domingo, 9 de fevereiro de 2020

DIVÃ DO JEKITI - A bolsinha dos 20 mil dólares


Meu amigo Zé Goto, conta uma das suas histórias do nosso carnaval.
Conta aí Zé:

A bolsinha dos 20 mil dólares.

“Era uma vez, numa segunda-feira de carnaval, lá pelos anos noventa, todos vestidos de mulher – dia das Escandalosas - bem em frente de casa, Jorginho e Tico Fayad respectivamente, os dois vestidos a caráter e de vermelho pra variar (atleticanos).
Todos estávamos nos preparando para sair a avenida e aquilo lotado, mas lotado que não cabia mais nem pensamento.
Aí, passam dois caras com a camisa do flamengo, e Tico - vascaíno roxo...não sei o quê?!...E Jorginho também quis avançar nos caras. Tico agarrou Jorginho, e nesse exato momento passava a polícia militar – pessoal de fora que não os conhecia, agarraram os dois - que apesar do apelo da plateia dizendo que não era briga e sim brincadeira entre pai e filho. Mas os policiais foram taxativos e os levaram pra a delegacia, onde deveriam se explicar.
Foram levados até a viatura, que estava parada na Rua do Eduardo Bó, e queriam joga-los no camburão...Aí, chega Eliana, cunhada de Tico, e tenta argumentar: -Eles não são vagabundos, não coloquem eles na viatura! Mas nada resolveu. A Eliana foi empurrada por um policial e no momento, chegou o vereador Jefferson Fonseca e argumentou junto aos policiais, que os rapazes eram gente de Antonina, e não estavam brigando. Não houve acordo, e foram resolver o impasse na delegacia de polícia. Os argumentos serviram ao menos para serem levados sentados na viatura e não no camburão, como pretendiam os policiais.

Zé Goto - Contador de história

Tico estava com uma bolsinha, que na hora da confusão, sem ele perceber, foi retirada por sua cunhada Eliane e guardada em sua casa.
Chegando na delegacia, a primeira pergunta que Tico fez, foi sobre a bolsinha.
– Cadê minha bolsinha? Meu cigarro? ... E tinha 20 mil....Cadê minha bolsinha? E ficou repetindo insistentemente. A insistência foi tanta encima dessa tal bolsinha, que o escrivão antes de registrar a ocorrência...Indagou: - Senhor, tinha 20 mil reais? Tico respondeu...Não 20 mil dólares! E aí começou uma grande confusão...Pois Tico questionava que a tal bolsinha deveria ter ficado na viatura. E insistentemente repetia: - Eu quero minha bolsinha!
O escrivão atencioso e preocupado, liga pra viatura que atendeu a ocorrência – só pra ter uma ideia, na segunda de carnaval, a cidade fica “entupida” pra viatura chegar a delegacia, três quadras da avenida, demorava mais de meia hora – e se reportou aos policiais, dizendo que o senhor que foi levado à delegacia sentiu falta de uma bolsinha, que continha além de cigarros a importância de 20 mil dólares. Os policiais, revistaram toda a viatura e não encontraram a tal bolsinha.
O escrivão então falou ao Tico: Meu senhor a tal bolsinha não está lá!
Nesse vai e vem passaram mais de hora e os dois continuaram detidos.
Até a chegada da Eliane. Mas Tico continuava a insistir no desaparecimento da tal bolsinha que continha 20 mil dólares. Eliane então esclareceu, que na hora da confusão toda, pegou a tal bolsa, e que não continha nenhuma grande importância. Estavam cigarros e alguns trocados.
Daí, como o escrivão já conhecia as “figuras”, caíram na gargalhada e os dois foram imediatamente liberados para voltarem a brincar na avenida. Mas sem a tal bolsinha dos 20 mil dólares”. Ainda bem que prevaleceu o espírito de carnaval.

José Goto
08.02.2020


A platéia presente.

Venho contar suas histórias. É bom de contar e de ouvir, assim 
resgatamos o nosso rico repertório popular.

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