quinta-feira, 10 de abril de 2025

POESIADOBÓ...Ninguém.

 Vou e volto

E não encontro ninguém.
Mas, ninguém me encontra,
Indo ou voltando.
Na ida também;
Não encontro ninguém.
Ninguém na volta.
Mas se a volta for meia…
Ninguém meia volta.
Volta e novamente…
Ninguém.
Mas na ida alguém me olha,
Volto e…Ninguém.
Vou e volto…
Ninguém.

Bó 09 abr 25

segunda-feira, 31 de março de 2025

ARMAZÉM MACEDO...E DAÍ?

ARMAZÉM MACEDO...E DAÍ?

 
Imagem durante a reconstrução. 
Arquivo do bloguista.

Quem visita o tão badalado Armazém Macedo, joia da gestão municipal anterior, sente a falta de cuidados, abandono e deterioração deste tão importante marco para a cidade e região.

A restauração do Armazém Macedo, foi contemplada pelo PAC das Cidades Históricas, programa do Governo Federal – 2012, mas, por divergências teve seu projeto interrompido durante alguns anos. Em 2017, foi selecionado como prioridade pela gestão do Iphan-Pr, junto com a adm. Municipal. E em um esforço coletivo, teve seu projeto aprovado e executado.

Em 2020, restaurado foi entregue a comunidade, ficando então, sob “responsabilidade da Prefeitura Municipal”. Mas será que foi assinado o Termo de Comodato (empréstimo) entre a Superintendência do Patrimônio da União e a Prefeitura?

Até então o que notamos, foi uma movimentação de ocupações por agentes municipais, mas, muito aquém da grandeza que o local merece.

Em determinado momento, apareceu o SESC como novo protagonista do espaço. Novamente, tudo não passou de mera especulação, pois “conforme acordado” a prefeitura, mais agiu como acomodada do que Concessionária e não poderia repassar tal Concessão (creio não existir).

Ano passado, véspera das eleições municipais, a gestão atual da PMA, começou um flerte com a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (poderá ser um bom parceiro) e deve ter tentado repassar tal responsabilidade para esta instituição.

No momento, o que denotamos, é um espaço sendo subutilizado, com vestígios de falta de manutenção e deterioração em todos os aspectos. Grades enferrujadas, deque de madeira apodrecendo e sem pintura, iluminação insuficiente, ar-condicionado sem funcionar e o mais grave, limitação de acesso público ao conjunto restaurado. Alegado pela vigilância de plantão que somente poderá adentrar com ordem da Universidade. Mas, cadê a Universidade?

A pergunta de nós cedentes é a seguinte: quem é realmente a Concessionaria responsável pelo funcionamento e gestão do conjunto restaurado, conhecido por Armazém Macedo? O SPU, o Iphan, a Prefeitura de Antonina...ou a UTFPR?

Apenas queremos e merecemos ter o direito à informação dos desígnios dos espaços públicos e saber de quem é a responsabilidade em gerir e manter aquele espaço. Bom ressaltar, que custou nada menos de R$8 milhões dos cofres do Governo Federal, aliás, nosso dinheiro. E não poderá ser tratado com descaso e desleixo. Total falta de respeito a tudo e a todos.

Queremos o Armazém Macedo VIVO. Com gestores responsáveis e competentes (seja lá quem for), mas, que tenhamos espaços equipados e acesso democrático com práticas culturais das mais diversas, pois de uma coisa tenho certeza, o local foi restaurado para agregar manifestações e eventos culturais. Fiz parte desta escolha.

Vamos aguardar. Atentos.

N.Ed.Blog. Enviei correspondência a Superintendência Regional do Patrimônio da União-PR, para esclarecimentos.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

MANUTENCÃO EIS A QUESTÃO...velho papo...mesmo problema.

 MANUTENÇÃO EIS A QUESTÃO!


Postado em 26 de novembro de 2002...e no livro "Crônicas da Capela" ed 2006.

A vida nos ensina que devemos sempre agir com responsabilidade em todos os nossos atos. Desde um gesto simples de sobrevivência com dignidade, na constituição de uma família e muito mais no exercício difícil da política quando ocupamos cargos públicos.

Manter alguma coisa em nossos dias é tarefa muito difícil. O simples assalariado vê o seu poder aquisitivo fugidio e só com muita ginástica consegue manter as suas necessidades básicas e quando sobra algumas migalhas procura guardar para adquirir alguma coisa que irá melhorar – nem sempre – a sua qualidade de vida.

Mas o difícil mesmo é manter esta qualidade.

Um pequeno planejamento é necessário para se conseguir equilibrar o orçamento. Não dá pra sair por aí comprando tudo o que a gente vê, sem antes fazer as contas e checar como se vai manter o novo bem que se adquire, ele não só tem um custo inicial como também deverá ser calculado, quanto iremos gastar com a sua manutenção. Aí começam os problemas.

Manutenção são medidas necessárias para a conservação ou a permanência de alguma coisa ou de uma situação. São determinados cuidados que devemos tomar para dar vida as nossas aquisições, sejam elas materiais, humanas, culturais, utilitárias, de serviços...Etc... Etc.

Diariamente nos damos conta de pessoas que não conseguem manter os seus bens, ou que eles se deterioram com o tempo por falta de manutenção e chegam a perder tudo.

No poder público quase sempre acontece a mesma coisa. É fácil de perceber que cada novo governante gosta de deixar a sua marca administrativa. É muito fácil construir coisas, principalmente megalomaníacas. O governante gasta o que bem entende, nem se quer consulta a comunidade sobre a necessidade da obra, constrói e deixa o tempo tomar conta da edificação. Não tem dinheiro para contratação de pessoal e muito menos para a sua manutenção. Daí vamos nos dar conta novamente de mais “uma coisa” feita pelos belos caprichos da administração, que sempre se diz pública. Sabemos que é muito difícil manter as coisas, por isso é preciso planejar e envolver a comunidade em suas decisões.

Em nossa cidade deparamos muito bem com este problema. A prefeitura diz que não tem dinheiro sequer para trocar as lâmpadas queimadas. Há cinco anos deram um novo visual na Praça Cel. Macedo – muito bom por sinal – mas não consegue sequer manter um jardineiro. Faltam lâmpadas, luminárias, bancos e carinho com o nosso centenário logradouro público. A Praça Romildo Pereira – Feira Mar está totalmente as escuras. Em seis anos desta gestão foram ali colocados apenas uma dúzia de bancos e nada mais. Nem uma boa varrida nos finais de semana é feita. O Centro Social do Batel – obra desta gestão- não tem uma programação contínua e esporadicamente acontece alguma coisa promovida pela prefeitura. Falta tudo.

 

Sem falar do Teatro Municipal, que nem luz no palco tem. Muito menos funcionários especializados para o seu funcionamento mínimo de acordo com suas finalidades. Ainda mais tem a Ponta da Pita, as Fontes da Carioca e Laranjeiras, o Mirante da Pedra da Bela Vista que necessitam com urgência de uma manutenção sistemática.

Hoje ao chegar na cidade o visitante depara com novas e importantes construções, patrocinadas pelo Governo do Estado. A Estação Ferroviária, o Mercado e o Trapiche Municipal estão sendo recuperados e irá em breve melhorar o visual da cidade. Mas a pergunta persiste...Quem irá manter estas obras? Será que vai ser o município?  É claro que sim, e é aí que mora a nossa preocupação.  A Estação deve se tornar um Centro Cultural e Turístico (até agora a gente só sabe por causo da placa), o Mercado deve funcionar como mercado, ou não? E o Trapiche ta lá, de vez em quando atraca um barco. Sem ao menos ter sido oficialmente entregue a comunidade já está danificado, com a metade da iluminação queimada e o mato bem crescido.                                                                                                      A quantidade de dinheiro público gasto para a recuperação destes edifícios deveria englobar o custo para a sua manutenção, para não termos que novamente assistir o desgaste e a total desatenção administrativa municipal, que comprovadamente não consegue sequer manter nossas mínimas necessidades. A cidade está esburacada, às escuras - estão sendo substituídas as lâmpadas de mercúrio por vapor de sódio pela Copel (Procel) – maltratada e judiada. A gente sente a falta da presença da administração, a gente sente a falta total de manutenção em tudo em todos os lugares.

E daí? Se um cidadão não consegue manter um bem que compra, perde. A justiça cobra e faz a pessoa devolver. Quando não mantemos a nossa família a justiça nos prende. E os políticos como ficam quando eles não conseguem manter as necessidades mínimas da população, será que a Lei de Responsabilidade Fiscal tem como cobrar deles? Ou será que devemos acionar junto ao Ministério Público, estes irresponsáveis e incompetentes? O que não podemos é continuar assistindo um Festival de gastos públicos que em muito pouco tempo se transforma em sucata, e começa tudo de novo. Devemos sim é cobrar políticas mais responsáveis, mais verbas e pessoal competente para manter as nossas necessidades básicas. No mínimo gostaríamos que os nossos administradores se fizessem presentes em nossa cidade. Pois nem os manter por aqui a gente consegue, imaginem as nossas reivindicações.

 N.E. Para não ter que escrever de novo.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

DURANTE O APAGÃO DE ONTEM ...

Imagem arquivo Face


DURANTE O APAGÃO

Foi com apenas 8 anos, que pude deslumbrar com a luz de uma lâmpada elétrica, em nossa casa. Isso lá no longínquo 1959.

Nossa casa - a mesma que resido hoje e onde estou escrevendo esse relato, sem luz, devido ao temporal na região - acredito que foi a última residência da rua a ter energia elétrica.

Lembro bem, que seu Maninho, eletricista da Cia. Telefônica, foi o responsável pela instalação.

No dia de ligar, deitei-me no chão para admirar tal façanha…uma lâmpada elétrica acesa. Que maravilha! Algo encantador.

Logo, foram colocadas lâmpadas em todas as peças da casa.

Na nossa cama, tinha uma tomada, interruptor, chamado de pera, na ponta de um grande fio elétrico, amarrado no espelho da cama. Era um conforto, poder acender e apagar a lâmpada, sem ter que sair do aconchego.

Até então, a luz que nos orientava nas noites, era de um lampião Aladim, a querosene, que ficava no centro da mesa da sala, adquirido em Curitiba, por nosso tio Nho Bó, Bráulio.

Minha mãe Cirene, costureira, trabalhou muito sob a luz deste lampião e muitas vezes até de lamparina, uma espécie de vela, muito utilizada na época.

Com a luz elétrica, vieram os aparelhos utilitários da casa. Primeiro foi o rádio, um Semp, com várias “ondas”, mas nós sintonizávamos sempre na rádio local, a Antoninense, ZYX-6, para saber das notícias da cidade.

Outro importante aparelho, foi o ferro elétrico, que substituiu o a carvão, um aparelho que continha brasa, elemento que aquecia e servia para passar as roupas amassadas, então, provavelmente, lavadas a mão em um tanque ou em uma bacia.

Agora, acaba de “chegar a luz”, e minha memória se dissolve nos estímulos dos aparelhos e equipamentos.

Mas, voltarei a contar um pouco da passagem, por este pequeno quadrado…ou redondo. Mas nunca plano, do meu país chamado Terra.

Boa noite

02/01/25