NA BATIDA DA KOMBI
“Nos
anos sessenta, minha família foi proprietária de uma casa na praça Coronel
Macedo mais precisamente na
escadaria. A casa ao lado era então da namorada que eu tive na época, o que fazia com
que eu estivesse na cidade todos os fins de semana e feriados. Sempre usava a kombi do
meu pai, e com o tempo aprendi a manobrá-la como poucos. Em Curitiba diziam que
só eu e o alemão Tony sabíamos fazer bem curvas em velocidade com este veículo,
sabidamente com pouca estabilidade. Dia 21 de abril de 1966, feriado de
Tiradentes, como sempre estou na cidade e por volta de 14 horas fui comprar cigarros
(naquela época eu fumava) e me dirigindo para o local da compra - um tanto apressado
e como sempre fui fazer rapidinho a curva na esquina em frente ao Brasílio Machado...só
que o tempo estava feio e garoando, aí como falam hoje em dia "deu
ruim". A kombi derrapou no piso recém molhado, consegui "consertar a
primeira derrapagem, mas a segunda não, e fui ao encontro da calçada na
contramão e bati no poste de energia elétrica que era um trilho de estrada de
ferro e com a batida arrancou a porta do motorista machucando minha perna. Fiz
rápido a volta e alguém me ajudou a recolher a porta.
A
cidade que estava deserta em pouco tempo aglomerou. Fui para casa e não
demorou meia hora chegou o carro da polícia (civil) na nossa casa me intimando
a comparecer na delegacia. Acontece que em frente ao poste referido morava
um sargento reformado da polícia militar que denunciou o acidente. La fui eu
com meu pai e o ex-futuro sogro, falar com seu delegado, após uma advertência e
uma multa fomos liberados.
Tive
duas descobertas anos mais tarde: a primeira conheci Gibe, e conversando sobre
o fato me informou que quem me ajudou a recolher a porta foi seu irmão Totola.
A segunda, conheci Carlinhos (Focinho) em Curitiba - era meu vizinho de bairro,
que em conversa sobre o mesmo assunto me revelou que naquela tarde estava no
cinema quando tudo ficou escuro e o filme foi interrompido. A batida no poste provocou
um circuito que "cortou" a luz de parte da cidade. Nosso amigo ficou
muito brabo em perder a matinê, mas depois de tantos anos só risadas é que
restaram.”
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Paulo Roberto, o autor da história, com nossa amiga Marília Rio Apa, no Jekiti Cultural de 20/07/2014. Acervo. |
Obrigado Paulo...Valeu!
Em tempo de pandemia, escreva uma das suas
histórias,
me envie que publico. Assim vamos
construindo nosso repertorio popular.
Grande Paulo!Que honra estar nessa foto,com o protagonista da Kombi.Afinal,batida de carro,abalar a sessão do Cine Ópera,sempre foi um acontecimento surreal.Ao menos até nossa época de ouro.
ResponderExcluirCasou com aquela namorada?
Abraço forte,guri.