quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022
A Estrada da Graciosa.
ESTRADA DA GRACIOSA...um recorte da história.
O caminho mais antigo que liga Antonina a Curitiba é a Estrada da Graciosa. Tudo indica que o seu nome é fruto da nomenclatura da antiga Vila Antonina, antes Freguesia de Nossa Senhora do Pilar da Graciosa, Pilar da Graciosa...Ou Sítio da Graciosa. Local do então Capitão Mor Manoel do Valle Porto, português, considerado seu fundador, que por aqui aportou em 1712, e doador do terreno onde foi erigida a capela em louvor a Santa do Pilar.
Placas comemorativas a construção da estrada. Portal da cidade.
Contexto
Com a expansão econômica da região e principalmente da Vila Antonina (1797), os caminhos eram árduos para se chegar ao primeiro planalto, ou seja, a Curitiba.
Comumente, cargas e passageiros deveriam embarcar e desembarcar suas canoas nos portos de Porto de Cima e Morretes e a viagem pelo Rio Cubatão (Nhundiaquara), era considerada perigosa. Sem considerar ainda a jornada serra a dentro, através do Caminho do Itupava, em lombo de animal, até chegar a Curitiba.
As canoas faziam a travessia de Morretes aos Portos de Antonina e Paranaguá e abasteciam as cidades. Tal era a importância deste entreposto que o encarregado era nomeado pelo Ouvidor da Comarca e cobrava altas taxas para movimentação das cargas.
Incansáveis lutas
Enquanto nossos vizinhos, Paranaguá e Morretes lutavam para melhorias do antigo Caminho do Itupava, os antoninenses lutavam pela abertura do Caminho da Graciosa, que iria facilitar o acesso ao seu porto e reduziria a árdua tarefa de travessia das canoas.
A luta até certo ponto e momento parecia em vão, devido ao poder dos envolvidos. Segundo o historiador Ermelino de Leão (1), logo após a instalação da Vila Antonina, a primeira Câmara tratou de realizar a legítima aspiração dos seus munícipes: a reabertura do caminho da Graciosa. E teve a acolhida da comunidade e das autoridades curitibanas. “O Capitão-mor de Curitiba, Lourenço Ribeiro de Andrade prontamente atendeu ao apelo dos capelistas, mandando consertar a picada até o cume da serra, para encontrar-se com a turma que a Câmara de Antonina tinha enviado para a restauração do histórico caminho.”
A 17 de novembro de 1738, os curitibanos enviaram a primeira equipe para a reabertura do caminho: “Essa bandeira levantou...Uma grande cruz, para que servisse e fosse público”.
Mas não foi fácil não, embargos foram feitos por parte dos vizinhos, chegando até a proibir o trânsito pela estrada, conforme edital de 12 de junho de 1798, do Ouvidor Geral Dr. Branco (2), sob penas severas. Mas a decisão do embargo foi derrubada em 1807, pelo Governador de São Paulo, que ordenou a abertura da estrada ao público (3).
Primeiras passagens
A 16 de agosto de 1807, romeiros a Nossa Senhora do Pilar fizeram a primeira viagem pela estrada, para testar sua viabilidade, apesar de ainda não estar concluída e afirmaram: “Transpusemos com a maior felicidade, com mais de sessenta animais carregados, sem que qualquer um ficasse mutilado e ferido. E que a distância da Villa até Borda do Campo seria de sete léguas, que o terreno era muito mais vantajoso que o do Itupava, porque evita os perigos do rio Cubatão (Nhundiaquara) e os despenhadeiros da serra.” (4)
Ação definitiva
Ermelino de Leão, (5) nos atenta ainda que: foi certeiro o movimento reivindicatório das comunidades de Antonina, Paranaguá e Curitiba, quando informaram ao Governo Imperial a lastimável situação das vias de comunicação da comarca. “Então, o Governo Real julgou acertado intervir, baixando a carta régia de 17 de julho de 1820, que mandava proceder a reconstrução da Estrada da Graciosa, incumbindo o serviço ao Tenente Coronel Inácio de Sá Soto Maior...” Data da qual podemos considerar como definitiva para sua abertura.
Veja matéria completa no livro 'Antonina frag-men-tos"
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