Desde criança fomos ensinados que no dia seis de novembro a
gente comemora o aniversário da cidade. E assim ficou. Mas é aniversário do quê?
Bem...outra coisa que aprendemos, é que seria a Emancipação
Política de Paranaguá...O mais correto seria nossa autonomia política, conquistada
com a instalação da Villa Antonina em substituição a Freguesia de
Nossa Senhora do Pilar da Graciosa, instancia de caráter político religioso.
Conta nossa história... Segundo Ermelino de Leão ¹, que “a instalação da Villa se deu com uma certa
demora por parte do Senhor Ouvidor Branco, de Paranaguá, pois a portaria com a
criação da Villa, Cadeia e Câmara Municipal, foi emitida pelo governador da
Capitania Geral de São Paulo, Antonio Manoel de Melo Castro e Mendonça, em 29
de agosto de 1797.” E a sua instalação somente dois meses e alguns dias
após.
E prossegue: “Reunidos
em local mais próprio da freguesia do Pilar, o Dr Ouvidor Branco, o escrivão da
Ouvidoria, Capitão de Ordenanças José Morato do Canto, as pessoas principais da
terra e o povo, deu-se começo a cerimônia, em consequência a ordem do
Governador da Capitania de São Paulo...e erigia a Villa Antonina, em memória do
príncipe Antônio (filho de D.João VI e Carlota Joaquina).”
Completa ainda...” Após
a cerimônia, passou o Ouvidor a designar os locais onde seriam construídos a Casa
de Câmara e Cadeia e também o Pelourinho “símbolo da justiça”, que consistia em
um robusto tronco, com argolas e correntes de ferro.
Findo os atos formais,
foi então decretada a instalação da Villa e seu desmembramento, cujos limites
estipulados na lei, viriam desde a Ilha do Teixeira até aos cumes da serra que
o separavam de Curitiba, ficando incluso os povoados de Morretes e Porto de
Cima.
Realmente um ato louvável de se comemorar, a conquista de
uma autonomia política, administrativa, cuja economia dependeria do trabalho da
Câmara, de seu Ouvidor e da pequena população. Isso é 1797. O pequeno povoado
ficou em festa, tendo a Igreja Matriz como ponto alto das comemorações.
Interessante recapitular sua primeira eleição para escolha
de “pelouros” – pessoas que deveriam votar e escolher os camaristas. Segundo
consta, foram escolhidos: Manoel Vieira Espiga (17 votos), Tenente Joaquim da
Silva Pereira (13 votos), Antonio Gonçalves Cordeiro (13 votos), Manoel Jose
Alvares (14 votos), Joaquim Antonio da Cruz (11 votos) e o Capitão Luiz Gomes
de Medeiros (11 votos).
Nossa rica história de altos e baixos momentos políticos e
econômicos nos faz refletir sobre o que devemos comemorar.
Será que a nossa decadência econômica marcada a ferro na
segunda metade do século passado, nos beneficiou? Será que a nossa estagnada paisagem ungida de
ruínas com alma de decadência se transforma em objeto de grandiosidade e
orgulho? Mas pra onde iremos?
Nossas crianças amanhã irão desfilar pela avenida saudando
os políticos de plantão, em comemoração à vida – que já é uma grande causa.
Antonina estará completando 222 anos de sua criação como
vila. O momento é de encantamento com o visual rememorado de vários monumentos
importantes na cidade. É muito bom. Faz muito tempo cuja data não tínhamos quase
nada a comemorar, mas creio, que ainda é pouco...Muito pouco!
A cidade da história, Patrimônio Nacional, pede e merece
muito mais que ter seu vestido roto recuperado. Merece dar condições de renda e
emprego para sua comunidade, tratar melhor suas crianças e idosos – que mantem
a maior parte da renda do município, tratar seus esgoto e dragar sua baía. Ser
tratada com respeito pelos políticos... Melhorar seu sistema de distribuição de
água e energia elétrica...fora outras “coisitas” mais...Que aqui não vem a caso.
Precisamos aprender a
planejar, coisa que nenhum governo até este momento fez...
E plantar flores. Viva Antonina...em seu aniversário. Viva!
¹Ermelino de Leão, “Antonina Homens e Fatos, 1918.
Valeu, Edu!Bela Lição da nossa História!
ResponderExcluirBoa Caro Eduardo. Abs
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