terça-feira, 30 de julho de 2024

Peripécias do Carlinhos. Mais uma do Divã do Jekiti.

 

O Jekiti (ponto de encontro em Antonina) foi imortalizado, com o lançamento do livro “Divã do Jekiti”, aqui, mais uma das histórias, ainda não publicada no blog, mas parte do livro.

PERIPÉCIAS DO CARLINHO

Carlinho Fucinho de Porco, na infância foi um dos meus melhores amigos. Quando adulto na década de noventa nos encontramos no escritório do amigo e advogado Julio Simão, mais conhecido como Julinho Vaca Brava (todo bom antoninense herda apelido). E na época Carlinho estava mais para aprontar brincadeiras com os amigos capelistas, tudo sem maldade, apenas para “perturbar” nossas vidas.

Apaixonado, eu claro. Tagarela como sempre fui, achei de chorar as mágoas perto do Carlinho. Ouvido atento e mente aberta a novas virtudes, não deu outra.

Vivia relacionamento apaixonado, ardente...fervoroso. Chegando em casa e ouvindo minha “secretária eletrônica” ouço a voz masculina de alguém que se identificava com o pai da minha pretendida. Totalmente agressivo, afirmava que se eu insistisse no namora, ele tomaria atitudes desagradáveis...e assim por diante. Desliguei o aparelho apavorado, pois sequer conhecia o pai da minha pretendente, sendo filha de casal separado.

Como todo apaixonado, passei a noite as claras sem saber o que fazer. O que menos passou por minha cabeça foi renunciar a uma paixão, apenas porque alguém não aceitava.

Dia seguinte, conversando com “a cara metade” ela afirma que jamais seu pai ousaria fazer tal procedimento. E daí a pergunta: Mas quem fez?

Mais tarde estive no escritório do Júlio e lá encontrei Carlinho todo faceiro. Olhei pra ele e não foi preciso perguntar. Confirmou que foi ele o autor do trote. Quase morri, pois senti o coração sair pela boca..., mas nessa hora de raiva do Carlinho.

 Carnaval

Durante o carnaval, Julinho se hospedava na casa da Dona Neuza Pelicano, tia dele. Carlinho também vinha junto. Eu tinha um carro, TL Volkswagen 1972, que amanhecia estacionado defronte a minha casa, na Ermelino de Leão. Ao acordar, abri a porta da casa e o carro havia sumido. PÔ...roubaram meu TL! Exclamei. Saí a procura e vi o carro parado na rua a frente, na Carlos Gomes. Logo encontrei Carlinho todo sorridente: he...he...he! Na madrugada pegamos teu carro – nos em seis, carregamos até a avenida e deixamos lá. Queria te dar um o susto!

Ano seguinte, ao abrir a porta de casa fui surpreendido com centenas de latas de cerveja em mim derramada. Adivinhe? Carlinho teve o cuidado, durante a madrugada em catar centenas de latinhas vazias de cervejas e empilhar uma a uma, formando uma barreira de latas. O efeito foi meio dominó...mexeu em uma caíram todas. Esse Carlinhos...Saudades!

Essas e mais de 50 causos fazem parte do livro “Divã do Jekiti” solicite pelo whatsApp 41 99906-4081, pague por pix e receba em casa, por apenas R$59,90 (+ taxa de correio para entregas em outras localidades). Últimos exemplares.

Foto do livro "Divã do Jekiti"...
causos antoninenses.

quinta-feira, 18 de julho de 2024

MONUMENTOS EMBLEMÁTICOS: MATADOURO MUNICIPAL

 
Fachada original do prédio - 1930.











EDIFÍCIOS EMBLEMÁTICOS: MATADOURO MUNICIPAL

Em uma cidade, tombada ou não, sempre serão encontrados objetos, documentos, monumentos...edifícios...fontes...mirantes... importantes para a história do local. São os tais monumentos emblemáticos.

Em nossa cidade, tudo quase se tornou importante para a preservação da nossa história, independentemente de estar ou não em área de preservação. “Nós somos história.”

Matadouro Municipal

Na entrada da cidade, bairro do Batel, encontra-se uma das mais importantes construções públicas, o Matadouro Municipal. Marco de época, o matadouro foi uma das mais importantes obras do prefeito Heitor Soares Gomes (1928-1932), que servia para abastecer a cidade de carne bovina. Atividade viável, graças a construção do sistema de água potável do Saivá, também construído nessa gestão.

Chafariz da Estrada da Graciosa / Av. Thiago Peixoto/Batel

Para servir o bairro da água potável canalizada, também foi construído um Chafariz, localizado – conforme doc., na Estrada da Graciosa, ou seja, defronte o Matadouro. A “carne verde” era transportada até a cidade por um veículo frigorificado (gelo), contratado especialmente para atender aquela função.

Em sua mensagem de gestão apresentado a Câmara Municipal de Antonina, relata:

“E, assim é que, com a dispeza adicional de 80 contos de réis, foram, igualmente, começadas e concluídas as obras do Matadouro Público, modelar estabelecimento que, actualmente, é o melhor do Estado.

Fartamente abastecido d’agua potável, provido de eficiente rede de exgottos, pisos ladrilhados, paredes internas revestidas de azulejos, o Matadouro de Antonina, pôde se inscrever entre os mais hygienicos do Paiz...

E conclui:

“O transporte de carne verde para a cidade, outrora, em infectos carros abertos, onde o principal alimento da população vinha exposto ao pó tuberculoso das ruas e á contaminação, pelos insetos álados, passou a ser effectuado, em virtude de concessão municipal, em asséptico caminhão automóvel.”

Automovel da carne - 1930.

Também faz referência ao custo das obras realizadas. Foram gastos 80:000$000 Réis, no Matadouro Público, 7:000$000 na construção do Chafariz da Estrada da Graciosa.

O conhecido Antigo Matadouro do Batel, sofreu inúmeras alterações, não somente funcionais como arquitetônicas. Virou Fabrica de Manilhas, Padaria, Centro Cultural...tentou-se instalar ali a agencia do INSS, Secretaria de Obras e recentemente passa por reformas e deverá – segundo o atual prefeito, agregar o Batalhão da Polícia Militar.

 EMBLEMÀTICO

Com tanta história, aquele edifício deveria ser tratado com mais responsabilidade, independente de sua função, o que ainda restou de mais importante são suas características arquitetônicas, com fachada avançada, porta central e duas janelas e quatro portas laterais. Nos causa surpresa, preocupação e até indignação, que estão alterando a fachada, fechando as portas laterais, descaracterizando totalmente o pouco que restou, para a preservação da memória do bairro e da cidade.

Não é porque o referido edifício não ser tombado, ou seja, um bem protegido por lei, ou não estar localizado no perímetro do tombamento de IPHAN (2012), que não mereça a obrigatoriedade de preservação. E um olhar diferenciado por parte da comunidade e principalmente dos gestores. Uma questão de valores.


O estado de reforma do prédio.

E a placa que propaga a obra, é do Governo do Estado: PARANÁ EM OBRAS. E ainda dá ênfase: Reforma/Ampliação/Restauro – Edifícios emblemáticos.

Mas, o que é ser EMBLEMÀTICO?

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Fonte: Documento impresso, Mensagem apresentada a Cãmara Municipal de Antonina, em 21 de Setembro de 1928, pelo Exmo. Snr. Dr. Heitor Soares Gomes,Prefeito Municipal – 1928-1932.


sexta-feira, 12 de julho de 2024

REVENDO MANUSCRITOS...Obras para quê?

Dia desse vendi um livro “Tenho Dito” editado em 2012 e o amigo comprador solicitou dedicatória, com carinho...é claro. Ao abrir o livro deu na página 70, matéria com título Obras para quê? Dando rápida olhada, lemos parte do texto e ele disse: Parece que foi escrito hoje. Tudo meio igual! Mas, foi postado em 2008.

Para não ter que escrever de novo, resolvi postar a matéria. Qualquer semelhança não é mera coincidência.

Postado em 14/08/2008

OBRAS PARA QUÊ?

Realmente quando o prefeito diz que nunca em Antonina se viu tanta obra sendo feita ao mesmo tempo, dá até para acreditar. É só começar a contar o número de placas carimbadas pelo Governo do Estado. Mas, também é real dizer que a cidade passa por um dos seus piores momentos econômicos.

Tendo sua economia voltada para as atividades portuárias e o seu único Terminal sofrendo boicote do Governo do Estado, quando cassou a licença para o embarque de cargas gerais, causando a redução da movimentação em até 80%, nossa economia sofreu um verdadeiro nocaute. Infelizmente, os governos que por aqui passaram – por total falta de competência – não investiram em outra fonte de geração de renda e continuamos reféns dos desmandos e interesses de grupos e pessoas que usam o poder para piorar ainda mais a nossa já combalida economia.

Quando vemos um amontoado de placas indicando um número alarmante de obras, só confirmamos a maneira desmantelada com que os governantes tratam a cidade. Sem nenhum planejamento. Claro que queremos nossas ruas calçadas, nossa orla com balaústres, mas precisamos urgentemente de projetos que mexam com a nossa economia. Projetos de geração de renda e emprego. Se continuar desta maneira, nosso cidadão deixará sua casa e sua rua bonita e asfaltada para buscar emprego em outras bandas. Sem falar no nosso sofrido comércio, que, sem dinheiro circulando na cidade, vira um amontoado de encargos e desesperança. O desânimo é geral.

FEITIÇO CONTRA O FEITICEIRO

É de praxe, em época de eleição, o Governo começar obras em todos os cantos. Primeiro porque precisa de reservas financeiras e contribuição das empreiteiras para o caixa das campanhas, seguido do desejo de muita gente – que se satisfaz com um simples calçamento em sua rua – em ver melhorias em seu bairro, que com certeza irá retribuir em votos.

Por aqui também é igual, só que as obras que estão sendo construídas, principalmente as pavimentações das ruas, estão causando transtornos enormes aos moradores e tornando a vida da maioria um inferno. As construtoras não cumprem seu cronograma e lentamente, em lugar de melhorar, pioram a situação de cada rua. No bairro do Saivá, por exemplo, a construtora que iniciou a obra há mais de noventa dias desapareceu e a comunidade está xingando até a terceira geração do prefeito.

“Parabéns” aos nossos governantes. Vivemos nos últimos três anos em estado de total descaso e abandono e agora estão transformando a vida de muita gente em um inferno de buracos, lama e poeira. Governar é atender o contribuinte... sempre. Quem governa para somente três meses... não governa mais.


Interessados em adquirir o livro, solicitar atraves do whatsApp 9906-4081, ou na Livraria da Barca, apenas R$$49,90,