O ARMAZÉM MACEDO
Conhecido por minha geração como “Ruínas do Casarão”,
“Casarão do Macedo” e Armazém Macedo. A velha construção que serviu de
depósito das nossas maiores riquezas produtivas durante o ciclo do erva-mate
(1820-1930), período em que o nosso porto exportava o produto para os países da
bacia da Prata, Argentina e Uruguai, e galgou importante papel na economia e na
movimentação de cargas.
A imponente edificação fazia parte de um conjunto
estratégico de depósitos, que servia a produção, embalagem, armazenagem e exportação
da erva-mate, através dos inúmeros atracadouros, que compunham nosso potencial
portuário da época.
De sua concepção inicial, provavelmente na segunda metade do século XIX, pelos idos dos anos de 1880, até as ruínas que fazem parte da nossa memória coletiva mais recente, o armazém passou por inúmeras situações, quer como propriedade e função.
O Armazém Macedo, como será denominado nesses
escritos, consta em sua primeira escritura de venda, que pertenceu inicialmente
a empresa Loyola e Rebello, e que em 26 de janeiro de 1893, foi vendida para
Macedo e Companhia, representado pelo sócio Antônio Ribeiro de Macedo. Cuja
documentação de venda não consta que o terreno aforado de marinha, continha
edificação.
“...Revendo neste cartório, o Livro sob
nº14 e 15, de ESCRITURAS, nele às fls. 43vº à 44vº, consta a escritura do
seguinte teor: Escriptura de venda que fazem LOYOLA & REBELLO, de uns
terrenos com princípio de edificação a MACEDO & COMPANHIA, como
abaixo se declara. Saibão quantos esta virem que sendo no anno do Nascimento de
Nosso Senhor Jesus Christo de mil oito centos noventa e três, aos vinte seis
dias do mez de janeiro do dito ano, nesta cidade de Antonina, em o escritório
de Loyola & Rebello, onde eu Tabelião interino fui chamado vindo, ahi
presentes partes justas e contratadas, de um lado como vendedor Loyola &
Rebello, representados pelo socio Coronel Joaquim Antonio de Loyola, de outro
como comprador o coronel digo comprador Macedo & Companhia, representado
pelo socio Coronel Antônio Ribeiro de Macedo...”¹
A empresa Macedo e Cia, de sociedade dos irmãos Antônio
Ribeiro de Macedo e José Ribeiro de Macedo, adquirida em 1893, terreno
de aforamento da marinha, não continha nenhuma edificação. Somente a partir de
1927, após inúmeros acertos e negociações entre a empresa e a união referente
ao aforamento do terreno, que aparecem vestígios documentais da construção do
armazém. A 06 junho de 1930, Antônio Ribeiro de Macedo, adquire as ações
dos herdeiros inventariantes do seu irmão e passa a ser sócio solidário do
aforamento e do armazém, onde pela primeira vez, consta no registro do imóvel,
conforme transcrito:
“Certifico que a fls. 62 do livro nº3ª
nº72 foi transcrito a Escriptura do imóvel conforme extrato abaixo: SITUAÇÃO:
Rua Marques de Herval nº1 desta Cidade. CARACTERÍSTICOS: Consta de partes do
Armazém sito a Rua Marques de Herval nº1 desta Cidade, todo construído de
tijolos, coberto de zinco, dividindo-se por um lado e fundos com o Mar, e por
outro lado com armazém e terrenos de marinha aforados a João Cordeiro, cujo
armazém está edificado em terrenos de marinha aforados do Governo Federal, pelo
outorgado comprador, armazém esse, que se acha em comum com os demais herdeiros
e com o mesmo outorgado comprador. ADQUIRENTE: Antônio Ribeiro de Macedo,
residente nesta cidade. TRANSMITENTES: Mario Caron e sua mulher Dna. Odaléa
Macedo Caron, José Macedo Junior e sua mulher Da. Clotelvina Portugal Macedo, e
Manoel Valdomiro de Macedo e sua mulher Da. Aurélia Dacheux de Macedo, todos
residentes em Curityba. TÍTULO: Escriptuta publica de compra e venda lavrada em
6 de junho de 1930, pelo Tabellião José Ferreira de Oliveira, desta cidade.
VALOR: Oito contos e quatrocentos mil reis (8:400$000) CONDIÇÃO: Puro e
simples. O referido é verdade e dou fé. Antonina, 10 de junho de 1930 - José
Ferreira de Oliveira – Official.” ²
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Leia ainda: A reforma do Armazém e seu anexo... Quem foi o Coronel Macedo.
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