ECOS DO CARNAVAL 2010

O carnaval de Antonina nada mais é que uma grande salada de frutas, onde cada ingrediente dá um sabor diferenciado. Temos os Blocos Carnavalescos e Folclóricos, o desfile das Escolas de Samba, o Baile Público e a consagrada Segunda-feira Gorda, dedicada verdadeiramente a mais autêntica catarse dos foliões.
Organizar tudo isso é uma verdadeira maratona comunitária. Para cada um se estabelece uma tarefa e nem sempre a contento acontece mais um carnaval.
Na quarta-feira sempre o mesmo papo: “agora vamos nos organizar melhor para o ano que vem... Com um pequeno planejamento temos condições de melhorar ainda mais... a nossa Escola, a organização"... Mas - o ano somente começa na próxima segunda - as tarefas do cotidiano tomam o tempo e tudo, cai novamente no esquecimento. E lá por janeiro do ano que vem, a gente começa tudo de novo”.

Este ano teve algumas inovações positivas, tais como o Terreirão do Samba, a sinalização na cidade e um bom material de divulgação incluindo o CD com os sambas enredo. Mas falhamos em muitas outras, principalmente no cumprimento dos horários estabelecidos pela programação. Houve atraso em tudo, desde o início das atividades do Terreirão, o desfile dos Blocos e das Escolas de Samba. Isto é péssimo, mexe diretamente com o público, que não gosta de ficar esperando.

Também achei desproporcional a estrutura que foi colocada na avenida, para atender as funções de iluminação e sonorização. Incabível e desnecessária para a natureza da rua e seus aspectos históricos. Sua instalação transversal limitou ainda mais a altura das alegorias das Escolas de Samba e reduziu o espaço destinado ao público. Parem de colocar camarotes nas calçadas da avenida, eles atrapalham e tiram o espaço popular.

Quanto a iluminação, além de totalmente equivocada, não foi considerada como cênica, ou seja, para iluminar o desfile das Escolas de Samba. O “feijão com arroz” é muito simples: iluminação direcional e lateral. Não dá pra inventar, principalmente quando se usa o dinheiro público.

A Praça de Alimentação na lateral da Coronel Macedo, muito bem poderia comportar as barracas que foram locadas na calçada da Escola Brasílio Machado. Nossa escola tem que ser entendida como elemento do nosso patrimônio histórico e educacional, que não deve ser danificada, por nada.

Outra coisa que precisa ser repensada é o desfile dos blocos carnavalescos e folclóricos. Na minha modesta opinião, eles bem que poderiam animar ainda mais o evento, se não tivessem as grades de separação. Bom mesmo é quando o povo vai atrás. Ninguém quer ficar assistindo os Bois, os Bonecos, o Dragão...Eles verdadeiramente alegram a folia.
Não afoguem nossa cultura...Soltem e dêem asas a brincadeira do carnaval.

O resto foi tudo muito bom, principalmente a segunda-feira das travecas e escandalosas, onde mais de vinte mil pessoas tomaram totalmente a avenida. E olha, são 36 anos que fotografo e vivo o melhor carnaval que eu conheço. O nosso.

AH...Tinha esquecido. Faltou água de novo.

P.S. Nem sei porque continuo escrevendo sobre o carnaval. Será que alguém vai se importar com isso? Bem...É minha pequena contribuição. Viver, analisar, escrever e fotografar.