Como cidadão e curioso pela história da cidade, venho
acompanhando há tempo conflitos entre o espólio Matarazzo a comunidade e as
administrações municipais.
As Indústrias Matarazzo deixaram de funcionar na cidade no
ano de 1975. Dela pra cá o que mais se vê é o abandono total de suas “ricas”
instalações. Casas foram demolidas, descaracterizadas, sucumbidas e tudo de
pior aconteceu, sem nenhuma expectativa funcional para gerar renda e emprego na
cidade. São mais de trinta anos de abandono.
Mas não é somente a instalação industrial que consiste o
patrimônio da família. Vários terrenos, onde se encontravam as instalações do
antigo Estádio Ermelino Matarazzo, o Bairro do Ceará – vila dos operários, a
antiga Sede Social, a Casa da Gerência, o Posto de Puericultura e a Escola
Ermelino Matarazzo, fazem parte desta riqueza. Sem contar ainda com o
polêmico Ramal Ferroviário.
Pela pouca informação que tenho, me consta que o referido
ramal foi uma concessão do município no ano de 1917 por uma Lei Municipal, e me
parece que existia um prazo de vigência de sessenta anos – como toda a
concessão - e não foi para os Matarazzo.
Mas dez anos depois, foi editada uma nova Lei, então permitindo a
concessionária se associar com outros interessados, e é aí que entra os
Matarazzo. Caso seja verídico o que estou levantando, além do prazo da
concessão ter vencido, era necessária por parte do poder público, a revogação
da referida lei, pois me parece que sua vigência ultrapassou o que foi
estabelecido.
Hoje o ramal encontra-se desativado e não cabe a
concessionária ALL sua recuperação, pois “continua” sendo defendido pelo
espólio como de sua propriedade.
Qualquer tipo de interferência que a comunidade deseja fazer
em terreno defendido pelo espólio tem ultimamente causado incidentes, e virando
até caso de polícia.
Na administração anterior, o prefeito mandou construir uma
calçada tangenciando a linha férrea – desativada - para auxiliar principalmente
a segurança dos transeuntes e alunos que por ali passam e foi imediatamente
interceptado. Recentemente, na retomada das obras do anel rodoviário entre as
avenidas Thiago Peixoto e Matarazzo, também houve incidentes.
Para resolver de uma vez por toda esse tipo de conflito, se
faz necessário que nossos legisladores revejam a tal Lei da Concessão de
1917... e a revoguem.
Somente assim a referida área voltara a pertencer ao
município e poderá até refazer um novo contrato, pois como tudo indica, os
Terminais Portuários da Ponta do Félix tem intenção de levar o ramal ferroviário
até suas instalações.
Não sou jornalista, muito menos trabalho com matéria
investigativa, mas determinadas situações perturbam a sociedade como um todo, e
apenas uso o espaço para expressar minhas angustias provocada pela ausência de
políticos e políticas comprometidas com a comunidade. Tenho dito.
Boa matéria Bó!!! Ela resgata a história,nos trás para o presente e nos mostra o futuro... que nossos legisladores fomentados por essa GRANDE idéia possam "colocar o trem na linha" e presentear a cidade com o regate da concessão...
ResponderExcluirBoa idéia, Eduardo! O descaso para com nosso Patrimonio Historico e Industrial, como é o caso das IRFM é revoltante; Algo tem que ser feito antes que seja só objeto de estudo pra arqueólogo, que nem os sambaquis...abraços
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