Não mais estarei aqui!
Acompanho os passos da nossa cidade há mais de trinta anos,
e não lembro ter constatado uma administração municipal que ao menos tivesse um
Programa de Governo e colocasse em prática durante sua gestão. Prioridade é
palavra sem sentindo apesar de existir no discurso, mas na prática apenas
conseguem fazer o mínimo nas áreas essenciais, tais como: saúde, educação
básica e limpeza pública, mas tudo muito insuficiente.
Em algumas gestões, os Conselhos Comunitários se fizeram
presentes, mas como eram poucos representativos e em sua maioria de caráter
Consultivo, não tiveram papéis relevantes. Apenas referendavam o pouco que
acontecia, quando acontecia.
Em 2005, a gestão municipal, por necessidade constitucional,
contratou uma empresa para formatar o Plano Diretor da cidade, aprovado pela
Câmara em 2007, que sinaliza as ações administrativas e as políticas públicas
que deveriam ser aplicadas em forma de programas, projetos e ações nas áreas
priorizadas. Mas o próprio gestor que elaborou o Plano Diretor, foi o primeiro
a descumprir o estabelecido, e dela pra cá, parece que ninguém tem conhecimento
da sua existência. E a Câmara de Vereadores finge que ele não existe.
A cada ano que passa e a cada nova gestão, a comunidade
tenta renovar suas esperanças, outorgando a um novo personagem o direito de
promover nosso bem estar e alavancar os desígnios da cidade, com clareza,
competência, honestidade, transparência e principalmente com a sua
participação, ou seja, das pessoas da cidade.
Mas em pouco tempo, tudo volta ao normal e começamos a
perceber que tivemos a capacidade de mudar somente os comandados e seu
comandante, mas continuamos como dantes, ou até mesmo pior, com governantes
desmoralizados e insuficientes, que priorizam o seu bem estar familiar e dos
apadrinhados. Viram prepotentes, arrogantes e cultuadores da ostensão.
Esquecemos também de mudar!
Mas a cidade continua, com ou sem prefeito,
“Compromissada”... “Viva” e de “Verdade”. Precisamos de bons serviços públicos
de saúde, educação, água potável, tratamento do lixo, despoluição da nossa baía
e principalmente de geração de renda e emprego. Um Plano de Cidade. Investir em
inteligência e parar de contratar comissionados, funcionários turistas e ter um
quadro de servidores públicos capacitados, com gerenciamento profissional
comprometido com a cidade e seus moradores.
Necessitamos resgatar com urgência, o direito de dizer aos
nossos filhos que Antonina é viável e dá para aqui viver com dignidade e
qualidade de vida. Mas hoje quem poderá afirmar isso?
Politicamente somos um fracasso. Nas eleições somos tratados
como curral e nossos votos são negociados pelas “lideranças” e a maioria
obedece.
Não elegemos ninguém da região, muito menos da cidade, aqui
virou terra de todos e de ninguém. Vamos continuar a mendigar recursos por
muito tempo!
Nas ruas da cidade, o pequeno comércio tenta sobreviver da
minguada economia, oriunda em sua maioria de pensões dos aposentados e da renda
dos poucos portuários e funcionários públicos. É raro se deparar com um novo
investimento, seja lá qual for, uma pequena fábrica, um restaurante ou até um
novo hotel para melhorar nosso diminuto movimento turístico.
Contata-se que a padaria ali da “quinze” acabou de fechar, o
açougue também, a churrascaria parece que também fechou, a loja de cosméticos
vai fechar. O “café” fechou ano passado!
Mas tudo isso um dia vai mudar. Quando o povo acordar e a
turma descer a serra, para esta maravilha desfrutar. Não mais estarei aqui!
Nem eu!!! Quem puder que arrume tudo isso!!!
ResponderExcluirO último dos Moicanos, é curtir a vida meu nobre e deixe que a natureza se encarregue de fazer o resto. Abs. Reginaldo
ResponderExcluirComo "Não mais estarei aqui"?
ResponderExcluirCapelista é brasileiro, não desiste nunca.
Antonina precisa de pessoas como você.
Onde se lê "não mais estarei aqui", leia-se "já terei morrido".
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