terça-feira, 31 de agosto de 2021

O ARMAZÉM MACEDO...História.

O ARMAZÉM MACEDO

Conhecido por minha geração como “Ruínas do Casarão”, “Casarão do Macedo” e Armazém Macedo. A velha construção que serviu de depósito das nossas maiores riquezas produtivas durante o ciclo do erva-mate (1820-1930), período em que o nosso porto exportava o produto para os países da bacia da Prata, Argentina e Uruguai, e galgou importante papel na economia e na movimentação de cargas.

A imponente edificação fazia parte de um conjunto estratégico de depósitos, que servia a produção, embalagem, armazenagem e exportação da erva-mate, através dos inúmeros atracadouros, que compunham nosso potencial portuário da época.

De sua concepção inicial, provavelmente na segunda metade do século XIX, pelos idos dos anos de 1880, até as ruínas que fazem parte da nossa memória coletiva mais recente, o armazém passou por inúmeras situações, quer como propriedade e função.


Fragmentos da história

O Armazém Macedo, como será denominado nesses escritos, consta em sua primeira escritura de venda, que pertenceu inicialmente a empresa Loyola e Rebello, e que em 26 de janeiro de 1893, foi vendida para Macedo e Companhia, representado pelo sócio Antônio Ribeiro de Macedo. Cuja documentação de venda não consta que o terreno aforado de marinha, continha edificação.

“...Revendo neste cartório, o Livro sob nº14 e 15, de ESCRITURAS, nele às fls. 43vº à 44vº, consta a escritura do seguinte teor: Escriptura de venda que fazem LOYOLA & REBELLO, de uns terrenos com princípio de edificação a MACEDO & COMPANHIA, como abaixo se declara. Saibão quantos esta virem que sendo no anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil oito centos noventa e três, aos vinte seis dias do mez de janeiro do dito ano, nesta cidade de Antonina, em o escritório de Loyola & Rebello, onde eu Tabelião interino fui chamado vindo, ahi presentes partes justas e contratadas, de um lado como vendedor Loyola & Rebello, representados pelo socio Coronel Joaquim Antonio de Loyola, de outro como comprador o coronel digo comprador Macedo & Companhia, representado pelo socio Coronel Antônio Ribeiro de Macedo...”¹

A empresa Macedo e Cia, de sociedade dos irmãos Antônio Ribeiro de Macedo e José Ribeiro de Macedo, adquirida em 1893, terreno de aforamento da marinha, não continha nenhuma edificação. Somente a partir de 1927, após inúmeros acertos e negociações entre a empresa e a união referente ao aforamento do terreno, que aparecem vestígios documentais da construção do armazém. A 06 junho de 1930, Antônio Ribeiro de Macedo, adquire as ações dos herdeiros inventariantes do seu irmão e passa a ser sócio solidário do aforamento e do armazém, onde pela primeira vez, consta no registro do imóvel, conforme transcrito:

“Certifico que a fls. 62 do livro nº3ª nº72 foi transcrito a Escriptura do imóvel conforme extrato abaixo: SITUAÇÃO: Rua Marques de Herval nº1 desta Cidade. CARACTERÍSTICOS: Consta de partes do Armazém sito a Rua Marques de Herval nº1 desta Cidade, todo construído de tijolos, coberto de zinco, dividindo-se por um lado e fundos com o Mar, e por outro lado com armazém e terrenos de marinha aforados a João Cordeiro, cujo armazém está edificado em terrenos de marinha aforados do Governo Federal, pelo outorgado comprador, armazém esse, que se acha em comum com os demais herdeiros e com o mesmo outorgado comprador. ADQUIRENTE: Antônio Ribeiro de Macedo, residente nesta cidade. TRANSMITENTES: Mario Caron e sua mulher Dna. Odaléa Macedo Caron, José Macedo Junior e sua mulher Da. Clotelvina Portugal Macedo, e Manoel Valdomiro de Macedo e sua mulher Da. Aurélia Dacheux de Macedo, todos residentes em Curityba. TÍTULO: Escriptuta publica de compra e venda lavrada em 6 de junho de 1930, pelo Tabellião José Ferreira de Oliveira, desta cidade. VALOR: Oito contos e quatrocentos mil reis (8:400$000) CONDIÇÃO: Puro e simples. O referido é verdade e dou fé. Antonina, 10 de junho de 1930 - José Ferreira de Oliveira – Official.” ²


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Leia ainda: A reforma do Armazém e seu anexo... Quem foi o Coronel Macedo.

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