segunda-feira, 14 de maio de 2012

Vale a pena ler de novo...ESCREVER PARA QUÊ? E PARA QUÊM?


Publicado  no Jornal ACHO - Agosto 2004 e no livro "Crônicas da Capela" 2006.
ESCREVER PARA QUÊ? E PARA QUÊM?

Em muitos momentos questiono se vale realmente à pena dispor de muito tempo e até recursos financeiros para deixar registrada a minha vontade de opinar sobre a nossa cidade. Sei muito bem que opiniões sempre serão consideradas de caráter político quando estiverem em desacordo com as atitudes das pessoas que ocupam o poder, ou seja, tudo que se fizer escrita vira – na cabecinha deles – de oposição. Mas não é bem assim.
Falar sobre as coisas da comunidade é um direito e dever de cada cidadão que se sente digno e livre em participar – às vezes somente com idéias - de um processo democrático. Também sei e disso tenho certeza, que em Antonina são poucos, mas muito poucos os que podem expressar suas angústias e questionar sobre os desígnios das administrações públicas. É só ler este combatente “jornal” e perceber as poucas pessoas que o assinam: um é Professor Universitário, outro Conferente Portuário e um terceiro Jornalista Editor.
Muita gente gostaria de quebrar o silêncio e por a “boca no trombone”, mas com medo de sofrer represálias – prática freqüente da atual administração - se esconde e finge nada acontecer. Pior mesmo fica por conta das turmas dos pobre-coitados-dependentes e puxa-sacos, que para sobreviverem, submetem toda uma vida a prática da genuflexão. Pobre desses. Também não poderia deixar de registrar a presença significante dos desinformados, também conhecidos como analfabetos funcionais  (são aqueles que sabem ler, mas não sabem interpretar) dos quais alguns até ocupam cargos públicos e quando tentam ler uma matéria, não sabem interpretar o que está escrito, de quem é a autoria, se a ele ou a quem se refere. Para esses, aconselho um pouco mais de escolaridade e até de humildade, pois não é feio solicitar a uma pessoa - mais esclarecida – sua ajuda na interpretação. Feio mesmo é se expor ao ridículo e sair dando uma de homicida ou de escandalosa, por algo que sequer teve a sana capacidade de entendimento. Atitude altamente indigna e agradável somente à insignificante “galera” de plantão.
Nos últimos dois anos, editei via on-line / Internet, mais de cinqüenta informativos sobre a nossa cidade, falei um pouco de tudo. Da nossa cultura até a falta de iluminação em nossas ruas, passando por problemas de saúde...etc.Também me fiz presente nas 22 edições deste jornal, nas quais jamais manchei a dignidade de qualquer pessoa ou instituição, mas, durante este período passei por inúmeras situações desagradáveis, causadas principalmente pela falta de informação e de entendimento dos agressores.
Infelizmente, a maioria das pessoas que ocupam cargos públicos não está preparada, não sabe que seus cargos como o próprio nome diz é “público”, e que são mantidos por nós contribuintes, donos inquestionáveis dos direitos de questioná-los. E se quiser voltar a ser patrão é só retornar a situação privilegiada de ser povo.
A civilidade nos ensinou que quando sentirmos agredidos, independentes da forma devemos nos dirigir a justiça na qual teremos “total” amparo da lei. Todos temos direitos a livre expressão e também direitos à defesa e devemos usá-los. Mas o que nos entristece e em momentos nos desanima, são as maneiras como algumas pessoas da atual administração municipal, reagem quando suas atividades públicas são questionadas. Tal qual no recente episódio ocorrido com o nosso companheiro e editor Erly Welton Ricci onde sofreu brutal agressão física, sem sequer ter o direito de se explicar. Comportamento abominável em qualquer sociedade civilizada, principalmente quando parte de pessoa que exerce cargo público, e é considerada “autoridade”.
Não podemos conviver com situações desta natureza e devemos combater incansavelmente este tipo de comportamento injustificável. Imagine se todas as pessoas que se sentissem agredidas fossem fazer justiça com suas próprias mãos?  O estado de direito e a liberdade com que vivemos são conquistas de muitas lutas históricas e não podemos aceitar nenhum desvio que venha
macular a nossa democracia. Regime de escolha livre dos destinos de cada comunidade, que muito em breve convocará o nosso povo através das eleições, para escolher um gerenciador do novo projeto para a nossa cidade. Esperamos que o novo grupo administrativo, seja formado por pessoas que tenham compromissos com a melhoria da qualidade de vida da nossa comunidade, com a valorização das nossas riquezas naturais e culturais, e que respeite a pluralidade das idéias e o direito da liberdade de expressão dos nossos cidadãos.
De nossa parte, taremos continuar exercendo a vontade de falar das nossas idéias, enquanto nelas acreditarmos. E não será nenhuma agressão, xingamento ou tropeço que nos inibirá, pois pior mesmo do que eventualmente cair é ter que viver eternamente ajoelhado. Amém.

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