segunda-feira, 4 de maio de 2020

JACU ASSADO...histórias do Divã do Jekiti



Mais uma história contada por Osvaldo Lopes:

JACU ASSADO

“História da minha infância: Lá em casa, quando nós tínhamos padaria - ali na Rua do Esteiro – ia muita gente...E muito homem. Eu tinha cinco irmãos...Três de mamãe e quatro de papai...E mais dois dos filhos, fora os agregados, que eram os padeiros.
A casa vivia cheia. Eli, meu irmão com a banda de música...Elias, queria ser pastor e trazia um monte de gente...Era muita gente lá em casa!
Minha mãe tinha um casal de jacu, que ela criava desde pequeno, de ovo que trouxe de Cananéia...Digo, Itaqui de Serra Negra...Que ganhou de uma parente e trouxa pra cá, para criar. Criou os jacus e gostava tanto que a conheciam até pela voz. E os jacus viviam por ali, num enorme viveiro que ela fez, com árvore dentro...E tudo mais. E nós espiávamos os bichinhos diariamente.
Mas, em um determinado dia sumiu um jacu de mamãe. Era pequeno mas lembro muito bem, que mamãe chorava e batia em todo mundo, com um cabo de vassoura.
- Cadê meu jacu...Eu quero meu jacu! Mamãe esbravejava e ninguém sabia o que responder...E nada de aparecer esse jacu.
Mas o melhor da história, é que antes dela ter percebido o sumiço do jacu, quem tinha andado pela redondeza era Tube...e com certeza foi Tube que pegou o tal jacu.
Tube pegou o jacu, matou no nosso quintal e levou pra nossa padaria. Assaram no forno da própria padaria e quando mamãe e papai desceram de outro lado - pois a padaria fazia desnível com a Rua do Campo, viu a turma toda - a filharada e os padeiros - saboreando uma galinhada. Que segundo Tube, tinha trazido da ilha, do outro lado da baía.
Depois mamãe descobriu que a tal galinhada era dos jacus que Tube afanou.
Tube ficou um bom tempo sem passar em frente a nossa padaria...
Senão mamãe matava ele!”
 
Osvaldinho Lopes...
Contando historias.
Em tempo de isolamento social devido ao covid-19, 
os amigos e frequentadores do Jekiti estou enviando suas história online. Conte uma história, grave ou escreva e me envie, que publico. 
Assim vamos resgatando nossa memória popular. 
Obrigado Osvaldinho!


Um comentário:

  1. Osvaldinho tem histórias do tempo do "opa", e depois de tomar um gole de cataia então...

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