segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Para não ter que escrever de novo!

Publicado em 26/07/2009 e no livro “Tenho Dito” 2012.
FAZER ALGUMA COISA...

Quase que perfeita, por aqui é meio impossível. A falta de mão de obra qualificada dos “profissionais” disponíveis no mercado local quase sempre gera insatisfação pelo contratante. Em quase todas as áreas. Quem contrata alguém aqui em Antonina sabe muito bem do que estou falando. O pedreiro, o encanador, o eletricista... ou sei lá quem, quase sempre deixa o serviço inacabado e você tem que contratar outra pessoa ou terminá-lo.
Nosso município carece de mão de obra qualificada e tudo fica no espaço do quebra-galho e do amadorismo, no pior sentido, o pejorativo. Já estive à frente de uma Associação de pequenos empresários e tentei – junto com a diretoria – começar a mudar a configuração. Mas a resistência é muito grande e parece que todos se sentem satisfeitos com os seus “desconhecimentos”. Trouxe, em parceria com o Senac-PR, cursos para melhorar a qualificação profissional em várias áreas e raramente tivemos as vagas preenchidas. Dois cursos foram cancelados por não terem preenchido o número mínimo (10 vagas). Claro, para se profissionalizar tem que ter investimento.
Se o olhar for focado no serviço público, a coisa piora dez vezes. Qualquer tarefa de responsabilidade da prefeitura – por exemplo – jamais será terminada com perfeição. Começam a fazer uma calçada e não terminam. Sequer recolhem o material que sobrou.
Recentemente até fiquei contente que começaram a mexer na Praça Cel. Macedo (dois meses) para refazer os canteiros dos jardins. Só que faz um mês e tudo continua como antes... Em estado de abandono. O pessoal já está “tocando” outro serviço.
Se você for falar com os responsáveis... Claro que terão desculpas... Sempre. Mas, o que fica é a cultura do deixa pra lá... E a gente vai tocando como pode!
Como se reconstrói uma cidade sem responsabilidade? Como se produz sem a mínima qualidade?
São perguntas que sempre pairam em poucos “pensantes” e preocupados com os desígnios da cidade.
Se somos famosos em alguma coisa é porque essa coisa foi feita com responsabilidade profissional e qualidade. Se nossos empresários – todos, mas principalmente na área do turismo – e a administração pública quiserem conquistar algum lugar de destaque, terão, sem dúvida alguma, que mudar os seus comportamentos e começar a investir em capacitação profissional. Nós consumidores e contribuintes temos o direito de usufruir e até “degustar” serviços e produtos de qualidade. Capacitar nossa mão de obra é puro investimento. Todos ganham.

 

Publicado em 16/12/2009

JUNTOS... OU SEPARADOS

 

Ser gestor público de uma pequena cidade como Antonina, com suas inúmeras dificuldades, não tem muitos caminhos a seguir. Ou se proporciona uma gestão participativa ou se admite a centralização absoluta.
Num governo participativo, é preciso habilidade, maturidade e competência dos gestores para que, junto com a comunidade, possam definir e realizar tarefas prioritárias. Claro, a relação é muito trabalhosa, mas totalmente valiosa e transparente. O prefeito e sua equipe serão legítimos servidores públicos, a comunidade passa a ser autoridade, discurso sempre presente nos palanques eleitorais.
Em uma gestão centralizadora, o papel da autoridade fica com os gestores, que sempre tentam impor seus desejos e no primeiro momento atender os acordos politiqueiros. À comunidade simplesmente lhe cabe o dever de pagar seus impostos e usufruir os serviços sem a mínima qualidade, tais como: limpeza pública, iluminação, segurança, saúde e educação, esporte e lazer... Quanto às políticas públicas de desenvolvimento, são matérias que não permeiam os gabinetes deste pessoal. Falam muito, se desculpam como podem e sempre batem na mesma tecla: a falta de dinheiro.
Para quem não falta dinheiro? Principalmente quando o que se arrecada não dá para manter as necessidades básicas, digo básicas, dos serviços públicos que deveriam ser disponibilizados à comunidade e para os seus protegidos, que a cada nova gestão vai inchando ainda mais o tal “minguado” orçamento.
Aí chega a hora do discurso participativo. Criam imagináveis opositores e usam como argumento que as pessoas reclamam muito e não oferecem nenhuma solução. Mas que solução? A opção da centralização das decisões foi única e exclusiva do grupo eleito. Totalmente desviado da proposta apresentada e dos anseios dos eleitores. E agora falar em participação?
Em um governo participativo, a transparência é a essência da governabilidade. Se os recursos são poucos, a comunidade se reúne e, conjuntamente com o governo, vai em busca de solução. Pois nada mais forte que a representação comunitária, política e organizada, que faz brilhar qualquer “zoinho” de político.
Caminhos para gerenciar a cidade existem. Dificuldades também. Mas é muito mais fácil e agradável quando se tem a sociedade ao lado. A verdade é verdadeira.

N.E.Blog: "Parece que mudam somente as carroças!"


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