terça-feira, 14 de março de 2023

TRÊS HOMENS SEM MEDO... mais uma do Divã do Jekiti. Leia e compartihe.

 TRÊS HOMENS SEM MEDO

Programa radiofônico transmitido pela Rádio Antoninense entre 1977/1978

Conta aí Celso Vieira:

 “O programa acontece com objetivo de marcar oposição ao prefeito Paulo Virgílio Savarin. Tínhamos um programa de esporte, eu - Celso Vieira, Paulinho Sabico e João Bang. Criamos o programa Três homens sem medo, programa político...que deixou de ser esportivo. Isso lá nos anos de 1977/78.

O programa transmitido pela Rádio Antoninense, começou a questionar fatos da administração e criou ‘corpo’ por acontecer em horário nobre, diariamente as 11 horas. Naturalmente, o programa começa a questionar as atitudes do prefeito e sua administração - sem medir consequência, pois o próprio nome - Três homens sem medo...nos dava notoriedade e independência. Comentávamos sobre os problemas da cidade...e virou um canal de credibilidade junto aos ouvintes. Todo mundo ouvia diariamente a Antoninense as 11 horas.  Pois era um certo canal do povo...Foi um sucesso!

Daí, surge a história do Deputado Federal Pedro Lauro, que enviou verba para a compra de uma ambulância – o caso mais polêmico do programa - mas no lugar da ambulância o prefeito comprou uma Rural Willys - carro utilitário.

O caso virou assunto na cidade e aumentou ainda mais nossa audiência. Cobramos com rigor explicações do prefeito, pois a população queria saber a verdade.

O programa sempre garantiu espaço ao prefeito para se defender e dar suas explicações, nunca tendo ocorrido. As notícias eram filtradas pelo gabinete, que desviava atenção.

A notícia-denuncia virou uma bomba para a administração, chegando até a televisão da capital. A TV Iguaçu – a maior emissora de Curitiba na época, através do Programa Ari Soares solta a notícia, e o prefeito Savarin vai a televisão explicar o ocorrido. Na tentativa de nos desmentir.

Estou na rádio e recebo um telefonema dizendo que o prefeito iria participar do programa. Pego meu carro, vou a Curitiba e chego na TV Iguaçu com o programa no ar... Fui lá confirmar nossa denúncia e confrontar com o que disse o prefeito.

Confronto declarado, a prefeitura entra em contato com a administração da Radio e oferece patrocínios. Na época o diretor – de Paranaguá, era Ludovico Mikus, que imediatamente manda retirar o programa do ar. Naquele ‘andar da carruagem’ dos três eram dois, pois Bang, tinha deixado o programa, devido a gafe que cometeu. O tal 'cadáver morto'. Que virou total gozação na cidade.

Paulinho Sabico, sendo funcionário contratado pela emissora, também foi afastado. Ficando apenas eu – único homem sem medo. Cumprindo ordem da direção, solitariamente fomos – fui, ao ar pela última vez do programa ‘Três homens sem medo”. Fundo musical: ‘Homem sem braço’. E simplesmente acabou!” Ordem da gerência.

O blogueiro e Celso Vieira. Foto: Beto Lopes

Celso Vieira – Máscara 09 fev. 23 Oralidade –

Gravação, transcrição e corpo: Eduardo Nascimento (Bó)

O Divã do Jekiti é uma coluna publicada no Blog Palavradobo, com causos e histórias contadas pelos frequentadores do Jekiti, lugar de convivência social – ponto de ônibus com dois cafés em Antonina. As conversas-histórias são gravadas, subscritas e postadas pelo editor do blog.

sexta-feira, 10 de março de 2023

O 11 DE MARÇO DE 2011

 

Bairro da Laranjeira 11.03.11 
O 11 de março de 2011

O dia 11 de março de 2011 foi marcado pelos episódios naturais ocorridos em nossa cidade. A bela “deitada-à-beira-do-mar”, como dizia o poeta, acordou assustada com as notícias nunca divulgadas de enchentes e deslizamentos de morros em seu ventre e entorno, causados pela quantidade de chuva torrencial que se abatia.

No dia anterior, a natureza já havia traçado um desenho do que estava para acontecer, quando começou chover em quantidade e volume nunca vistos, descendo dos morros, alagando os pontos mais baixos e dando o primeiro indício com o deslizamento no Morro do Bom Brinquedo, no coração da cidade.

Mas foi na noite do dia 10, quinta-feira, e amanhecer do dia 11, sexta, que presenciamos o maior volume de chuva aqui registrado.

A quantidade e a força da água foram tão intensas que os telhados das casas indicavam que todos iriam desabar. As centenárias telhas de algumas casas históricas não resistiam a tal quantidade de água e gotejavam por inteiro, causando pânico aos moradores. As luzes se apagaram, os telefones ficaram mudos e o abastecimento de água potável foi interrompido.

Leia matéria completa: https://palavradobo.blogspot.com/2013/03/o-11-de-marco.html

Imagens de arquivo:








P.S. Doze anos após a ocorrência, em 2023, e com enormes desastres naturais acontecendo em nossa região e no país inteiro – São Sebastião, litoral paulista... pergunta-se como estão às atividades da Defesa Civil de Antonina? Os equipamentos de alarme instalados pós-tragédia para alertar as comunidades de risco ainda existem e funcionam? Aliás, como estão as áreas de risco do município e sua população?

sexta-feira, 3 de março de 2023

Manah...adubando dá! História engraçada com seu Hermano Martins.

 Manah…adubando dá.

Nos anos setenta, lá no século passado, um grupo de jovens amigos, tinha como passeio - nos finais de semana, pegar o busão (ônibus) e ir até a Prainha e a Ponta da Pita. Na época o local era assim conhecido e não tinha ligação entre as partes.

Retornávamos sempre ao entardecer e encontrávamos seu Hermano com sua equipe de vôlei disposta a desafiar a turma da cidade, para algumas partidas. Ao lado da casa do seu Hermano havia um descampado, que hora era campinho de futebol e outra quadra de vôlei.

Desafio aceito e estávamos nos, mas para se divertir que para vencer alguma coisa. Seu Hermano, já idoso, conhecido com ex-combatente, organizava tudo. Quadra, rede, bola e o time era composto em sua maioria pelos filhos. E segue o jogo.

Na época tinha uma propaganda na televisão sobre adubo que viralizou e virou decoreba em muitos meios: Manah…adubando dá! Era a frase marcante.

Nos times havia alguns jogadores mais habilidosos, como também os tais “pontos cegos”, nos casos da equipe da cidade era o próprio que relata: o Bó. E no time local impressionante era o seu Hermano.

Então, quando alguém ia sacar uma bola, olhava para nós e falava: lá vai… Manah…adubando dá. E não dava outra…ponto para a equipe.

Assim, por muito tempo - mais de 50 anos, quando nos encontrávamos cumprimentávamos cordialmente…saudando…Manah…adubando dá!

Seu Hermano na
Farmácia Internacional, 2003. Acervo.

Seu Hermano, o expedicionário Hermano Ferreira Martins, faleceu esta semana, no dia 27 de fevereiro de 2023, com 102 anos, deixando muita história e saudades. Dedico esta singela lembrança das nossas brincadeiras, quase nada para um herói longevo.

Eduardo Bó Nascimento 03 mar 2023

Divã do Jekiti é uma coluna publicada no Blog Palavradobo, com causos e histórias contadas pelos frequentadores do Jekiti, lugar de convivência social – ponto de ônibus com dois cafés em Antonina. As conversas-histórias são gravadas, subscritas e postadas pelo editor do blog.