segunda-feira, 2 de novembro de 2009

NO MUNDO DO FAZ DE CONTA

Como protagonista da sofrível e abandonada cultura deste pequeno rincão, tentei participar da Conferência Municipal de Cultura, realizada no último 30/31 de outubro, convocada pelo prefeito municipal Carlos Augusto Machado.
Olhe...Foi difícil digerir. Sem entrar muito no mérito do que realmente é uma Conferência, vou apontar alguns tópicos que anotei:

- Uma conferência para ser realizada terá que ter um trabalho preparatório com os protagonistas do segmento. Senão a gente vai realmente conferir que não temos capacidade de mobilização, de liderança, ou seja, que não existimos. Confere?
- O prefeito convocou a comunidade para o evento, e ele mesmo decreta feriado na data. Quem deveria obrigatoriamente se fazer presente, as autoridades ligadas diretamente ou indiretamente à área (cultura, educação e turismo) sumiram;
- Sequer o horário foi cumprido, pois convocaram para iniciar às 8h30 e somente foi dado início às 9h40;
- O regimento foi aprovado por aclamação porque ninguém leu. E quem leu – achou uma série de erros – mas preferiu “deixar rolar” senão nem abertura teria se realmente tivéssemos que ter um regimento correto;
- Quanto às áreas que deveriam ser discutidas...Nos achamos totalmente despreparados e “analfas” para a façanha;
- “No mundo do faz de conta” se fez necessário a realização da tal Conferência. Ou você se sente idiota e massa de manobra, ou "útil esperançoso", achando que ainda algo de bom poderá fluir após a “avalanche”;
- Salvo palavras de convidados. Uma representante do Ministério da Cultura, que pensava que falava para uma platéia de acadêmicos. E a benção de Ailde Colari (Intituto Pitagórico) que nos fez refletir e nos sentir mais em casa;
- A Filarmônica marcou presença musical como sempre. Mas se esqueceu que o momento era de “conferir” e não se fez presente no evento. Pois é a maior responsável por nossa produção e educação musical. Também assistimos o Grupo de Seresta Canto do Mar, que interpretou os Hinos de Antonina...Mas também não participou como agente cultural;
- A vontade do nosso Secretário de Cultura - não morro de amores por ele e ele sabe muito bem por que – é algo de positivo que ficou. Ele tenta de tudo para poder cumprir com metas estabelecidas pelas políticas públicas do governo federal e poder falar de seu pequeno e ainda inexistente programa de ações na área da cultura. Ao menos sentimos que tem alguém nesta administração que tenta carregar “um velho, parado e pesado caminhão da cultura” que até com muita ajuda será uma missão quase impossível de sair do lugar. Sózinho nem pensar.
- Quanto às duas pautas da Conferência: a escolha do Hino oficial da cidade e as datas comemorativas. Foi indicada uma comissão que deverá ser nomeada pelo prefeito e num prazo de noventa dias deverá apresentar seu parecer técnico e histórico quanto às matérias.

Que sirva de experiência a tal “conferência” que muito pouco conferiu. E que a próxima seja levada aos produtores culturais, agentes, empresários, autoridades e muito mais a sério.
Fui, participei, vi e conferi. Tenho dito.

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