quarta-feira, 13 de outubro de 2010

De tão perto

Em Prudentópolis na Igreja de São Josafat com Miroslawa Krevei
Aproveitei o final de semana prolongado, peguei a família e fomos dar uma rodada pelas estradas do Paraná. Gosto muito da região dos Campos Gerais, que além de ser perto, tem uma topografia totalmente diferente da nossa. Montei um pequeno roteiro para não sair a deriva. Passamos em Curitiba e juntamos a tralha com a irmã e família, e lá fomos nós.
Primeira parada BR277, Recanto dos Papagaios, entre Ponta Grossa e Palmeira. O recanto é mantido pelo DER e possui uma boa infraestrutura para laser, com churrasqueiras e piscinas naturais. De lá seguimos até Palmeira, pequena cidade, demos somente uma entrada, fomos até o centro e caminhamos pelas poucas ruas, mas bem conservadas e acolhedoras. Um giro de apenas uma hora, deu muito bem para registrar algumas fotos e sentir o seu clima tranquilo.
De lá seguimos até Irati, onde tínhamos programado almoço no Restaurante Italiano - uma boa referência na cidade – saboreamos um bom e bem servido mignon na chapa. Nos foi sugerido hospedagem em um pequeno “hotel de apartamentos” o Luiz XV, onde pernoitamos. O que nos surpreendeu é que os hotéis da cidade estavam lotados e foi difícil encontrar vaga para apenas um pernoite.
Irati é um município com marcante influência polonesa e italiana, além de outras etnias como a ucraniana, alemã e holandesa. Que preservam suas tradições culturais e religiosas. O principal atrativo é a imagem gigante da padroeira Nossa Senhora das Graças, erigida no alto de um morro, que através do mirante se pode observar toda cidade.

Prudentópolis

No dia seguinte seguimos viagem até nosso destino, Prudentópolis. Conhecida como a Terra das Cachoeiras Gigantes, de marcante colonização ucraniana com suas importantes construções religiosas – a Igreja de São Josafat é tombada pelo Patrimônio Artístico e Histórico do Paraná – e várias outras menores, mas de grande importância, principalmente as construídas em madeira. A surpresa foi ao visitar a Igreja de São Josafat, ter encontrado uma figura apaixonante e simbólica local, dona Meroslawa Krevei. Professora aposentada e dedicada pelo que faz em defesa da cultura ucraniana e da cidade. Conversamos rapidamente, mas descobrimos amigos comuns, que também labutam pelo reconhecimento e a valorização da diversidade cultural no nosso estado, no caso os arquitetos Key Imaguire e Marialba Rocha Gaspar Imaguire e do deputado Ângelo Vanhoni. Também visitamos o Museu do Milênio, onde guarda um grande e importante acervo da história da imigração ucraniana da cidade.
Para cumprir o roteiro, também visitamos duas cachoeiras - as mais próximas – o Salto Manduri e o Salto Barão do Rio Branco. Ao todo são sete saltos, o maior é o Salto São Francisco com mais de 120 m de altura, a 56 km do centro.
Pernoitamos em um hotel no centro, o Vila Lopes e no dia seguinte, antes de seguir viagem de retorno, visitamos uma loja de artesanato típico para comprar as “lembrancinhas” e não esquecer dos bons fluídos do local.
Altar Igreja de Santana - Ponta Grossa
Retornando

Para retornar fizemos outro caminho, agora pela BR373 que liga até Ponta Grossa. No meio do caminho encontramos Imbituva, a Capital das Malhas e aproveitamos para almoçar. A cidade dispõe de poucas opções, mas encontramos o que pretendíamos no Restaurante Delícia. Comida por quilo, boas e novas instalações e atendimento a contento. Demos um “tour” a pé pelo centro e pegamos a estrada para Ponta Grossa.




Ponta Grossa

Por lá ter vivido um pequeno período – 1971/1973 – sempre que passo por Ponta Grossa procuro visitar a cidade para rever alguns amigos. O Cláudio Rugilo, - professor aposentado da UEPG e empresário da área de alimentos – é um deles. Proprietário da Sorveteria Polar, bem na Av. Vicente Machado, sempre me proporciona bons momentos e belas recordações, do nosso tempo comum de juventude. Além do astral altíssimo, aproveitamos também para degustar o saboroso sorvete caseiro, tradicional receita da família. Conversa vai e conversa vem, indaguei sobre Dona Didi, mãe do nosso amigo comum, o engenheiro José Roberto Rizental. Fui informado que Didi, acabara de completar 80 anos e morava a uma quadra de onde estávamos. Fomos até o Edifício Gravina, para visitar aquela pessoa que sempre soube me tratar com muito carinho, quando solitariamente vivi naquela cidade. Encontrei Didi, anciã com cabelos brancos, mas com aquele olhar brilhante nos olhos, nos recebendo com muita alegria e amor.

Os momentos foram rápidos, mas valiosos. Viajar é encontrar ou reencontrar valores, para que possamos realimentar nossas vidas. Aprender com outras culturas e reconhecer ainda mais o que temos de bom e o que podemos fazer para melhorar nosso entorno. Foram apenas três dias tão perto, que a gente conseguiu ficar tão longe. Viajar é preciso!

Via Ferrea- Irati

Salto Barão do Rio Branco - Prudentópolis

Altar Igreja Ucraniana de São Josafat-Prudentopolis

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