Para quem viveu a ultima metade do século passado, lembra
muito bem da existência da Loja das Jabuas, bem ali na Rua XV de Novembro, 16.
Hoje nos restam lembranças, uma fachada arquitetônica e a presença de duas das
irmãs – num total de oito – Odete e Maria que ao entardecer, sentam
enfrente a sua moradia – antiga loja, e proseiam com os amigos e conterrâneos,
contando histórias e recordando a Antonina de outrora.
Ivone com 85 anos é a mais comunicativa e me contou um pouco
de como tudo começou.
A Loja dos Mattar, como era chamada quando fundada pelos
seus pais, Gabriel e Noemia Mattar – Jabur – libaneses de nascimento. Aqui
chegando no início do século 20, montaram um comércio de secos e molhados na
vizinhança do Mercado Municipal. Mas com o passar do tempo, mudaram de ramo
para uma Loja de Armarinhos, onde comercializavam roupas, tecidos, bijuterias e
calçados. Com o falecimento dos progenitores, foram as irmãs que deram
continuidade às atividades da loja.
O nome popular de Lojas das Jabuas foi incorporado pela
comunidade por causa do sobrenome de origem Jabur, traduzido como Mattar. As
sete irmãs e um irmão: Manza, Odete, Araci, Jorge, Nazira, Ivone, Maria Eunice
e Marlene Mattar se dedicaram quase que exclusivamente a continuidade das
atividades da loja, que permaneceu funcionando até o ano de 1990.
Balcão, calçados e alpargatas
Da antiga loja resta apenas a fachada, restaurada pela
família. Mas muitas imagens ficaram registradas em nossa memória. As duas moradias
eram ligadas por um pequeno corredor. Na primeira, duas grandes portas, um
grande balcão e uma infinidade de artigos pendurados e expostos em prateleiras
rústicas. No canto a direita e embaixo estavam as Alpargatas Roda, a sensação
do momento para a garotada que não tinha recursos para comprar um sapato.
Alpargatas eram um tipo de calçado de pano com solado de corda-sisal.
No outro compartimento, o mundo era dos calçados. Espalhados
sobre as caixas de papelão, eram expostos as últimas novidades do mercado. Quem
não queria ter um sapato de verniz?
Ao fundo e acima das prateleiras, anúncios emoldurados da
Gessi-Lever, davam um toque na decoração. Uma pequena vitrine no interior da
loja permitia a exposição dos produtos, através de uma das portas da fachada da
segunda moradia.
Fotos e lembranças
Digitalizando meus negativos, encontrei essas “pérolas”
visuais da nossa cidade, registradas em 1984, seis anos antes do encerramento
das atividades da Loja das Jabuas. Como não tinha nenhuma referência histórica
sobre o objeto fotografado, conversei com Dona Ivone, que carinhosamente me
passou essas informações. Obrigado!
Assim, a gente vai contando um pouco da nossa história.
Fachada 1984 |
Duas irmãs: Ivone e Maria |
Olá Eduardo.
ResponderExcluirEm frente tinha o Armazém de Secos e Molhados do Sr. Gebran Azim. Recordar é viver.
MUITO LEGAL!!
ResponderExcluirBela lembrança, Bó!
ResponderExcluirLendo seu texto lembrei-me da minha infância quando as Jabuas faziam bonecos de judas para a gente malhar.
abraço
Não sou desse tempo, porem acho legal essa lembrança dos tempos áureos e majestosos da velha e boa Cidade Capelista.
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