Hoje nosso "paciente" é o amigo frequentador Murilo Oliveira. Conta aí Murilo:
PESCARIA FUMEGANTE
“Uma certa tarde de domingo, lá pelos idos dos anos oitenta,
estávamos sentados nas escadarias da igreja de São Benedito. Como era domingo,
tempo nublado, sem muita coisa para fazer, resolvemos ir pescar na ponte do
Matarazzo. Mas, antes teríamos que passar na casa de um amigo inseparável – não
vou falar o nome para não comprometer, que sem ele a pescaria não teria graça.
Chegamos na casa dele, onde tivemos ainda a missão de acordá-lo,
e com o tempo frio – andávamos todos de
motos e estávamos de jaqueta- peguei dois foguetes no bidê da sala e levei para
tal pescaria.
Já na ponte do Matarazzo, preparando para pescar, mas
somente tínhamos quatro linhas e nós estávamos em oito, então enquanto quatro
pescavam, quatro “tomavam” ...E ficavam à toa...pensando no que poderiam fazer.
Então, um dos nossos sumiu e foi para o meio do mato, com certeza fazer suas
necessidades fisiológicas – dar uma cagada. Aproveitando a situação do
escondido, peguei um dos foguetes acendi e joguei no mangue e foi aquele estouro.
Mas, alguém da turma me incitou em estourar um na direção do cagão, e não deu
outra – por instinto acendi o foguete e joguei. Mas na hora que acendi, vi o
amigo levantando-se do mato, mas não deu tempo de romper a façanha e os fogos
foi em sua direção. Não só se espantou com a situação como chegou com a cabeleira
fumegante, seu cabelo que era crespo ficou liso – na é poca ele tinha cabelo. Ao
chegar perto da turma desmoronou...caiu, minhas pernas ficaram bambas de
nervoso e sequer conseguia me levantar, tal susto.
Passado alguns minutos, fui verificar a desagradável
situação, mas graças que o amigo continuava vivo. Para completar, levava sempre
um cantil que deveria ser com água, mas colocávamos cuba- coca com rum, mas o
tal cantil também já estava seco, então coloquei água de valeta de um córrego que
por ali passava. Depois dos sustos, o desastrado amigo com sede, passou a mão
no cantil e saciou sua sede, nem saber que aquela água era a da valeta.
Para não ficar barato, o xingamento foi gerar, pois não era admissível
que alguém, amigo tenha colocado água de valeta no cantil. Foram palavrões para
todos os lados e ninguém foi poupado. Até hoje ele não sabe quem colocou água
de valeta no cantil. Agora irá descobrir!
E os peixes nada. Tudo virou uma grande brincadeira.”
Gravado, transcrito e editado por Eduardo Nascimento
O Divã do Jekiti é uma coluna publicada no Blog Palavradobo, com causos e histórias contadas pelos frequentadores do Jekiti, lugar de convivência social – ponto de ônibus com dois cafés. As conversas-histórias são gravadas, subscritas e postadas pelo editor do blog.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente com responsabilidade e se identifique.