segunda-feira, 27 de junho de 2022

A SOLDA DE AIRTON FOLHA-SECA. Mais um no Divã do Jekiti.

 

Hoje nosso "paciente" é o amigo frequentador Beto Lopes, Beto Bombeiro. Ele vai nos contar uma das suas boas histórias. Conta aí Beto:

A SOLDA DE AIRTON FOLHA-SECA

Num domingo veio um casal de Curitiba de Opalão, quando chegou em frente ao Material de Construção do Guilherminho, o escape do carro soltou. No momento eu estava passando perto, parei e notei que seria preciso fazer uma solda no suporte do escapamento. O proprietário do opala me perguntou se tinha uma oficina por perto. Rapidamente pensei na oficina do Polenta, mas estava fechada no momento, lembrei então da oficina do Airton folha-seca, ali no Jardim Capelista... E lá fomos nós.

O rapaz entrou no carro e me seguiu até a oficina. Chegando lá foi o próprio Airton que nos recebeu. Rapidamente abriu o portão, pegou o “jacaré” e levantou o carro, colocou os óculos de solda e seu impecável macacão e começou a mexer no aparelho de solda.

- Isso aqui é fácil só soltou a braçadeira, já resolvo para o senhor...Deixe-me ver onde está o arame. E não achava nenhum pedaço de arame para fazer a braçadeira e prender o tal escapamento, então olhou para o lado e viu uma cerca com arame farpado, pegou o alicate e não deu outra...Cortou dois pedaços do arame e o pior que era da cerca do vizinho.

Tudo isso aconteceu aos olhos do proprietário do Opala, que não parava de coçar a cabeça e duvidar que o problema do escapamento seria resolvido.

Minutos depois o casal sai satisfeito da oficina do Airton, pois apesar da precariedade, o carrão saiu tinindo para continuar seu passeio. O que importa foi à vontade em resolver o problema e deixar o casal satisfeito.

Gravando com Beto Bombeiro

Gravado, transcrito e editado por Eduardo Nascimento

O Divã do Jekiti é uma coluna publicada no Blog Palavradobo, com causos e histórias contadas pelos                frequentadores do Jekiti, lugar de convivência social – ponto de ônibus com dois cafés.                        As conversas-histórias são gravadas, subscritas e postadas pelo editor do blog.


sábado, 25 de junho de 2022

HOJE TEM FESTA JUNINA? TEM SIM SENHOR. Histórias e Estórias.

 

HOJE TEM FESTA JUNINA? TEM SIM SENHOR.

 As festas juninas sempre foram os eventos mais esperados durante minha adolescência e juventude (anos 60/70). Em Antonina faziam-se festas memoráveis. Tudo muito simples, mas criativo. Os santos Antônio, João. Pedro e Paulo eram comemorados com rigor e muita alegria, principalmente nas capelas e nas escolas de ensino.

Na Liga acontecia a maior festa da cidade, em quantidade de barraquinhas, na grande Dança de Quadrilha e na fogueira, que sem dúvida era a mais alta e queimava dois dias. Em todas tinham quentão, pinhão, batata doce, cara, bolo de fubá, cocadas e muitas guloseimas tradicionais das festas juninas.

As meninas trajavam vestidos compridos de chitas, chapéus e lindas tranças com fitas. Já os “marmanjos” colocavam remendos nas calças, pintavam bigodes, barbas e até dentes. Na cabeça o tradicional chapéu de palha...e começava a dança da quadrilha, sempre marcada pela alegria de um “marcador-cantador”, Pelego, Wilson Cavalcanti ou Glostora, acompanhada por um sanfoneiro.

Os pontos eram mais ou menos esses: “Anavan...anarrie...otrefoá... (não sei se é assim que se escreve...hehehe.) Os cavalheiros cumprimentam as damas...E vice-versa. Passear na roça...Tem cobra no caminho...Volta que vem chuva. Trocar de par... De novo...novamente.” E seguia o baile até o ponto alto da festa, com o casamento dos noivos, com padre e tudo que a cerimônia exigisse.

Também tinha festa na Escola Brasilio Machado, sobre a batuta de Zéco Pinto e Cia. Onde a novidade era um serviço de alto-falante (quase sempre equipamentos emprestados das Casas Pernambucanas) onde o locutor enviava mensagens e oferecia música a platéia. Tinha festa também na Escola Rocha Pombo, no Ginásio Moysés Lupion (Vale Porto) e na Maria Arminda do Batel. Mas, para mim a festa marcante e a “melhor” era a dos escoteiros o “Arraiá da Caserna”.

FESTA NA CASERNA

Caserna era o local sede dos escoteiros da tropa Vale Porto, comandada por Manoel Eufrásio Picanço – Maneco Picanço. Em seu terreno continha nos fundos uma construção maior, onde se reunia a tropa. No entorno existiam várias casinhas de madeira, acantonamentos – por sinal, muito bem cuidadas, onde alojavam as patrulhas. Eram cinco ou seis: seniores, lobinhos, touro, águia, cão...

Seu Maneco programava tudo com muita antecedência. Alguns dias antes, a garotada subia o morro do Bom Brinquedo para cortar madeira para fazer um tal de “pau-de-sebo”, que consistia num tronco médio de eucalipto, que após descascado e seco ao sol, era embebido de sebo de animal até ficar totalmente escorregadio. Fixado em local bem visível e estratégico desafiava e atraia a garotada mais ousada a escalar o pau. Na extremidade tinha uma bandeira caso alcançada o vencedor recebia um prêmio. Eta brincadeira divertida!

Enquanto uma patrulha tratava do tal pau-de-sebo, outra já visualizava uma pequena árvore e um bambuzal que próximo o dia da festa seriam cortados para enfeitar a festa. A “Árvore da Surpresa” seria mais uma atração da festa. Uma árvore carregada de brindes, colocada no meio da fogueira, que tombaria em certo momento e a garotada pegava os brindes/surpresa.

Os acantonamentos eram decorados com bandeirinhas e com galhos de bambu e cada patrulha era encarregada em oferecer e comercializar uma guloseima. Minha patrulha era a da Águia e quase sempre – apesar de pouca idade, se encarregava em fazer o quentão. Bebida mais procurada nas noites juninas, para esquentar o corpo e relaxar. Nosso quentão era feito com cachaça – vinho era serra acima, açúcar queimado, gengibre, limão, casca seca de laranja, cravo e canela. Acrescentávamos parte de água, para diminuir o teor alcoólico, mas não perdia seu sabor. Era um sucesso.

Outra atração era o tal do quebra-pote, que consistia em encher um pote de barro com farinha e um brinde. O pode era suspenso por uma corta a uma altura que alguém pudesse alcançar com uma vara. E o desafio era quebrá-lo. Mas, antes, colocávamos o astuto bem abaixo do pote, vendávamos seus olhos, dávamos uma vara comprida e umas giradas para ele perder a noção do espaço e soltávamos ao encontro do pote. A plateia delirava, pois dificilmente alguém o acertava e quebrava-o.  Apesar da torcida poder ajudar o desafiante a se localizar e quebrar o pote: mais a direita...A esquerda...É aí!  E nada. Dá a vez para outro!

Bem, quase esqueci da dança de quadrilha. Apesar que nem sempre oferecíamos este tipo de entretenimento, pois nossa tropa era somente de meninos. Muitas vezes convidávamos quadrilhas de outras escolas para abrilhantar no arraiá. As poucas vezes que conseguimos realizar, lembro muito bem que anunciávamos a Festa Junina da Caserna com um desfile de carroças pelas ruas da cidade.  Os noivos com padre e padrinhos vestidos a caráter convidavam a comunidade a participar da festa. E assim era realizada a tão sonhada Festa da Caserna. Eta tempo bão!

Eduardo Nascimento

25 junho 2022

 

 

 


quarta-feira, 8 de junho de 2022

MP do Paraná denuncia ação de improbidade administrativa por fraude em obras de acesso ao Porto de Antonina

Improbidade Administrativa 03/06/2022 MPPR denuncia por corrupção e ajuíza ação de improbidade administrativa contra investigados por fraude em obras de acesso ao Porto de Antonina O Ministério Público do Paraná em Antonina, no Litoral do estado, promoveu denúncia por crimes de corrupção e ajuizou ação civil pública por atos de improbidade administrativa contra servidores públicos municipais, empresária e pessoa jurídica investigadas por possível participação em fraudes no âmbito de convênio mantido pelo Município para a pavimentação de vias de acesso ao Porto de Antonina. Os servidores são suspeitos de receberem vantagens indevidas (“propinas”) de agentes privados para praticarem ilegalidades que resultaram no enriquecimento ilícito das partes e em prejuízo aos cofres públicos. De acordo com apuração da 1ª Promotoria de Justiça de Antonina, os fatos ocorreram entre os anos de 2011 e 2012 em contrato firmado pelo Município com empresa do ramo da construção civil. Os servidores públicos, que na época atuavam como fiscais das obras previstas no contrato, teriam praticado diversas irregularidades, entre elas erros intencionais em planilhas de medição, autorizações de pagamentos por serviços não executados, autorizações para a execução de serviços não previstos no contrato, além da celebração de aditivos de aumento do prazo sem justificativa. O contrato foi firmado a partir de convênio com empresa pública que previa o repasse de R$ 6.943.695,25 para o Município, sendo este responsável pela execução das obras. Segundo auditorias realizadas no curso das apurações, a pessoa jurídica contratada para a realização das obras teria recebido R$ 653.336,54 a mais do que o devido pelos serviços prestados. Na ação civil pública, o Ministério Público do Paraná pleiteia o ressarcimento de R$ 1.669.196,00 aos cofres públicos como reparação pelos prejuízos causados, considerando a correção monetária e juros dos valores indevidamente pagos. Outras condenações – O MPPR já obteve condenação transitada em julgado (Ação Penal 0001820-11.2017.8.16.004318) de três pessoas envolvidas em fatos conexos – o então secretário Municipal de Obras e dois empresários do setor. Ação Penal: 0001410-74.2022.8.16.0043 Ação Civil Pública: 0001415-96.2022.8.16.0043 Informações para a imprensa: Assessoria de Comunicação comunicacao@mppr.mp.br (41) 3250-4264

segunda-feira, 6 de junho de 2022

Mais um no Divã do Jekiti...André Skipper: Esse Tilico

 

Hoje nosso "paciente" é o amigo frequentador André Skipper. Ele vai nos contar umas boas histórias. Conta aí André:

ESSE TILICO

“Tive um cachorrinho chamado Tilico, que sempre me acompanhava, principalmente nos meus passeios de barco - como sabem tenho um barco que faço passeios turísticos pela baía - certo dia eu estava com ele lá no trapiche no barco e acabaram soltando fogos ali na praça do mercado, e todo cachorro tem pavor de fogos e em vez dele se esconder no barco, ele se escondeu numa canoa de um pescador, que estava por ali atracada. Mas ninguém percebeu onde ele tinha se escondido, nem eu muito menos o pescador. Até aí…beleza, passei o dia fazendo uns passeios e a tarde ancorei o barco e fui embora para casa, mas percebi que o Tilico não apareceu…tinha sumido. 

No dia seguinte pela manhã peguei o barco e fui para o Trapiche e de repente chegou um canoeiro, andarilho do Teixeira e me perguntou: - André aquele cachorrinho marrom é teu? Eu respondi- É, aquele cachorrinho marrom é meu! - Pois é cara ele está lá na ilha do Teixeira. Eu falei…Como assim, está na Ilha do Teixeira? Daí respondeu: não sei cara ele entrou numa canoa e acabou indo para lá.

Fiquei preocupado, pois teria que ir até lá buscar o cachorrinho, mas, tudo ficou na preocupação - ainda bem, e não é que o Tilico subiu no mesmo barco e voltou pra Antonina!?!?

Aí ‘fiquei de cara’ com a sabedoria do bichinho, como é que ele soube entrar no barco pra voltar pra Antonina se também tem barcos que vai pra Paranaguá? Enfim, o cachorro passou final de semana na ilha foi de barco e voltou de barco. Hehehe…O cachorro era incrível!

Outra do Tilico:

Eu e Zinho saímos daqui a noite de bicicleta, com destino a Morretes, e o cachorro foi atrás da gente…acompanhando. De repente a gente pegou uma descida e fomos embora - o cachorro ficou para traz, aí pensei…puta merda, perdemos o cachorro. Ele deve estar voltando…cara…quando chegamos na ponte lá em Morretes, não é que o cachorro estava lá sentado, em cima da ponte, nos esperando. Foi na frente da gente, ficou nos esperando e a nós achando que o cachorro estava perdido… morreu atropelado. Porque com a idade, já estava meio cego e surdo - ele ficou 15 anos comigo. Esse cachorro era tão inteligente que obedecia a todas as palavras de comando que eu dava à ele. Reconhecia até a buzina do barco. Saudades do Tilico.”

 

André Skipper 06/06/2022

Gravado, transcrito e editado por Eduardo Nascimento

O Divã do Jekiti é uma coluna publicada no Blog Palavradobo, com causos e histórias contadas pelos frequentadores do Jekiti, lugar de convivência social – ponto de ônibus com dois cafés.                       As conversas-histórias são gravadas, subscritas e postadas pelo editor do blog.


quarta-feira, 1 de junho de 2022

RECORTES DA HISTÓRIA DA IGREJA DE SÃO BENEDITO DE ANTONINA

 

Igreja de São Benedito de Antonina- 2004, 
vista da rua Ermelino de Leão, antiga Travessa de São Benedito.

Prólogo – A Igreja de São Benedito é marco vivencial da passagem da minha família por esta tão pequena travessa. Desde criança tenho hábitos de sentar-se em suas escadarias para apanhar uma brisa que vem do mar, bater aquele papo extenso e aproveitar para escrever algumas lembranças da infância. Dia deste, na escadaria, me dei conta de amigos e devotos da igreja e fui interrogado sobre a história do templo, mas, muito pouco soube acrescentar. Aproveitei o tempo e fui em busca de alguns arquivos, e quase nada encontrei. Procurei o Iphan-Pr e prontamente me enviou material essencial para que pudesse oferecer este tão sublime relato, sobre nossa bela igreja de São Benedito de Antonina. Como Benedito é o padroeiro dos cozinheiros, espero que gostem do tempero. Bom apetite!


RECORTES DA HISTÓRIA DA IGREJA DE SÃO BENEDITO DE ANTONINA

A Igreja de São Benedito de Antonina, foi construída no início do século XIX, com mão de obra escrava secundados pelo Capitão Francisco Antônio da Cruz, e segundo a crença, servia de recolhimento religioso aos escravos que viam no milagroso santo São Benedito seu protetor contra a perseguição do homem branco e como refúgio de escravos fugidios de fazendas de mineração.

“Embora incerta a data das obras iniciais de construção da igreja, o ano de 1827 consta como referência, uma vez que neste ano o Capitão Antônio Pereira do Amaral, deixou através de testamento uma quantia de dezoito mil reis, para auxiliar as obras que já se encontravam iniciadas.” dados esses obtidos em pesquisa realizada pela empresa Traço Cultural¹.

O historiador Ermelino de Leão², se apropria do relatório do presidente da Província Pádua Fleury de 1865 que declara que as obras da igreja foram concluídas somente em 1859 e que já se encontravam em estado de arruinamento seis anos depois. Apesar de sua localização constar na atual Rua Dr. Carlos Gomes da Costa, denominada na pesquisa como Rua de São Benedito, consta em meus alfarrábios – escritura da minha casa - que a Travessa de São Benedito atualmente é a Rua Ermelino de Leão, que também foi nominada de Jaime Reis.

A Igreja de São Benedito, durante todo este percurso, passou por vários processos de reforma e abandono por parte da comunidade, sofrendo com isso inúmeras intervenções construtivas relacionadas as características originais.

Durante quase todo período da minha infância e adolescência (1950/1960) mais presenciei estado de abandono do que funcionabilidade. O templo permaneceu inativo por longo período, ou em reformas, sendo até dessacralizado. Na década de sessenta – não tenho precisão do ano, com a grande movimentação de cargas pelo Porto de Antonina, a igreja serviu de local para armazenamento de sacaria de milho.

Ainda na infância, era estimulador pular as muretas da igreja e brincar em seu interior. Entravamos pela sacristia, e visitávamos o altar com o nicho do santo, subíamos no coro, batíamos o sino e o mais fascinante era subir até a torre – ponto mais alto do local – onde podíamos descortinar toda a cidade, seu casario e sua baía. A antiga sacristia, por algum tempo serviu de sede da Congregação Mariana, onde fazíamos bingo e tínhamos uma mesa de ping-pong para passar nossas horas de recreação. Em uma certa reforma feita no templo, em torno de 1970, fui ajudante do artista Mario Araújo, que repintou os afrescos e colunatas do templo.

Hoje a igreja encontrasse em considerável estado de conservação, graças aos esforços de abnegadas pessoas da comunidade, que quando necessário atendem suas necessidades, manutenção, reformas e tornam vivo, aquele importante marco da nossa história.

 

Imagem de São Benedito, venerada em Antonina. 
Em procissão 2009.

São Benedito, o santo negro

“A história da devoção ao santo negro, é um santo católico que, segundo algumas versões de sua história, nasceu em 1524 na Sicília (Itália), em família pobre e descendente de africanos escravizados na Etiópia. Outras versões dizem que foi um escravo capturado no norte da África, o que era muito comum no sul da Itália nesta época. Neste caso, ele seria de origem moura, e não etíope. Chamado pelo apelido de "mouro" devido a cor escura da pele.

No Brasil, o santo é tradicionalmente venerado pelos negros, que relacionam o período de escravidão e a origem africana do santo com o seu próprio passado de escravidão e suas raízes africanas. Foi canonizado pelo Papa Pio VII em 24 de maio de 1807. Padroeiro dos negros dos cozinheiros dos Africanos das donas de casa e dos profissionais de nutrição.” ³

Não há referência quanto a origem da imagem do santo São Benedito. Venerado na igreja de Antonina, e comemorado a 04 de outubro.

PAC das Cidades Históricas

A Igreja de São Benedito em Antonina, é um dos monumentos contemplados pelo PAC das Cidades Históricas do Iphan, que aguarda liberação de recursos para sua execução. O projeto foi elaborado pela empresa Traço Cultural – Arquitetura e Patrimônio, e quando executado não só irá recuperar suas características originais, como também deixará um belo legado ao nosso patrimônio histórico-cultural religioso, importante atrativo ao desenvolvimento de um turismo sustentável e permanente.

Texto e fotos © Eduardo Nascimento   01 junho 2022


Igreja de São Benedito/Antonina 2009
Iluminação cênica.


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¹TRAÇO CULTURAL – arquitetura e patrimônio-2014- Pac Cidades Históricas/Iphan-Pr

² Leão, Ermelino. Homens e Factos. 1918.

³Benedito, o Mouro. Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre