, quando ainda aluno da Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Meu primeiro equipamento obtive como prêmio de um concurso de imagens “Aspectos do Paraná”, promovido pelo MIS-PR. De lá pra cá, fui trocando a paleta de tinta pela Reflex Minolta 135mm. Sempre fotografei os objetos e paisagens de Antonina., e uma das fotos curiosas foi registrada em um canto do antigo Porto Barão de Teffé, onde estava parada uma bicicleta, junto a um letreiro: “É proibido colocar bicicreta!”

Mas, foi somente em 2008, que resolvi escolher a bicicleta como um dos meus objetos favoritos. Isso, sem nenhum esnobe, junto ao Lago de Como, na Itália, durante um breve período solitário, na espera de um barco para fazer a travessia até Torno, localidade onde meu filho morava. De lá pra cá, onde pude estar registrei a presença da bicicleta.

Fiz centenas de imagens casuais, que me proporcionou uma exposição no MAC-PR em 2017, comemorativa aos 40 anos de “treinamentos” ...Mostra fotográfica “Bicicleta”.

Leia matéria completa no livro "Antonina frag-men-tos" solicite por WhatSapp 99906-4081 e receba em casa.

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(1)    Soares, André e Guth, Daniel (organizadores) “O Brasil que pedala. A cultura da bicicleta nas cidades pequenas”. Pesquisa elaborada por José Assunção Belotto, Silvana Nakamori e David Pinheiro Lima Couto.Edt Jaguatirica, RJ,2018.

N.Blog: esta matéria foi publicada em 2020, recentemente a cidade foi contemplada com uma Via Exclusiva para Ciclista, em trecho da Av. Thiago Peixoto, graças a recursos do Deputado Goura. Mais comodidade e segurança aos ciclistas que trafegam pela via. Boa Nota! 

 

terça-feira, 16 de agosto de 2022

CORPO LUMINESCENTE...Mais uma no Divã do Jekiti.

 

Hoje nossa "paciente" é a amiga professora Marilia Diaz, que retorna nos contar histórias da cidade. Conta aí professora:

Corpo luminescente

Entre os anos de 2003/2005 coordenei e ministrei aulas para professores no Projeto O Ensino da Arte e a Formação do Professor.  Os encontros ocorriam em Antonina no belo Teatro da cidade e depois no Salão da Igreja Paroquial. Não faltavam histórias e poli queixas.

Um dia, uma professora relatou um caso espantoso. Um de seus alunos, todos os dias pedia para sair 15 minutos antes de a aula acabar e também um pedaço de barbante.

Curiosa acabou perguntando ao menino: o que estava acontecendo?

Nervoso, o pequeno alegou que precisava chegar antes do meio dia a Cruz das Almas. A docente não compreendeu. O menino explicou que pegava a baba das velas e o barbante cedido pela professora para fazer uma nova vela. Outros meninos também competiam pelo material do Cemitério. Ele precisava se apressar.

Então, mostrou a velha lata amassada de molho de tomate que usava para coletar a parafina e que garantia a luz para as noites solitárias. Claridade para afastar o medo, o isolamento e para esperar o sono chegar. Filho de pais alcoolistas ausentes e abusado pelo irmão viciado, a pequena casa escura era seu abrigo, seu segundo corpo, mas havia o escuro tenebroso. A vela era tudo o que tinha contra o temor. Seu farol para esperar o novo dia. Sucessão da noite e do dia. História repetida à exaustão. Quanta vicissitude, quanta luta nas Antoninas desse país!

Profa. Marilia Diaz

Marília Diaz Professora da UFPR e artista visual.

O Divã do Jekiti é uma coluna publicada no Blog Palavradobo, com causos e histórias contadas pelos frequentadores do Jekiti, lugar de convivência social – ponto de ônibus com dois cafés em Antonina. As conversas-histórias são gravadas, subscritas e postadas pelo editor do blog.

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

Os 137 anos da Escola Brasílio Machado.

A “Escola Brasílio Machado” completa 137 anos.

O dia 15 de agosto além de ser comemorativo a padroeira da cidade, Nossa Senhora do Pilar, o Centro Estadual de Educação Profissional Dr. Brasílio Machado - carinhosamente conhecida como Escola Brasilio Machado, pelos seus decanos alunos, completa 137 anos de existência.

Sua centenária história - sempre em defesa da boa educação do povo antoninense, passa por vários estágios, em sua maioria glorificando sua missão e em outros de abandono, fator primordial dos desgovernos e do zelo por parte da comunidade.

Hoje a velha Casa Escolar funciona como um Centro de Educação Profissional, mantida pelo Governo Estadual.

Que a querida e bela história continue a semear conhecimento em nossa cidade e região, principalmente nesse momento político conturbado de incertezas. A educação sempre será o caminho para o equilíbrio, crescimento e reflexão humanitária.

Viva o Brasílio!*

 

Escola Brasílio Machado...Momentos distintos

1-     Em 15 de agosto de 1885 - Fundação da Casa Escolar Dr. Brasílio Machado (em homenagem Presidente da Província do Paraná, então Dr. Brasílio Augusto Machado de Oliveira).

2-     Em 1998 - Encerramento das atividades normais de ensino primário, com a Municipalização da educação no ensino básico. Passou somente a ofertar o Ensino Supletivo Fase II, no período noturno.

3-     Em 30 de junho de 2006 – Entrega das novas instalações e recuperação do prédio histórico e transformação em Centro Estadual de Educação Profissional Doutor Basílio Machado.

Leia mais: https://palavradobo.blogspot.com/2020/04/escola-dr-brasilio-machado-um-recorte.html

Fonte: livro “ Antonina Frag-men-tos” de Eduardo Nascimento. 2020.

*Homenagem de seu ex-aluno autor e bloguista.

 

sábado, 30 de julho de 2022

Mais uma história no Divã do Jekiti...Conta aí LIZ.

Hoje nossa "paciente" é a amiga Lizangela Siqueira, que retorna nos contar histórias da família. Conta aí Liz:

CARREGANDO PEDRAS

Essa história apareceu em uma tarde de sábado, enquanto a família (PINTO LOCO) estava reunida fazendo fantasia para o Festival de Inverno da UFPR de 2022.

Tia Delma é incrível, tem tantas histórias para contar.  Faz parte, é um privilégio dos anos vividos. Então vamos lá! Assim começa ela:

“Era uma bela tardezinha de verão já na boquinha da noite. Eu e uma amiga fomos caminhar pela bela e pacata Antonina, resolvemos ir até a feira mar, pegar um ar puro. Na nossa frente ia um casal e estava com um comportamento meio estranho, ele levando uma bicicleta e sua mulher caminhando ao lado.  Durante a caminhada questionamos o comprovante do casal e resolvemos reverter a situação. Nos escondemos em uma porta de um casario antigo e ficamos as duas espionando. Eles foram até o trapiche deram uma olhadinha em volta e justo naquela noite não havia ninguém pela rua, pelo menos isso que eles devem ter pensado e nos duas ali escondidinhas, só na cuida. Quando de repente eles voltaram com um saco grande na mão, e encheram de pedras grandes e pesadas, sim isso mesmo, de paralelepípedo, que havia um monte empilhado que seria usado para refazer o calçamento. O homem passou e empurrar a bicicleta e a mulher segurando o saco cheio de pedras. E nos duas só na cuida. Dando risada baixinho para não sermos vistas, mas resolvemos dar um susto no casal. Corremos pela quadra, paramos na esquina do Clube Literário para ficar de frente. Quando o casal passou gritamos: que bonito hein, roubando pedra! O casal se assustou mais continuou seu trajeto. Final da história, se o casal fez o carreto a noite toda, deve ter uma bela de uma calçada em sua casa. Eta!”

 

Lizangela Siqueira. Imagem arquivo do Facebook

O Divã do Jekiti é uma coluna publicada no Blog Palavradobo, com causos e histórias contadas pelos frequentadores do Jekiti, lugar de convivência social – ponto de ônibus com dois cafés em Antonina. As conversas-histórias são gravadas, subscritas e postadas pelo editor do blog.


quinta-feira, 28 de julho de 2022

EM TEMPO...TCE SUSPENDE TRÊS EDITAIS DA PREFEITURA DE ANTONINA

 

EM TEMPO...TCE suspende três editais para contratação de profissionais pela prefeitura de Antonina

Na segunda dessas sessões, ocorrida na última quarta-feira (13), o Pleno do TCE-PR homologou medidas cautelares concedidas por conselheiros

Dois meses após ter o sistema invadido e derrubado por Hackers, prorrogando os prazos das certidões liberatórias e suspendendo as sessões das câmaras e do Pleno, conforme noticiou o Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) voltou a realizar sessões por meio da Resolução 96/22, a qual possibilitou a tramitação excepcional de expedientes urgentes até o restabelecimento completo dos sistemas informatizados da Corte, de acordo com o tribunal.

Na segunda dessas sessões, ocorrida na última quarta-feira (13), o Pleno do TCE-PR homologou medidas cautelares concedidas por conselheiros. Uma das medidas, emitida pelo conselheiro Durval Amaral, suspendeu três editais de credenciamento lançados pela prefeitura de Antonina (Processo nº 342904/22) para a contratação de diversos profissionais, incluindo psicólogo, assistente social, arquiteto e engenheiro civil.

Segundo a Coordenadoria de Acompanhamento de Atos de Gestão (CAGE) do TCE, os editais de credenciamentos número 1, 2 e 3/2021, lançados pela prefeitura de Antonina, desrespeitam a regra do concurso público prevista no artigo 37 da Constituição Federal.

FONTE: Por JB Litoral em 20 de julho, 2022 as 08h58.

FOTO: Arquivo blog.

Veja matéria completa:

https://www.bandab.com.br/litoral/tce-suspende-tres-editais-para-contratacao-de-profissionais-pela-prefeitura-de-antonina/

terça-feira, 19 de julho de 2022

COM TODO RESPEITO

COM TODO RESPEITO

Durante o 2º Festival de Inverno da UFPR em Antonina, realizado em 1992, a cidade não disponibilizava de espaços adequados para a realização de espetáculos – o Theatro Municipal estava em recuperação – e os templos católicos, Igreja Matriz, do Bom Jesus do Saivá e de São Benedito acolheram grande parte da programação, somado ao pequeno palco ao ar livre, montado na avenida principal. Tudo ainda era muito simples, mas bem-feito.

 Apesar da programação abranger diversas áreas do saber artístico, algumas eram tratadas como prioridades, tais como circo, artes visuais e arte educação.

A primazia era levada a sério com ênfase aos nossos grupos artísticos e a produção cultural da cidade.

Apesar de não fazer parte da programação oficial do festival, por solicitação da professora Elizabete Zagonel, foi acrescentado um espetáculo de Música Eletroacústica, apresentado por professor da UNICAMP (falha de memória pessoal e do próprio evento) programado para a Igreja de São Benedito. Junto teríamos apresentação do mímico Jiddu Saldanha. Tudo pronto, equipamentos testados aguardando a hora.

A organização do evento desconhecia que parte da igreja de São Benedito, sua sacristia, era também utilizada eventualmente, para velar os mortos da cidade. E quando isso acontecia, a cruz da torre se iluminava, anunciando que ali estava um corpo sendo velado.

Dia chuvoso e a poucas horas para a realização do espetáculo de Música Eletroacústica, não é que se acende a luz da cruz da torre. Falei pra Marcia Simões – coordenadora do evento: Não é possível, morreu alguém e o corpo está sendo velado na igreja. E o espetáculo?

Lá fomos nós preocupados, sem saber o que fazer. Proibir o velório nem pensar. Suspender o espetáculo...difícil.

Porta sobre aberta a meia luz, adentramos o local com cara de tristeza e preocupação. Olhei no entorno e reconheci os familiares da defunta. Vizinhos da igreja da família Sérvulo. Caixão adornado, tristeza constante e lá vou eu cumprimentar as pessoas, em especial meus amigos de infância e filhos da falecida, Zacarias e Rubens.

-Meus sentimentos. Mas gostaria de falar com vocês. Sei que o momento é inoportuno, mas temos uma apresentação de música programada para logo mais aqui na igreja, parte do Festival de Inverno da Universidade. Gostaria de pedir o consentimento da família para que possa ser realizado. Nada de barulho...será música suave. Nos comprometemos em fechar a porta da sacristia para isolar parte do som.

Assim nos foi concedido pela família enlutada.

- Muito obrigado!

A situação pareceu felliniana, apesar da simplicidade dos gestos, os momentos vivenciados eram bem adversos. Tivemos que nos preparar, encarar um personagem e definir tal estratégia. O espetáculo não podia parar...Com velório e tudo.

Minutos depois, tudo pronto. E assim aconteceu mais um espetáculo, digo dois, no 2º Festival de Inverno da UFPR. Além de contar com casa cheia, digo, igreja cheia, somado as imprevistas intempéries, mais uma me marcou aquele espetáculo: a presença do diretor de teatro Antunes Filho, e a maneira com que ele se postou para “degustar” o cardápio acústico. De olhos fechados.

Esta é mais uma das histórias da nossa cidade, contada no Divã do Jekiti.

Eduardo Nascimento 

19/07/2022

 

quinta-feira, 14 de julho de 2022

ASSIM NASCEU O FESTIVAL DE INVERNO DA UFPR ...em 1991.


ASSIM NASCEU O FESTIVAL DE INVERNO DA UFPR ...em 1991.

 Leia matéria completa acessando:

https://palavradobo.blogspot.com/2014/07/assim-nasceu-o-festival-historias-e.html

 ou no livro “Antonina Frag-men-tos”. Solicite por WhatSapp 99906-4081


 

32º FESTIVAL DE INVERNO DA UFPR

 


32º FESTIVAL DE INVERNO DA UFPR

A abertura oficial acontece no Teatro Municipal em Antonina com a presença do Magnífico Reitor da UFPR, Prof. Dr. Ricardo Marcelo Fonseca e autoridades.

Para dar início às festividades, os grupos artísticos da UFPR Orquestra Filarmônica e o grupo de MPB apresentam “O Grande Circo Místico” com direção de Vicente Ribeirto e Fabiane Nishimori, um grande espetáculo.

 Data: 17 de Julho Domingo Horário: 18h

Local: Theatro Municipal

Ingressos limitados | Distribuição 1h antes do evento

 Veja programação completa: http://www.proec.ufpr.br/festival2022/index.html



segunda-feira, 27 de junho de 2022

A SOLDA DE AIRTON FOLHA-SECA. Mais um no Divã do Jekiti.

 

Hoje nosso "paciente" é o amigo frequentador Beto Lopes, Beto Bombeiro. Ele vai nos contar uma das suas boas histórias. Conta aí Beto:

A SOLDA DE AIRTON FOLHA-SECA

Num domingo veio um casal de Curitiba de Opalão, quando chegou em frente ao Material de Construção do Guilherminho, o escape do carro soltou. No momento eu estava passando perto, parei e notei que seria preciso fazer uma solda no suporte do escapamento. O proprietário do opala me perguntou se tinha uma oficina por perto. Rapidamente pensei na oficina do Polenta, mas estava fechada no momento, lembrei então da oficina do Airton folha-seca, ali no Jardim Capelista... E lá fomos nós.

O rapaz entrou no carro e me seguiu até a oficina. Chegando lá foi o próprio Airton que nos recebeu. Rapidamente abriu o portão, pegou o “jacaré” e levantou o carro, colocou os óculos de solda e seu impecável macacão e começou a mexer no aparelho de solda.

- Isso aqui é fácil só soltou a braçadeira, já resolvo para o senhor...Deixe-me ver onde está o arame. E não achava nenhum pedaço de arame para fazer a braçadeira e prender o tal escapamento, então olhou para o lado e viu uma cerca com arame farpado, pegou o alicate e não deu outra...Cortou dois pedaços do arame e o pior que era da cerca do vizinho.

Tudo isso aconteceu aos olhos do proprietário do Opala, que não parava de coçar a cabeça e duvidar que o problema do escapamento seria resolvido.

Minutos depois o casal sai satisfeito da oficina do Airton, pois apesar da precariedade, o carrão saiu tinindo para continuar seu passeio. O que importa foi à vontade em resolver o problema e deixar o casal satisfeito.

Gravando com Beto Bombeiro

Gravado, transcrito e editado por Eduardo Nascimento

O Divã do Jekiti é uma coluna publicada no Blog Palavradobo, com causos e histórias contadas pelos                frequentadores do Jekiti, lugar de convivência social – ponto de ônibus com dois cafés.                        As conversas-histórias são gravadas, subscritas e postadas pelo editor do blog.


sábado, 25 de junho de 2022

HOJE TEM FESTA JUNINA? TEM SIM SENHOR. Histórias e Estórias.

 

HOJE TEM FESTA JUNINA? TEM SIM SENHOR.

 As festas juninas sempre foram os eventos mais esperados durante minha adolescência e juventude (anos 60/70). Em Antonina faziam-se festas memoráveis. Tudo muito simples, mas criativo. Os santos Antônio, João. Pedro e Paulo eram comemorados com rigor e muita alegria, principalmente nas capelas e nas escolas de ensino.

Na Liga acontecia a maior festa da cidade, em quantidade de barraquinhas, na grande Dança de Quadrilha e na fogueira, que sem dúvida era a mais alta e queimava dois dias. Em todas tinham quentão, pinhão, batata doce, cara, bolo de fubá, cocadas e muitas guloseimas tradicionais das festas juninas.

As meninas trajavam vestidos compridos de chitas, chapéus e lindas tranças com fitas. Já os “marmanjos” colocavam remendos nas calças, pintavam bigodes, barbas e até dentes. Na cabeça o tradicional chapéu de palha...e começava a dança da quadrilha, sempre marcada pela alegria de um “marcador-cantador”, Pelego, Wilson Cavalcanti ou Glostora, acompanhada por um sanfoneiro.

Os pontos eram mais ou menos esses: “Anavan...anarrie...otrefoá... (não sei se é assim que se escreve...hehehe.) Os cavalheiros cumprimentam as damas...E vice-versa. Passear na roça...Tem cobra no caminho...Volta que vem chuva. Trocar de par... De novo...novamente.” E seguia o baile até o ponto alto da festa, com o casamento dos noivos, com padre e tudo que a cerimônia exigisse.

Também tinha festa na Escola Brasilio Machado, sobre a batuta de Zéco Pinto e Cia. Onde a novidade era um serviço de alto-falante (quase sempre equipamentos emprestados das Casas Pernambucanas) onde o locutor enviava mensagens e oferecia música a platéia. Tinha festa também na Escola Rocha Pombo, no Ginásio Moysés Lupion (Vale Porto) e na Maria Arminda do Batel. Mas, para mim a festa marcante e a “melhor” era a dos escoteiros o “Arraiá da Caserna”.

FESTA NA CASERNA

Caserna era o local sede dos escoteiros da tropa Vale Porto, comandada por Manoel Eufrásio Picanço – Maneco Picanço. Em seu terreno continha nos fundos uma construção maior, onde se reunia a tropa. No entorno existiam várias casinhas de madeira, acantonamentos – por sinal, muito bem cuidadas, onde alojavam as patrulhas. Eram cinco ou seis: seniores, lobinhos, touro, águia, cão...

Seu Maneco programava tudo com muita antecedência. Alguns dias antes, a garotada subia o morro do Bom Brinquedo para cortar madeira para fazer um tal de “pau-de-sebo”, que consistia num tronco médio de eucalipto, que após descascado e seco ao sol, era embebido de sebo de animal até ficar totalmente escorregadio. Fixado em local bem visível e estratégico desafiava e atraia a garotada mais ousada a escalar o pau. Na extremidade tinha uma bandeira caso alcançada o vencedor recebia um prêmio. Eta brincadeira divertida!

Enquanto uma patrulha tratava do tal pau-de-sebo, outra já visualizava uma pequena árvore e um bambuzal que próximo o dia da festa seriam cortados para enfeitar a festa. A “Árvore da Surpresa” seria mais uma atração da festa. Uma árvore carregada de brindes, colocada no meio da fogueira, que tombaria em certo momento e a garotada pegava os brindes/surpresa.

Os acantonamentos eram decorados com bandeirinhas e com galhos de bambu e cada patrulha era encarregada em oferecer e comercializar uma guloseima. Minha patrulha era a da Águia e quase sempre – apesar de pouca idade, se encarregava em fazer o quentão. Bebida mais procurada nas noites juninas, para esquentar o corpo e relaxar. Nosso quentão era feito com cachaça – vinho era serra acima, açúcar queimado, gengibre, limão, casca seca de laranja, cravo e canela. Acrescentávamos parte de água, para diminuir o teor alcoólico, mas não perdia seu sabor. Era um sucesso.

Outra atração era o tal do quebra-pote, que consistia em encher um pote de barro com farinha e um brinde. O pode era suspenso por uma corta a uma altura que alguém pudesse alcançar com uma vara. E o desafio era quebrá-lo. Mas, antes, colocávamos o astuto bem abaixo do pote, vendávamos seus olhos, dávamos uma vara comprida e umas giradas para ele perder a noção do espaço e soltávamos ao encontro do pote. A plateia delirava, pois dificilmente alguém o acertava e quebrava-o.  Apesar da torcida poder ajudar o desafiante a se localizar e quebrar o pote: mais a direita...A esquerda...É aí!  E nada. Dá a vez para outro!

Bem, quase esqueci da dança de quadrilha. Apesar que nem sempre oferecíamos este tipo de entretenimento, pois nossa tropa era somente de meninos. Muitas vezes convidávamos quadrilhas de outras escolas para abrilhantar no arraiá. As poucas vezes que conseguimos realizar, lembro muito bem que anunciávamos a Festa Junina da Caserna com um desfile de carroças pelas ruas da cidade.  Os noivos com padre e padrinhos vestidos a caráter convidavam a comunidade a participar da festa. E assim era realizada a tão sonhada Festa da Caserna. Eta tempo bão!

Eduardo Nascimento

25 junho 2022