terça-feira, 30 de junho de 2009

VALE A PENA LER DE NOVO

REINVENTANDO O FESTIVAL
Eduardo Nascimento*
(Matéria publicada no blog em 18.07.2006 e enviada para o Coordenador de Cultura da UFPR)

Durante o décimo primeiro festival, fui convidado pela Coordenadora de Cultura da UFPR, professora Dulce Osinski, para escrever um capítulo do livro que contaria a história dos festivais de inverno. Coube-me relembrar e relatar os primeiros passos que foram dados para a montagem do projeto, que naquele momento completava 11 anos de existência. Em dezembro do mesmo ano foi luxuosamente publicado: “Festival de Inverno da UFPR, 11 anos de cultura, arte e cidadania” pela própria universidade.
Após relatar sobre a gênese do projeto, na tentativa de deixar alguns vestígios para a história e objetos para análises, terminei meus escritos com o seguinte parágrafo:
“Dez anos depois e logo após a realização de sua décima primeira edição, a primeira do novo milênio, acredito na necessidade de uma avaliação qualitativa e criteriosa dos resultados, ouvindo as comunidades participativas: professores, artistas, técnicos, alunos e principalmente os moradores da cidade de Antonina. Muitas coisas mudaram nos últimos 10 anos, e é preciso incorporar as mudanças ao novo projeto do festival, para que ele continue atendendo as práticas educativas, artísticas e culturais da nova época, e com sua alegria envolvente continue participando do nosso crescimento por muitos e muitos tempos. Amém”.(pág.39)
Hoje na qualidade de morador da cidade, professor aposentado da instituição e eterno simpatizante do evento. Se tivesse que escrever alguma coisa sobre o festival, sem dúvida alguma, poderia muito bem repetir o mesmo parágrafo, o qual finalizei o ensaio em 2001.

Um projeto pedagógico e cultural, principalmente quando envolve uma determinada comunidade, tem que ser tratado de maneira dinâmica e moto-contínua. Não dá para simplesmente continuar preenchendo grades estruturais, nascidas no terceiro festival (1993), e deixar de lado o fator fundamental da invenção. As comunidades têm que se envolver, através de seus agentes, organizados ou não, para que possam retomar a essência do projeto, objetivando a verdadeira integração entre os fazeres culturais da universidade e da cidade.Esta última edição, a décima sexta, deixou muito a desejar. Desde a fraca identidade visual, passando também pela pouca ou quase nenhuma divulgação, pela qualidade dos cursos e as poucas e fracas opções das oficinas de aprimoramento, as quais, sempre contribuíram para a melhoria da oferta qualitativa dos cursos e a presença de profissionais renomados. Ou seja, poderia novamente escrever um novo ensaio sobre o nosso tão importante festival, mas, este meio (blog) não é o apropriado para longas discussões. Mas gostaria de reafirmar que é preciso, neste momento, tentar reinventar o festival. Começando por uma discussão entre o próprio grupo que o coordena, passando pelos Departamentos afins da própria universidade (Artes, Música, Design, Arquitetura, Educação Física, Comunicação, Turismo... Etc...etc...etc.). A mesma discussão deverá ser estendida à comunidade de Antonina, mas não ficar somente no nível oficial, pois, o oficial passa e a comunidade fica e dá sustentação.
É preciso rever o “foco” do evento. Quais as áreas que devem ser mais bem tratadas. E os espetáculos? Para quem e para quê? Será que a comunidade não gostaria de ver o palco principal em outro local? E as comunidades? Como seria um festival reinventado? Estas são algumas perguntas que poderiam fazer parte de um novo diagnóstico. O festival, sem nenhuma dúvida, é o mais importante evento cultural da universidade e da cidade. Sua importância é fundamental para o desenvolvimento local, da região e da própria universidade, pois além de gerar conhecimento, gera renda e emprego para as comunidades envolvidas. São dezenas de professores e monitores contratados, técnicos, motoristas, montadores, iluminadores, carpinteiros, pintores, artistas, cozinheiros, camareiras, copeiras, recepcionistas, ou seja, é um universo de pessoas e de desejos, que gostariam de poder contar por muitos e muitos anos com o Festival de Inverno da UFPR, em Antonina. Vamos reinventar o festival?

* Antonina, 1951. Professor aposentado da UFPR. Participou do evento como: idealizador, Coordenador do Curso de Educação Artística, Coordenador de cursos do Festival, Coordenador geral do Festival, Coordenador de Cultura da Ufpr, professor ministrante por quatro anos, aluno, Secretário Municipal de Turismo... E agora como um “distante” apreciador.


N.E.do Blog: o evento chega em sua 19a edição entre trancos e barrancos. E é chegado o momento de unirmos esforços para que a instituição FESTIVAL seja fortalecida. Não é possivel continuar na dependência de acertos políticos mal sucedidos em prejuizo ao bom andamento do projeto. Esperamos que, apesar de diminuto, o 19o Festival de Inverno da UFPR aconteça com garra e qualidade, mas novos caminhos terão que ser traçados.

Um comentário:

  1. Tudo muda no Universo e por isto, a vida humana precisa revitalizar-se continuamente. Não podemos conceber essa idéia, todavia no âmbito diminuto da vida política pois, como ELES são normamente medíocres e fisiologistas, obviamente não poderiam jamais ser diferentes do que são sequer conceber outra possibilidade. POLÍTICO É UMA MERDA, MORA!
    O caso de Antonina não é muito diferente dos demais casos nacionais. Apontam, sobretudo que a atividade política é uma invenção infeliz da espécie humana e que o ser humano está em queda livre de decadência ética, moral e espiitual.
    Sergio Moura
    www.aartesergiomoura.com.br

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