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Publicado em 08/12/2011
PLANEJAMENTO
ZERO
Seja qual for o tipo de empreendimento, do menor
estabelecimento comercial à maior empresa de qualquer ramo, o planejamento
financeiro é o alicerce de quem realmente quer obter um bom resultado e,
principalmente, sucesso no empreendimento.
Não sou do ramo, mas a vida me fez um aprendiz solitário,
sendo que desde meus quinze anos de idade – como trabalhador menor e com
carteira registrada – me ensinou a
gastar menos do que recebia de salário.
Lembro muito bem que, sem nenhuma consciência
administrativa, quando recebi meu primeiro salário mandei reformar a fachada da
casa onde morava, substituindo as velhas e rotas janelas de madeira por “modernas” estruturas metálicas, comprometendo assim
parte do meu pequeno salário por algum tempo.
A reforma da fachada da minha casa foi por mim
estabelecida como prioridade. Estratégia para melhorar a aparência daquela
moradia que acolhia minha modesta família.
De lá pra cá sempre apliquei esta pequena e
infalível fórmula que me garantiu certa tranquilidade financeira, apesar das
dificuldades de qualquer trabalhador assalariado.
Em uma empresa pública, as regras devem ser outras, mas acredito
que o planejamento estratégico e a definição de prioridades devem ser as
tarefas obrigatórias de cada administrador público. Não é possível apenas
preencher velhas e viciadas planilhas financeiras e apresentá-las como
orçamento de uma comunidade sem ao menos passar por uma análise altamente
técnica, ousada e criteriosa.
O que notamos em nossa cidade é a ausência de
planejamento estratégico, por parte da administração municipal. Tudo continua
sendo feito na base de reajustes inflacionários, sem nenhum parecer técnico
qualitativo, sem o estabelecimento de prioridades e – como bom sonhador que sou
– nenhuma participação popular.
O planejamento faz parte da Secretaria de Obras e
Planejamento, mas parece que por lá não tem ninguém capacitado para discutir
com as demais áreas administrativas como dividir o “mísero” recurso arrecadado
dos munícipes, priorizá-lo e aplicá-lo com transparência e sabedoria. Imagine
que daria até para traçar estratégias para aumentar a arrecadação, desde que se
investisse na geração de emprego e renda da população.
Os anos passam, os prefeitos se elegem e simplesmente pagam
contas que não sabem do que e por que e continuamos sem saber para onde iremos.
Planejar é possível, mas precisa vontade política e capacidade
administrativa.
Não entendo muito da coisa. Mas até o
momento nunca precisei passar um “cheque
sem fundo”. Tenho dito.
12/12/2011
VALORES
INVERTIDOS
É difícil conviver em uma sociedade quando um cidadão –
consciente de seus direitos –tenta defender a vida, a natureza ou a sua própria
história e recorre às instituições públicas, tais como Ministério Público, IAP
– Instituto Ambiental do Paraná ou até mesmo ao IPHAN – Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional –, órgãos fiscalizadores, no sentido de alertar
abusos ou crimes cometidos por algum cidadão ou entidade governamental da
cidade. Infelizmente o cidadão é rifado pelos “safados de plantão” e de mocinho
passa a ser tratado como bandido. “Bom mesmo” é quem se apropria de recursos
públicos, digo, rouba e vira “doutor”, empreendedor e até é convidado para se
tornar assessor no “Ministério da Hipocrisia e da Mediocridade”.
Publicada no blog e no livro "Tenho dito" de 2006.
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