Mais uma história contada por Osvaldo Lopes:
JACU ASSADO
“História da minha infância: Lá em casa, quando nós tínhamos
padaria - ali na Rua do Esteiro – ia muita gente...E muito homem. Eu tinha
cinco irmãos...Três de mamãe e quatro de papai...E mais dois dos filhos, fora
os agregados, que eram os padeiros.
A casa vivia cheia. Eli, meu irmão com a banda de música...Elias,
queria ser pastor e trazia um monte de gente...Era muita gente lá em casa!
Minha mãe tinha um casal de jacu, que ela criava desde
pequeno, de ovo que trouxe de Cananéia...Digo, Itaqui de Serra Negra...Que ganhou
de uma parente e trouxa pra cá, para criar. Criou os jacus e gostava tanto que
a conheciam até pela voz. E os jacus viviam por ali, num enorme viveiro que ela
fez, com árvore dentro...E tudo mais. E nós espiávamos os bichinhos
diariamente.
Mas, em um determinado dia sumiu um jacu de mamãe. Era
pequeno mas lembro muito bem, que mamãe chorava e batia em todo mundo, com um
cabo de vassoura.
- Cadê meu jacu...Eu quero meu jacu! Mamãe esbravejava e
ninguém sabia o que responder...E nada de aparecer esse jacu.
Mas o melhor da história, é que antes dela ter percebido o sumiço
do jacu, quem tinha andado pela redondeza era Tube...e com certeza foi Tube que
pegou o tal jacu.
Tube pegou o jacu, matou no nosso quintal e levou pra nossa padaria.
Assaram no forno da própria padaria e quando mamãe e papai desceram de outro
lado - pois a padaria fazia desnível com a Rua do Campo, viu a turma toda - a filharada
e os padeiros - saboreando uma galinhada. Que segundo Tube, tinha trazido da
ilha, do outro lado da baía.
Depois mamãe descobriu que a tal galinhada era dos jacus que
Tube afanou.
Tube ficou um bom tempo sem passar em frente a nossa
padaria...
Senão mamãe matava ele!”
Osvaldinho tem histórias do tempo do "opa", e depois de tomar um gole de cataia então...
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