A LÍNGUA BENDITA
Em março de 1995 um grupo de frequentadores do “velho
Jekiti” resolveu tornar as manhãs dos sábados mais agradáveis, então
instituíram a “Língua Bendita”, tendo como sede o Óbitos Bar, do casal amigo
Irene/Chiquinho.
Todos os sábados, os então Cavalheiros da Língua Bendita se
reuniam para comentar as últimas notícias e fofocas do mundinho politiqueiro da
cidade, ler e definir a pauta do Boletim Informativo, o Veneno, que era
esperado ansiosamente pelo pequeno e seleto grupo.
O Veneno numero zero. |
O tal “Veneno” em seu número zero, de 05 de março de 1995,
traz a seguinte matéria:
“Depois do cheiro insuportável do carnaval, estamos
lançando algo mais no ar antoninense, O VENENO. Aqui, os cavalheiros da Língua
Bendita – instituição aberta ao exercício da democracia, que dentro de poucos
dias estará se instalando em sua venerável sede, no Óbitos Bar – encontrarão um
espaço para registrar as suas venenosas fofocas e desastrosas previsões sobre
nossos políticos e personalidades. Mas não se preocupe. Se você não tem o rabo
preso e não anda fazendo cagada com o dinheiro público, pode ficar tranquilo, a
Língua vai te tratar muito bem, e desde já você está convidado à participar das
inúmeras reuniões que se realizam aos sábados e domingos, das 10 às 12 horas.
Um baita espaço para desintoxicar o fígado e falar da vida alheia, depois de
uma semana de muito trabalho.”
Como tudo na cidade tem vida curta – a não ser a cara de
abandono - principalmente quando se trata de espaço de idéias e falação. A tal
e até prestigiada “Língua Bendita” não deixou de seguir a regra. Por se tratar
de local público, o comerciante do local começou a receber “recadinhos” do
alcaide de plantão, prefeito Pereirinha, por ter dado guarida aos então
senhores “cavalheiros”.
O último registro do “Veneno” é de 13 de maio do mesmo ano,
ou seja, a idéia nem sequer criou corpo e imediatamente foi descartada.
Algumas “picadinhas” do ultimo informativo: “A Língua
recebeu cópia de informação do ex-prefeito Leopoldino, sobre as portas do
Theatro Municipal. Justifica, mas não convence mandar construir uma porta
somente para enfeite...”. “Os frequentadores da Língua foram batizados com a
denominação de Linguados...”. “Ônibus de turismo, vem para Antonina para guspir
e vai almoçar em Morretes...”. “Irene quando sai de casa para abrir o Óbitos
Bar, Chiquinho acorda e diz pra ela não abrir a boca durante a reunião da
Língua”.
Foram considerados sócios fundadores da “Língua Bendita”:
Joca, Cleon, Celso Vieira, Chiquinho, Eduardo Bó, Savarin, Benito Montalto,
Sabico, Marinho, Edgard Peixe Frito, Maneco e Zezinho Camões.
Mais um pequeno registro sem a mínima importância para o
nosso mundinho.
E Tenho Dito.
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