quinta-feira, 2 de junho de 2011

RUÍNAS E ABANDONO



Quem passa pelas antigas ruínas dos Armazéns dos Macedos – Casarão- nota que a construção recebeu tapume em suas portas e janelas, conjuntamente com o imóvel ao lado, da antiga fábrica de Balas de Banana Pilar.
A proliferação de ruínas e terrenos abandonados na área central da cidade já faz parte da nossa cultura visual, principalmente dos moradores com menos de cinquenta anos. Época aproximada do início do desmanche das empresas portuárias que faziam parte do conjunto instalado a beira mar, junto à antiga Praça Rio Branco.
Até agora, pouco ou quase nada foi feito para a recuperação daquela área, a não ser a construção da Praça Feira-Mar e do Mercado Municipal, nos idos de 1965.
De lá pra cá, parece que a cegueira tomou conta dos nossos governantes, e todos fingem que aqueles espaços e imóveis não existem.
O “casarão” como é chamado e conhecido pela população mais jovem, já se tornou um marco do abandono e da decadência econômica da cidade, se incorporando a bucólica paisagem. Mas, nos quatro últimos anos, o prédio vizinho também ruiu e nada foi feito para sua recuperação por parte do proprietário, se tornando um espaço ocioso, servindo de local para o despejo de lixo, reuniões de desocupados e drogados.
A ruína dos Macedos – o Casarão – de ponto de referência e cenário fotográfico de milhares de ensaios passou a incorporar a vizinhança e se transformou em um conjunto abandonado, cheio de mato, lixos, pedintes e drogados.
A prefeitura continua com sua eterna "catarata visual" e no modo “faz de conta” sequer autua os “proprietários”, e somente colocou tapumes por ordem do Ministério Público, isolando o espaço e não permitindo seu uso inadequado.
Hoje temos duas “nobres” construções interditadas em área altamente importante da nossa história e de deslumbrante paisagem marítima, que deveriam – há muito tempo – já terem sido recuperadas. Mas para que isso aconteça é preciso vontade política e investimentos (público ou privado). Dois ingredientes por aqui em extinção. Mas, até quando vamos conviver com este ar de abandono?


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