Novamente mais um governo nos diz que irá construir mais uma Casa da Cultura para a nossa cidade. No início dos anos noventa, o antigo prédio do Matadouro Municipal, no bairro do Batel, ganhou placa e tudo com o nome de Centro Cultural do Batel. Mas o edifício somente foi recuperado anos depois e chegou a funcionar precariamente até 2005.
Em 2003, a antiga Estação Ferroviária, foi adquirida pela prefeitura e recebeu, na época, recursos num montante de Um milhão de Reais, do Governo do Estado (Lerner) para reforma e instalação do Centro Cultural e Turístico de Antonina.
Agora, mais uma vez vemos um governante captando recursos junto ao Governo Federal, através do Ministério da Cultura (R$590 mil), para construir mais um edifício que irá alojar a tal Casa da Cultura de Antonina. Novamente?
A questão é a seguinte:
Por que os referidos imóveis, reformados com recursos públicos não estão sendo utilizados para os fins aos quais foram destinados? Será que realmente faltam espaços para o desenvolvimento das atividades culturais em nossa cidade? Ou eles não estão sendo bem administrados?
O mais triste é ver a sub utilização desses espaços culturais. O antigo matadouro, digo, o Centro Cultural do Batel, foi criminosamente saqueado pela administração anterior, onde até dezenas de obras de arte foram jogadas no lixo, na desculpa de tornar o espaço uma Agência do INSS. Nem Centro Cultural, muito menos Agência do INSS. Hoje abriga o Conselho Tutelar.
Já a Estação Ferroviária – endereço nobre de recepção aos turistas - acolhe precariamente a Biblioteca Municipal e parece mais um depositário de alegorias festivas e de subsecretarias criadas ao relento para alegrar os plantonistas. É um desleixo total. Ninguém sabe quem é o responsável pelo espaço, ou seja, em termos de programação e produção cultural deixamos a desejar. Não vemos nem mostramos quase nada de qualidade.
Na minha modesta experiência optaria em investir maciçamente, inventariando nossa produção cultural, preservando nosso patrimônio, apoiando e capacitando nossos artistas e os trabalhadores públicos da cultura. Aliás, hoje sequer podemos contar com um Secretário Municipal de Cultura, muito menos com um colegiado dos produtores e agentes culturais, que seria o Conselho Municipal de Cultura.
Construir mais um espaço alegando que será utilizado pelas coisas da cultura, é uma maneira fácil e superficial que todo administrador, sem o mínimo critério e compromisso com a nossa cultura, faz. É comprar as carroças sem se preocupar com os bois, muito menos com seu condutor. Não é verdadeiro, muito menos necessário.
Que precisamos de uma Casa da Cultura, precisamos, aliás, já temos, é preciso somente melhorar os espaços, equipa-los e desenvolver com conhecimento, ações de produção e divulgação dos nossos bens culturais. Não adiantará em nada, construir mais um imóvel e não tem recursos para mantê-los. Faltam até serventes em todos os prédios públicos municipais. Será que nesse momento nossa necessidade maior é construir mais uma Casa da Cultura? Quem disse?
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