terça-feira, 30 de agosto de 2022

Baile do terror no Clube Primavera...mais uma do Divã do Jekiti.

 

Hoje nossa "paciente" é a amiga Marilisa Fonseca Lang, que retorna nos contar histórias da cidade. Conta aí Marilisa:

Baile do terror no Clube Primavera

Eram idos anos de 1976 ou 1977.

No carnaval de um destes anos minha tia/prima Ana Maria fez fantasias de carnaval para mim e minhas primas, um vestido comprido tipo mortalha acetinada que usamos com máscaras.

Na época cursava a Escola Normal e Científico. Minha amiga Betinha/Elizabeth Martins Esperança, que depois se casou com o jogador de futebol do coxa Dionísio - hoje um grande mecânico de automóveis, fazia Escola Normal comigo. Tristemente nossa amiga e conterrânea Betinha que virou evangélica fervorosa foi uma das vítimas da Covid.

Um dia ela perguntou-me se eu ainda tinha a roupa preta que eu havia usado no carnaval. Disse que sim e ela pegou emprestada para usar num baile de terror no Clube Primavera.

Eu não frequentava o Primavera, meus pais não deixavam alegando que todas as meninas que lá frequentavam eram mal faladas (que inveja, como elas se divertiam e contavam pra gente as segundas-feiras). Segunda-feira seguinte na Escola Normal todas as três turmas só falavam na Betinha. Ela foi a princesinha deitada num caixão de verdade, fingindo estar morta até o vampiro a ressuscitar a meia noite. Levei um susto com a coragem e ousadia da minha amiga, mas nunca quis receber de volta a fantasia usada por ela dentro de um caixão.

Anos depois frequentei uma única vez o Primavera com um grupo de amigos. Como me diverti. Que pena que estes bailes de clube se extinguiram…

Marilisa Lang (imagem facebook)

Marilisa Fonseca Lang 22 ago 2022

 

O Divã do Jekiti é uma coluna publicada no Blog Palavradobo, com causos histórias contadas pelos frequentadores do Jekiti, lugar de convivência social – ponto de ônibus com dois cafés em Antonina. As conversas-histórias são gravadas, subscritas e postadas pelo editor do blog.


segunda-feira, 29 de agosto de 2022

"PEGARAM O HOMEM COM A MÃO NO JARRO."

 

“COM A MÃO NO JARRO”

Nos últimos anos não venho mais usando meu blog para reivindicar ou questionar atuações políticas. Razões me sobram. Venho ultimamente preenchendo meu ócio com matérias históricas sobre meu “quadrado” ...Republicando matérias e postando no marcador “Divã do Jekiti” *, histórias que conto e ouço sempre, no nosso espaço de convivência do mesmo nome: Jekiti (uma velha rodoviária que virou apenas ponto de ônibus, onde contém dois cafés, abertos a gosto dos proprietários e abriga inúmeros de conversadores dos mais diversos conceitos e aptidões, para saborear uma boa conversa regada de café e pasteis). Me surpreende o diminuto grau de acessos quando o assunto é apenas de caráter cultural, comparado com as matérias postadas sobre crônicas políticas locais, onde o número de acessos surpreendia a expectativa.

Esta postagem “COM A MÃO NO JARRO” é apenas fictícia e para testar o grau de necessidade dos bloguistas seguidores. Aliás, sobre esta e outras pautas políticas parecem não mais fazerem parte do cotidiano capelistas. Vivemos em um mar de rosas?!?!?!

É apenas um teste com feedback.

*Em assertivas para edição de um livro sobre causos antoninenses “ Divã do Jekiti”. Aguarde e participe, enviando sua história.


segunda-feira, 22 de agosto de 2022

ANTONINA E A BICICLETA

ANTONINA E A BICICLETA

Nossa pequena cidade está entre as que mais usam a bicicleta como meio de transporte e laser, segundo consta no livro “O Brasil que pedada”. (1)


Dados interessantes foram levantados pelos pesquisadores, que servem para um possível planejamento futuro, tais como:

a)      97% das bicicletas são do tipo comum;

b)      70% são utilizadas por homem;

c)      67% usam as bicicletas todos os dias;

d)      25% dos usuários então na faixa etária entre 10 a 19 anos;

e)      23% no caso a maioria, usa entre 10 a 14 minutos diários;

f)       27% usam a bicicleta porque acham que é mais saudável e prático.

 Dificilmente você vai encontrar na cidade, uma casa onde não tenha ao menos uma bicicleta. A “magrela” como é chamada pelos mais jovens, está sempre no canto a espera de alguém. Serve para encurtar o tempo, nas pequenas tarefas do cotidiano e para ir ao trabalho.

Revendo um pouco nossa história, lembro quando ainda funcionavam as Indústrias Matarazzo, isso nas décadas de 60-70, onde a grande maioria dos funcionários usava a bicicleta como veículo de transporte. Também era o veículo dos estudantes que cursavam o Ginásio Moysés Lupion, pois a distância teria que ser vencida diariamente, principalmente para os alunos que moravam no centro e nos bairros mais distantes.

Em dia de festa comemorativa ao aniversário da cidade, trabalhadores e estudantes enfeitavam suas bicicletas com papel crepom, e desfilavam pelas ruas cidade. Era uma glória!

Atualmente a bicicleta continua fazendo parte da nossa paisagem e do modal de transporte, apesar de termos poucas ou quase nada de ciclovias, nenhuma demarcada e sinalizada. Novos adeptos ao ciclismo - os esportistas e performáticos, constituem uma clientela crescente. Creio que a atividade devera ainda mais crescer - em todo o planeta, após a pandemia do novo covid-19. Veículo único, pessoal, ágil, econômico e saudável.

 Mas ainda temos muito o que fazer. A circulação de ciclistas nas vias que levam aos terminais portuários é extremamente perigosa. Não há ciclovia e o mais grave é que boa parte dos ocupantes, trefega na contramão, entre ônibus, carros e pesados caminhões. Receita certa para graves acidentes.

Se faz necessárias ações emergenciais, por parte da prefeitura, que possibilitem mais segurança aos nossos ciclistas e a todos que fazem da bicicleta o seu meio de transporte, lazer ou simples paixão em se equilibrar em duas rodas.

Minha relação com a bicicleta

Como bom antoninense, desde criança...é claro. Minha primeira bicicleta ganhei, creio entre 8 e 10 anos. Mas foi uma odisseia.

Meu tio-avô Bráulio – mantenedor da família, resolveu me presentear no Natal com uma bicicleta. Mas na época não havia loja na cidade para tal compra. Lá foi ele a Morretes comprar o tal presente. Na minha cabeça de criança, uma bicicleta tinha que ser pequena e com as duas “rodinhas” laterais, que facilitariam minha aprendizagem.

No dia marcado à chegada da encomenda – a bicicleta veio de trem Morretes-Antonina, comprada nas Lojas 3B – ouvi alguém bater à porta de casa e a voz de meu tio: - Chegou tua bicicleta!  Um detalhe...A entrega era feita de carroça a cavalo pelo seu Brites.

Quando vi a bicicleta me pus a chorar, pois a encomenda era muito grande e eu queria uma “bicicletinha” que tivesse rodinha. E além do mais, era pra menina. E meu tio argumentou: - Comprei uma bicicleta maior, pois no futuro você irá pro Ginásio e poderá aproveitá-la.

Com toda dedicação que o velho Bó sempre me proporcionou, fez artesanalmente duas rodas de madeira, e adaptou a bicicleta. Assim foi que aprendi a andar.

Bicicleta e fotografia

Encontrei a fotografia pelos idos de 1975, quando ainda aluno da Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Meu primeiro equipamento obtive como prêmio de um concurso de imagens “Aspectos do Paraná”, promovido pelo MIS-PR. De lá pra cá, fui trocando a paleta de tinta pela Reflex Minolta 135mm. Sempre fotografei os objetos e paisagens de Antonina., e uma das fotos curiosas foi registrada em um canto do antigo Porto Barão de Teffé, onde estava parada uma bicicleta, junto a um letreiro: “É proibido colocar bicicreta!”

Mas, foi somente em 2008, que resolvi escolher a bicicleta como um dos meus objetos favoritos. Isso, sem nenhum esnobe, junto ao Lago de Como, na Itália, durante um breve período solitário, na espera de um barco para fazer a travessia até Torno, localidade onde meu filho morava. De lá pra cá, onde pude estar registrei a presença da bicicleta.

Fiz centenas de imagens casuais, que me proporcionou uma exposição no MAC-PR em 2017, comemorativa aos 40 anos de “treinamentos” ...Mostra fotográfica “Bicicleta”.

Leia matéria completa no livro "Antonina frag-men-tos" solicite por WhatSapp 99906-4081 e receba em casa.

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(1)    Soares, André e Guth, Daniel (organizadores) “O Brasil que pedala. A cultura da bicicleta nas cidades pequenas”. Pesquisa elaborada por José Assunção Belotto, Silvana Nakamori e David Pinheiro Lima Couto.Edt Jaguatirica, RJ,2018.

N.Blog: esta matéria foi publicada em 2020, recentemente a cidade foi contemplada com uma Via Exclusiva para Ciclista, em trecho da Av. Thiago Peixoto, graças a recursos do Deputado Goura. Mais comodidade e segurança aos ciclistas que trafegam pela via. Boa Nota! 

 

terça-feira, 16 de agosto de 2022

CORPO LUMINESCENTE...Mais uma no Divã do Jekiti.

 

Hoje nossa "paciente" é a amiga professora Marilia Diaz, que retorna nos contar histórias da cidade. Conta aí professora:

Corpo luminescente

Entre os anos de 2003/2005 coordenei e ministrei aulas para professores no Projeto O Ensino da Arte e a Formação do Professor.  Os encontros ocorriam em Antonina no belo Teatro da cidade e depois no Salão da Igreja Paroquial. Não faltavam histórias e poli queixas.

Um dia, uma professora relatou um caso espantoso. Um de seus alunos, todos os dias pedia para sair 15 minutos antes de a aula acabar e também um pedaço de barbante.

Curiosa acabou perguntando ao menino: o que estava acontecendo?

Nervoso, o pequeno alegou que precisava chegar antes do meio dia a Cruz das Almas. A docente não compreendeu. O menino explicou que pegava a baba das velas e o barbante cedido pela professora para fazer uma nova vela. Outros meninos também competiam pelo material do Cemitério. Ele precisava se apressar.

Então, mostrou a velha lata amassada de molho de tomate que usava para coletar a parafina e que garantia a luz para as noites solitárias. Claridade para afastar o medo, o isolamento e para esperar o sono chegar. Filho de pais alcoolistas ausentes e abusado pelo irmão viciado, a pequena casa escura era seu abrigo, seu segundo corpo, mas havia o escuro tenebroso. A vela era tudo o que tinha contra o temor. Seu farol para esperar o novo dia. Sucessão da noite e do dia. História repetida à exaustão. Quanta vicissitude, quanta luta nas Antoninas desse país!

Profa. Marilia Diaz

Marília Diaz Professora da UFPR e artista visual.

O Divã do Jekiti é uma coluna publicada no Blog Palavradobo, com causos e histórias contadas pelos frequentadores do Jekiti, lugar de convivência social – ponto de ônibus com dois cafés em Antonina. As conversas-histórias são gravadas, subscritas e postadas pelo editor do blog.

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

Os 137 anos da Escola Brasílio Machado.

A “Escola Brasílio Machado” completa 137 anos.

O dia 15 de agosto além de ser comemorativo a padroeira da cidade, Nossa Senhora do Pilar, o Centro Estadual de Educação Profissional Dr. Brasílio Machado - carinhosamente conhecida como Escola Brasilio Machado, pelos seus decanos alunos, completa 137 anos de existência.

Sua centenária história - sempre em defesa da boa educação do povo antoninense, passa por vários estágios, em sua maioria glorificando sua missão e em outros de abandono, fator primordial dos desgovernos e do zelo por parte da comunidade.

Hoje a velha Casa Escolar funciona como um Centro de Educação Profissional, mantida pelo Governo Estadual.

Que a querida e bela história continue a semear conhecimento em nossa cidade e região, principalmente nesse momento político conturbado de incertezas. A educação sempre será o caminho para o equilíbrio, crescimento e reflexão humanitária.

Viva o Brasílio!*

 

Escola Brasílio Machado...Momentos distintos

1-     Em 15 de agosto de 1885 - Fundação da Casa Escolar Dr. Brasílio Machado (em homenagem Presidente da Província do Paraná, então Dr. Brasílio Augusto Machado de Oliveira).

2-     Em 1998 - Encerramento das atividades normais de ensino primário, com a Municipalização da educação no ensino básico. Passou somente a ofertar o Ensino Supletivo Fase II, no período noturno.

3-     Em 30 de junho de 2006 – Entrega das novas instalações e recuperação do prédio histórico e transformação em Centro Estadual de Educação Profissional Doutor Basílio Machado.

Leia mais: https://palavradobo.blogspot.com/2020/04/escola-dr-brasilio-machado-um-recorte.html

Fonte: livro “ Antonina Frag-men-tos” de Eduardo Nascimento. 2020.

*Homenagem de seu ex-aluno autor e bloguista.