A odisseia dos Escoteiros de Antonina
Os anos eram de 1941. Por ordem da presidência da república
ficava determinado o fechamento dos escritórios marítimos das Companhias de
Navegação Costeira e Loyde Nacional em nossa cidade, as quais representavam
mais da metade da movimentação de cargas e mão de obra portuária.
O presidente da época Getúlio Vargas convicto de sua
decisão, sequer recebeu nossos porta-vos, representantes do empresariado e dos
trabalhadores marítimos, em suas tentativas reivindicatórias na capital federal
do Rio de Janeiro.
Maneco Picanço, então chefe de escoteiro, de espírito
prodigioso e incansável defensor das causas capelistas, convocou a tropa para
uma missão quase impossível: levar uma mensagem ao Presidente da República, na
cidade do Rio de Janeiro, só que a pé.
A ordem foi acatada pelos jovens escoteiros Milton Horibe,
Manoel Antonio de Oliveira, Antônio José Gonçalves (Canário), Lídio Santos e
Alberto Shtorach Júnior. Que munidos de uma pequena mochila com suprimentos e
espírito altruísta, no dia 28 de dezembro de 1941, partiram a pé, em direção a
cidade do Rio de Janeiro para entregar tal importante mensagem do povo
antoninense.
Foram mais de mil quilômetros a pé, enfrentando as mais
adversas intempéries, durante quarenta e dois dias até o destino. Atingido no
dia 30 de janeiro de 1942.
O próprio Maneco Picanço, nas suas falas memoráveis e
ressoantes nos confidenciou que os escoteiros foram recebidos no Palácio do
Catete no Rio de Janeiro, mas tiveram ainda que se deslocar até
Petrópolis, onde se encontrava naquele momento o presidente Vargas, para então
concluir a missão de entrega da mensagem.
Ao recebe-la das mãos do escoteiro Milton Horibe, o
presidente Getúlio Vargas, mandou imediatamente reabrir os escritórios das
mencionadas empresas que anos mais tarde acabaram fechando definitivamente.
Após o cumprimento da missão, nossos escoteiros foram
tratados como heróis pela própria presidência. Receberam alimentação,
fardamentos novos e retornaram de navio até o porto de Santos e aqui chegaram
de trem, onde foram recebidos com todas as homenagens merecidas por parte da
comunidade antoninense.
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Eduardo
ResponderExcluirpela leitura que fiz do "diário de Canário", eles chegaram em 30 de janeiro de 1941 e foram recebidos em Petrópolis em 19 de fevereiro desse ano. Neste dia foi organizado, pela UEB (União dos escoteiros do Brasil) uma cerimonia que reunia diversos grupos escoteiros de diversos estados do Brasil. foi essa a cerimonia, e está registrada na foto o momento em que Milton Oribe entrega o documento á Vargas. Acredito que houve, neste meio tempo, muita conversa entre a chefia do grupo, no paraná, a UEB e o governo Vargas, que deve estar perdido em algum arquivo do Rio. Muito legal seu post, relembrando este feito heroico, que precisa ser melhor entendido. Abraços
Jeff...vamos acrescentar esta informação. assim reconstruímos nossa história escrita.
ResponderExcluirabraço