sexta-feira, 6 de março de 2009

QUE SAUDADES DO TEMPO DO SEU CAETANO

Estou digitalizando o meu acervo fotográfico com mais de 30 anos e prazerosamente vou encontrando algumas jóias de imagens. Achei, uma foto de arquivo da família, de quando tinha cinco anos, andando de bicicleta em torno da Praça Coronel Macedo. O fotógrafo, por dificuldades da época, captou um ângulo “ bem grande” e dá muito bem para ver o estado de conservação da rua em seu entorno. Uma limpeza de fazer inveja a nossa exemplar capital.

A imagem me remeteu há quarenta anos atrás, lá pelos idos de 1960. Claro que não tínhamos o senso crítico e os mesmos valores atuais. Mas convivíamos em uma cidade limpa, onde somente um funcionário chefe de obras da prefeitura, que chamávamos de “fiscal de obras” andava diurtunamente pela cidade para ver o que se estava precisando: um bueiro entupido, um vazamento de água, uns paralelepípedos para se ajeitar, e assim por diante.

A figura pública marcante nessa minha trajetória foi a do senhor Caetano Machado (in memorian), pois qualquer reclamação que os moradores tinham iam procurar o seu Caetano. Rapidamente – a pé – lá vinha seu Caetano com meia dúzia de operários para resolver o impasse. As ruas eram limpas diariamente e o mato dos calçamentos retirados com uma espécie de ferramenta manual, feita por um servidor da prefeitura, acompanhado de seu banquinho de madeira. Tudo era muito simples, mas bem feito. As praças eram bonitas e floridas, enfim a cidade cheirava limpeza e o povo era feliz.

Para quem ler esta pequena matéria, poderá muito bem me questionar: - Mas o tempo era outro! Sem dúvida. A cidade era mais rica, o povo mais pobre. A prefeitura tinha um esticado orçamento e mantinha seus duzentos funcionários – hoje são 700 – não existiam secretarias e inúmeras repartições públicas. A população deveria ser em torno de 20 mil habitantes – hoje 17.581 (IBGE 2007) – com seus setenta cargos comissionados, ou seja, tem cargo para tudo e para todos, mas a qualidade dos serviços públicos deixa muita a desejar. Hoje temos uma máquina pública inchada e um serviço de péssima qualidade.

Viver recordando do passado até parece coisa de velho, ou coisa de quem soube vivenciar aquele momento e retirar valores construtivos. No empolgar da nova administração – que assumiu há pouco mais de sessenta dias – esperamos mudanças no comportamento da máquina pública, melhorias nos serviços e desenvolvimento sustentável.

Que seu Caetano sirva de exemplo de servidor público - na essência da palavra – e empolgue a atual administração para as transformações que precisamos, queremos e acreditamos.
Para que possamos no futuro, falar bem das coisas do presente.
Que saudades do tempo do seu...

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