quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Redundância...Para não ter que escrever de novo

Publicado em 20/01/2006 e no livro “Tenho Dito” 2012
TURISMO – MILAGRE NÃO EXISTE I

A grande vocação dos municípios da região do litoral ainda é o Turismo. Até político “cego” já ouviu falar nesta coisa. Mas é preciso sensibilidade e vontade dos nossos dirigentes para que cada cidade possa começar a se desenvolver.
Começando pela montagem de uma equipe competente com a contratação de pessoal capacitado na área. O melhor seria que cada município contratasse um profissional – por meio de concurso público – para a área do turismo (técnico ou bacharel). Este profissional iria se integrar a um corpo mínimo administrativo para que pudesse operar nas mais diversas áreas, como pesquisa, planejamento, informação, divulgação... Etc.
Outro passo seria a autonomia do Conselho Municipal do Turismo. A maioria dos nossos municípios já possui o Fundo Municipal de Turismo, mas é inoperante, ou seja, não existem recursos financeiros e tudo depende, novamente, da vontade única e exclusiva do prefeito. O Fundo, segundo seu objetivo e regulamentação, deverá ser administrado pelo Conselho Municipal de Turismo e seus recursos aplicados em projetos específicos da área, tornando assim o processo mais dinâmico e descentralizado. A sociedade organizada representada no Conselho é quem deverá destinar estes recursos, mas tudo não passa de utopia. O Fundo não existe e os Conselhos se tornam capengas, pois não conseguem realizar quase nada, e, quando existem, não passam de instâncias que referendam as atividades das Secretarias Municipais de Turismo.
Mas isto é preciso mudar. A dinâmica da natureza do Turismo requer pessoal competente e atualizado, com visão realista do potencial e capacidade de cada município e muito trabalho mesmo. Dizer para o Brasil que também temos banana, carnaval e barreado requer a construção de uma nova dinâmica, que passa pelas “tarefas de casa” de cada município até chegar ao projeto de Regionalização, etapa cantada pelo Ministério do Turismo.
Até breve!

Publicado em 03/02/2006TURISMO – MILAGRE NÃO EXISTE II

O Programa da Regionalização do Ministério do Turismo, que visa ao desenvolvimento do turismo por meio da integração regional dos municípios, já vem sendo trabalhado pelos sete municípios do nosso litoral. Desde março do ano passado vêm sendo realizadas Oficinas de Sensibilização em Paranaguá e Matinhos e dezenas de reuniões e visitas técnicas, onde se conheceu o potencial de cada município, suas deficiências e qualidades em busca de um formato de roteiro ideal para sua comercialização, objetivando trazer o turista para a nossa região, com uma permanência maior e durante o ano todo.
As oficinas realizadas pela SETUR foram excelentes. Além de delinear os caminhos para o novo projeto, possibilitaram a integração entre as pessoas e as instituições públicas e privadas. Os resultados sempre foram animadores, pois no final do ano de 2005 chegamos à formatação de uma instância de governança, a Agência de Desenvolvimento do Turismo do Litoral do Paraná, que, depois de instalada, será a responsável pela política do turismo na região.
Apesar das atividades da área do turismo estarem quase que em sua totalidade na iniciativa privada, o papel dos órgãos oficiais é de suma importância, principalmente nos municípios menores, onde a maior empresa da cidade é a prefeitura. Ela é responsável pela manutenção dos serviços públicos, como coleta de lixo, limpeza pública, saúde, segurança, conservação das vias de acesso, preservação do Patrimônio Cultural, das praças e logradouros, da assistência social, etc... etc... etc. Serviços essenciais para as atividades humanas e, é claro, para o turismo. É bem aqui que encontramos as nossas maiores barreiras. São as nossas “lições de casa”, em que cada representante oficial assumia para si a responsabilidade das melhorias locais.
As Secretarias Municipais de Turismo, principalmente as da nossa região, não têm sequer autonomia financeira, imaginem o resto. Tudo depende da vontade do prefeito e da “disposição” das outras Secretarias, pois o Turismo não é responsável pela maioria das atividades essenciais e vitais do município, mas precisa delas para se desenvolver.
Uma administração pública é dividida entre grupos dos mais diversos interesses (a famosa base de sustentação), que nem sempre estão preocupados com a melhoria da cidade, mas muito mais com suas sobrevivências. A briga por novos espaços políticos, somada às vaidades pessoais, é ingrediente visível e emperra as ações. “Nada” acontece e a lentidão no surgimento de algo novo vai realimentando o descrédito na política e nos políticos, atividade em plena ascensão no planalto. E o turismo, como todas as outras áreas, fica também à mercê das vontades dos nossos mandatários.
Como “lição de casa” seria também importante uma Oficina de Sensibilização para os nossos prefeitos. Eles precisam descobrir que está no Turismo a nossa maior riqueza. Temos uma região rica em diversidade, desde praias, florestas, rios, baías, cultura e muita história. Tudo isso se torna ingrediente para um bom projeto desenvolvimentista. E parte destas tarefas depende deles... Ou simplesmente passarão como coadjuvantes.
Até breve.


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