Mudança de paradigma
Em época de eleições, lá pelos anos de 1998 – foi no século passado, mas somente se passaram 12 anos – como presidente do Diretório Municipal do PT, partido naquele momento, o mais repugnado pela maioria do povo brasileiro. Necessitando de um espaço para realização da convenção municipal, solicitei as instalações da Escola Dr. Brasílio Machado para realizar o evento. É bom deixar claro, que a solicitação foi feita amparada na lei eleitoral, que garantia o uso dos estabelecimentos públicos, para reuniões políticas e realização de convenções. A diretora da escola prontamente atendeu a solicitação e realizamos, com muito sucesso o pretendido.
Durante o período da convenção, coloquei a bandeira do PT na janela do estabelecimento, para sinalizar o evento. Atitude totalmente normal se tratando de um ato público e político de uma reunião legal, de um partido totalmente legalizado...Etc...Etc...Etc.
Mas, teve um senhor – que não gostaria de citar o nome para não tornar mais polêmico o assunto – que se sentiu ofendido com a colocação da bandeira na janela da escola e imediatamente, de posse de sua Kodak Instamátic, fez questão de registrar a tal “façanha”. Como se não bastasse, o referido sujeito “dedo duro” teve ainda a petulância de se dirigir até a residência da senhora Secretária Municipal de Educação lhe informando, que estavam usando a Escola Brasílio Machado para fazer uma reunião do PT. – Não pode!
A senhora secretária, ignorando as normas e a lei eleitoral, imediatamente telefonou para a Diretora do Núcleo Regional de Educação, em Paranaguá, narrando o fato.
A convenção aconteceu a contento e fomos legalmente reconduzidos a executiva municipal do partido em nossa cidade, por mais um mandato.
No dia seguinte, recebi um telefonema da diretora da escola, transmitindo sua preocupação, pois havia recebido também telefonema da direção do núcleo, lhe passando “um sabão” e afirmando que era proibido qualquer tipo de reunião política nas escolas.
Na terça, retornei a Curitiba e conversei com “meu deputado” sobre a ocorrência e solicitei que entrasse em contato com a Secretaria Estadual de Educação e se fizesse ciente a todos os núcleos e escolas públicas do estado, a existência da lei, garantindo o acesso para a realização de encontros e convenções político partidárias. Quinze dias depois a diretora do núcleo recebeu a portaria confirmando a legalidade.
No segundo momento, agora para realização do Encontro Regional do Partido, retornei até a escola e solicitei – da mesma maneira – suas instalações. Ouvi da diretora: - Por favor, não me peça. Ou seja, como se não bastasse o amparo legal e a portaria da secretaria, perdurou o medo da chefia, que politicamente era de partido contrário. A escola não foi cedida e o Encontro aconteceu na Pousada Atlante.
Doze anos depois, todos os personagens que agonizavam quando ouviam falar no Partido dos Trabalhadores, de alguma maneira, hoje apóiam as candidaturas do partido e suas coligações. As pessoas não mudam, somente muda o paradigma.
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