Dalila Bú não passa mais aqui, xingando todo mundo que
o apelidava;
Felipe Bueiro não passa mais aqui, assoviando sempre um dobrado;
Maneco Perplexo, apesar de ser cego, também não passa mais aqui, cantando
músicas acompanhadas ao som de um pente Flamengo, com papel celofane;
Tube,
certa vez poeta, pintor ou pastor, também não passa mais aqui;
Joubert Vieira
não passa mais aqui, ora promotor, prefeito popular, não mais solta foguete
quando chega navio no porto;
Dodo Picanço de dentista e vereador, sempre
querendo saber onde está o relógio da estação? Mas não passa mais aqui;
Também
não passa mais aqui Ademaro Santos distribuindo seu jornal;
Wilson Rio Apa não
passa mais aqui, falando de teatro, literatura e cultura;
Camelo não está mais
no Cruzeirão, nem Dona Rosinha no mercado… Não passam mais aqui; Belarmino e
Gabriela não passam mais aqui, cantando “As mocinhas da cidade”;
Maria Alice com
o Grupo de Seresta não passam mais aqui... Nem Nerea Sarmento, vendendo rifa pra
“salvar” a maternidade;
O violão de Pelicano emudeceu, e meu
amigo Antônio não passa mais aqui;
Moça não passa mais aqui vendendo bacucu;
Relem o alfaiate, poeta e compositor não passa mais aqui pra mostrar os versos
do novo samba-enredo; Também não passa mais aqui Zeco Pinto Loco, nos contando
sobre suas pretensões e peripécias;
Nenê Chaminé não sai mais no carnaval com
seu pinico…não passa mais aqui;
Acrizinho não passa mais aqui, com sua Brasília
amarela, protegida pelos seu batalhão angelical;
João Renato não senta nas
escadarias da igreja de São Benedito, pois não passa mais aqui;
Mariquinha Bó não está mais na janela, querendo saber as novidades…Nem seu Acrizio conserta mais sapatos.
Essas e muitas outras pessoas incríveis passaram por nós e deixaram suas marcas, que
lembramos com nostalgia. Saudades!
Amanhã, também não passaremos mais por aqui!
(Escrito sentado nas escadarias da Igreja de São Benedito/Antonina...em meu celular)
Eduardo Nascimento
22.02.2022
Agora é nois passando por aqui!!
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