quinta-feira, 20 de agosto de 2020

NA BATIDA DA KOMBI...Uma história do Divã do Jekiti

Hoje quem vai pro Divã é nosso amigo Paulo Roberto Abreu Bachstein, Paulinho da Kombi, assíduo frequentador do Jekiti. Conta pra nós Paulinho:


NA BATIDA DA KOMBI

“Nos anos sessenta, minha família foi proprietária de uma casa na praça Coronel Macedo mais precisamente na escadaria. A casa ao lado era então da namorada que eu tive na época, o que fazia com que eu estivesse na cidade todos os fins de semana e feriados. Sempre usava a kombi do meu pai, e com o tempo aprendi a manobrá-la como poucos. Em Curitiba diziam que só eu e o alemão Tony sabíamos fazer bem curvas em velocidade com este veículo, sabidamente com pouca estabilidade. Dia 21 de abril de 1966, feriado de Tiradentes, como sempre estou na cidade e por volta de 14 horas fui comprar cigarros (naquela época eu fumava) e me dirigindo para o local da compra - um tanto apressado e como sempre fui fazer rapidinho a curva na esquina em frente ao Brasílio Machado...só que o tempo estava feio e garoando, aí como falam hoje em dia "deu ruim". A kombi derrapou no piso recém molhado, consegui "consertar a primeira derrapagem, mas a segunda não, e fui ao encontro da calçada na contramão e bati no poste de energia elétrica que era um trilho de estrada de ferro e com a batida arrancou a porta do motorista machucando minha perna. Fiz rápido a volta e alguém me ajudou a recolher a porta.
A cidade que estava deserta em pouco tempo aglomerou. Fui para casa e não demorou meia hora chegou o carro da polícia (civil) na nossa casa me intimando a comparecer na delegacia. Acontece que em frente ao poste referido morava um sargento reformado da polícia militar que denunciou o acidente. La fui eu com meu pai e o ex-futuro sogro, falar com seu delegado, após uma advertência e uma multa fomos liberados.
Tive duas descobertas anos mais tarde: a primeira conheci Gibe, e conversando sobre o fato me informou que quem me ajudou a recolher a porta foi seu irmão Totola. A segunda, conheci Carlinhos (Focinho) em Curitiba - era meu vizinho de bairro, que em conversa sobre o mesmo assunto me revelou que naquela tarde estava no cinema quando tudo ficou escuro e o filme foi interrompido. A batida no poste provocou um circuito que "cortou" a luz de parte da cidade. Nosso amigo ficou muito brabo em perder a matinê, mas depois de tantos anos só risadas é que restaram.”

Paulo Roberto, o autor da história, com nossa amiga Marília Rio Apa,
no Jekiti Cultural de 20/07/2014. Acervo.

Obrigado Paulo...Valeu!
Em tempo de pandemia, escreva uma das suas histórias, 
                             me envie que publico. Assim vamos construindo nosso repertorio popular.

Um comentário:

  1. Grande Paulo!Que honra estar nessa foto,com o protagonista da Kombi.Afinal,batida de carro,abalar a sessão do Cine Ópera,sempre foi um acontecimento surreal.Ao menos até nossa época de ouro.
    Casou com aquela namorada?
    Abraço forte,guri.

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