segunda-feira, 22 de agosto de 2022

ANTONINA E A BICICLETA

ANTONINA E A BICICLETA

Nossa pequena cidade está entre as que mais usam a bicicleta como meio de transporte e laser, segundo consta no livro “O Brasil que pedada”. (1)


Dados interessantes foram levantados pelos pesquisadores, que servem para um possível planejamento futuro, tais como:

a)      97% das bicicletas são do tipo comum;

b)      70% são utilizadas por homem;

c)      67% usam as bicicletas todos os dias;

d)      25% dos usuários então na faixa etária entre 10 a 19 anos;

e)      23% no caso a maioria, usa entre 10 a 14 minutos diários;

f)       27% usam a bicicleta porque acham que é mais saudável e prático.

 Dificilmente você vai encontrar na cidade, uma casa onde não tenha ao menos uma bicicleta. A “magrela” como é chamada pelos mais jovens, está sempre no canto a espera de alguém. Serve para encurtar o tempo, nas pequenas tarefas do cotidiano e para ir ao trabalho.

Revendo um pouco nossa história, lembro quando ainda funcionavam as Indústrias Matarazzo, isso nas décadas de 60-70, onde a grande maioria dos funcionários usava a bicicleta como veículo de transporte. Também era o veículo dos estudantes que cursavam o Ginásio Moysés Lupion, pois a distância teria que ser vencida diariamente, principalmente para os alunos que moravam no centro e nos bairros mais distantes.

Em dia de festa comemorativa ao aniversário da cidade, trabalhadores e estudantes enfeitavam suas bicicletas com papel crepom, e desfilavam pelas ruas cidade. Era uma glória!

Atualmente a bicicleta continua fazendo parte da nossa paisagem e do modal de transporte, apesar de termos poucas ou quase nada de ciclovias, nenhuma demarcada e sinalizada. Novos adeptos ao ciclismo - os esportistas e performáticos, constituem uma clientela crescente. Creio que a atividade devera ainda mais crescer - em todo o planeta, após a pandemia do novo covid-19. Veículo único, pessoal, ágil, econômico e saudável.

 Mas ainda temos muito o que fazer. A circulação de ciclistas nas vias que levam aos terminais portuários é extremamente perigosa. Não há ciclovia e o mais grave é que boa parte dos ocupantes, trefega na contramão, entre ônibus, carros e pesados caminhões. Receita certa para graves acidentes.

Se faz necessárias ações emergenciais, por parte da prefeitura, que possibilitem mais segurança aos nossos ciclistas e a todos que fazem da bicicleta o seu meio de transporte, lazer ou simples paixão em se equilibrar em duas rodas.

Minha relação com a bicicleta

Como bom antoninense, desde criança...é claro. Minha primeira bicicleta ganhei, creio entre 8 e 10 anos. Mas foi uma odisseia.

Meu tio-avô Bráulio – mantenedor da família, resolveu me presentear no Natal com uma bicicleta. Mas na época não havia loja na cidade para tal compra. Lá foi ele a Morretes comprar o tal presente. Na minha cabeça de criança, uma bicicleta tinha que ser pequena e com as duas “rodinhas” laterais, que facilitariam minha aprendizagem.

No dia marcado à chegada da encomenda – a bicicleta veio de trem Morretes-Antonina, comprada nas Lojas 3B – ouvi alguém bater à porta de casa e a voz de meu tio: - Chegou tua bicicleta!  Um detalhe...A entrega era feita de carroça a cavalo pelo seu Brites.

Quando vi a bicicleta me pus a chorar, pois a encomenda era muito grande e eu queria uma “bicicletinha” que tivesse rodinha. E além do mais, era pra menina. E meu tio argumentou: - Comprei uma bicicleta maior, pois no futuro você irá pro Ginásio e poderá aproveitá-la.

Com toda dedicação que o velho Bó sempre me proporcionou, fez artesanalmente duas rodas de madeira, e adaptou a bicicleta. Assim foi que aprendi a andar.

Bicicleta e fotografia

Encontrei a fotografia pelos idos de 1975, quando ainda aluno da Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Meu primeiro equipamento obtive como prêmio de um concurso de imagens “Aspectos do Paraná”, promovido pelo MIS-PR. De lá pra cá, fui trocando a paleta de tinta pela Reflex Minolta 135mm. Sempre fotografei os objetos e paisagens de Antonina., e uma das fotos curiosas foi registrada em um canto do antigo Porto Barão de Teffé, onde estava parada uma bicicleta, junto a um letreiro: “É proibido colocar bicicreta!”

Mas, foi somente em 2008, que resolvi escolher a bicicleta como um dos meus objetos favoritos. Isso, sem nenhum esnobe, junto ao Lago de Como, na Itália, durante um breve período solitário, na espera de um barco para fazer a travessia até Torno, localidade onde meu filho morava. De lá pra cá, onde pude estar registrei a presença da bicicleta.

Fiz centenas de imagens casuais, que me proporcionou uma exposição no MAC-PR em 2017, comemorativa aos 40 anos de “treinamentos” ...Mostra fotográfica “Bicicleta”.

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(1)    Soares, André e Guth, Daniel (organizadores) “O Brasil que pedala. A cultura da bicicleta nas cidades pequenas”. Pesquisa elaborada por José Assunção Belotto, Silvana Nakamori e David Pinheiro Lima Couto.Edt Jaguatirica, RJ,2018.

N.Blog: esta matéria foi publicada em 2020, recentemente a cidade foi contemplada com uma Via Exclusiva para Ciclista, em trecho da Av. Thiago Peixoto, graças a recursos do Deputado Goura. Mais comodidade e segurança aos ciclistas que trafegam pela via. Boa Nota! 

 

Um comentário:

  1. Seu Enéas vendia bicicletas antes da 3B,mas vc é mais novo e pode ser que já tínhamos mudado pra S Paulo,terra dele.Vou te enviar uma foto da loja com elas expostas.Belo texto sempre.

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