terça-feira, 24 de abril de 2012

HISTÓRIAS E ESTÓRIAS VIII...A Loja das Jabuas

Para quem viveu a ultima metade do século passado, lembra muito bem da existência da Loja das Jabuas, bem ali na Rua XV de Novembro, 16. Hoje nos restam lembranças, uma fachada arquitetônica e a presença de duas das irmãs – num total de oito – Odete e Maria que ao entardecer, sentam enfrente a sua moradia – antiga loja, e proseiam com os amigos e conterrâneos, contando histórias e recordando a Antonina de outrora.

Ivone com 85 anos é a mais comunicativa e me contou um pouco de como tudo começou.
A Loja dos Mattar, como era chamada quando fundada pelos seus pais, Gabriel e Noemia Mattar – Jabur – libaneses de nascimento. Aqui chegando no início do século 20, montaram um comércio de secos e molhados na vizinhança do Mercado Municipal. Mas com o passar do tempo, mudaram de ramo para uma Loja de Armarinhos, onde comercializavam roupas, tecidos, bijuterias e calçados. Com o falecimento dos progenitores, foram as irmãs que deram continuidade às atividades da loja.
O nome popular de Lojas das Jabuas foi incorporado pela comunidade por causa do sobrenome de origem Jabur, traduzido como Mattar. As sete irmãs e um irmão: Manza, Odete, Araci, Jorge, Nazira, Ivone, Maria Eunice e Marlene Mattar se dedicaram quase que exclusivamente a continuidade das atividades da loja, que permaneceu funcionando até o ano de 1990. 

Balcão, calçados e alpargatas

Da antiga loja resta apenas a fachada, restaurada pela família. Mas muitas imagens ficaram registradas em nossa memória. As duas moradias eram ligadas por um pequeno corredor. Na primeira, duas grandes portas, um grande balcão e uma infinidade de artigos pendurados e expostos em prateleiras rústicas. No canto a direita e embaixo estavam as Alpargatas Roda, a sensação do momento para a garotada que não tinha recursos para comprar um sapato. Alpargatas eram um tipo de calçado de pano com solado de corda-sisal.
No outro compartimento, o mundo era dos calçados. Espalhados sobre as caixas de papelão, eram expostos as últimas novidades do mercado. Quem não queria ter um sapato de verniz?
Ao fundo e acima das prateleiras, anúncios emoldurados da Gessi-Lever, davam um toque na decoração. Uma pequena vitrine no interior da loja permitia a exposição dos produtos, através de uma das portas da fachada da segunda moradia.

Fotos e lembranças

Digitalizando meus negativos, encontrei essas “pérolas” visuais da nossa cidade, registradas em 1984, seis anos antes do encerramento das atividades da Loja das Jabuas. Como não tinha nenhuma referência histórica sobre o objeto fotografado, conversei com Dona Ivone, que carinhosamente me passou essas informações. Obrigado!
Assim, a gente vai contando um pouco da nossa história.



Fachada 1984





Duas irmãs: Ivone e Maria

4 comentários:

  1. Olá Eduardo.
    Em frente tinha o Armazém de Secos e Molhados do Sr. Gebran Azim. Recordar é viver.

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  2. Bela lembrança, Bó!
    Lendo seu texto lembrei-me da minha infância quando as Jabuas faziam bonecos de judas para a gente malhar.
    abraço

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  3. Não sou desse tempo, porem acho legal essa lembrança dos tempos áureos e majestosos da velha e boa Cidade Capelista.

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