quarta-feira, 28 de julho de 2021

Mais um no Divã do Jekiti...Reinaldo Pardal

Hoje quem vai pro Divã do Jekiti é nosso amigo “paciente” poeta, compositor e professor Reinaldo Gonçalves Moreira - Pardal, que nos enviou esta história. Conta pra nós Pardal:

MEIA VOLTA COMPANHEIROS

“Vou reproduzir aqui, uma estória que ouvi do saudoso Joel da Silva, mais conhecido como Cabo Chico, grande contador de estórias. No início do século passado, o movimento portuário era intenso, assim como o movimento noturno na Rua do Esteiro. Havia uma certa disputa entre Estivadores e Marinheiros pela ocupação das casas de diversão, ali devidamente instaladas, entretanto, desigual, pois os marujos além de serem novidades, carregavam o vil metal em quantidades maiores e esta preferência era o estopim para embates violentos.  Numa noite, Jorginho Cabo Chico, pai do contador original deste fato, acompanhado de 3 outros estivadores, ao dobrarem a esquina do 29 de Maio, observaram 2 marinheiros fardados caminhando em direção à uma das casas.  Jorginho que era um sujeito esguio, engraçado e tinha algo de boêmio e poeta, montado em sua bicicleta gritou: Avante companheiros, corramos pegá-los agora. E partiram atrás dos adversários, entretanto, ao virarem no Bar do Rui e entrarem na Comendador Araújo deram de cara com pelo menos 30 marinheiros, ao que, num piscar de olhos, Jorginho bradou: Meia Volta companheiros, fujamos sem demora, brigaremos outra hora.”

Reinaldo Pardal 
(foto arquivo do facebook)

Obrigado amigo Reinaldo... Valeu!

Em tempo de pandemia, escreva uma das suas histórias, me envie que publico.

Assim vamos construindo nosso repertório popular.

Antonina, 27 de julho de 2021

 O Divã do Jekiti é uma coluna publicada no Blog palavradobó, com causos e histórias contadas pelos frequentadores do Jekiti, lugar de convivência social – ponto de ônibus com dois cafés. As conversas-histórias são gravadas, subscritas e postadas pelo editor do blog. Mas, em tempo de pandemia do Covid-19, para evitar aglomerações, os frequentadores enviam suas histórias por rede social...E a gente divulga!

 

terça-feira, 27 de julho de 2021

Antonina Patrimônio Nacional...O tombamento.

O TOMBAMENTO DA CIDADE

Uma área da cidade, após vários estudos por especialistas do Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, é considerada de interesse de preservação e proteção, conhecido como Tombamento.

Mas o que é um Tombamento?

“O tombamento é o ato de reconhecimento do valor histórico, artístico ou cultural de um bem, transformando-o em patrimônio oficial público e instituindo um regime jurídico especial de propriedade, levando em conta sua função social e preservando a cédula de identidade de uma comunidade, e assim, garantir o respeito à memória do local e a manutenção da qualidade de vida. A etimologia da palavra tombamento advém da Torre do Tombo, arquivo público português onde são guardados e conservados documentos importantes. Um bem histórico é tombado quando passa a figurar na relação de bens culturais que tiveram sua importância histórica, artística ou cultural reconhecida por algum poder público (federal, estadual ou municipal) através de seus respectivos órgãos de patrimônio.” (1)

O tombamento poderá acontecer no nível federal, estadual ou municipal.

O tombamento do Conjunto Histórico e Paisagístico de Antonina, foi realizado em duas etapas, a primeira em caráter provisório, publicada no em 29 de junho de 2011 (ver doc. anexo), no Diário Oficial da União (DOU) delibera sobre as poligonais da área tombada e de entorno. Cuja área passou a ter proteção federal e não pode sofrer danos.

Após a comunicação feita pelo IPHAN-PR, através de reunião pública, da prefeitura e da imprensa, foi dado um prazo para que a comunidade pudesse se manifestar a respeito do ato do tombamento. Sendo sua aprovação definitiva a 26 de janeiro de 2012, pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural na sede do Instituto do Patrimônio Histórico de Artístico Nacional - Iphan, em Brasília. De acordo com o parecer técnico elaborado pelo Iphan, a área tombada materializa os processos de ocupação territorial no Sul do Brasil, particularmente no Paraná, e está diretamente ligada ao primeiro ciclo de exploração do ouro no país. O presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida, lembra que Antonina já possui tombamentos isolados pelo governo estadual e a decisão do Conselho Consultivo proporciona “a inclusão de mais um agente, que é o Iphan, em todo um trabalho que já vem sendo realizado pela preservação do patrimônio cultural.

“A proposta de tombamento de Antonina partiu da identificação de duas distintas áreas situadas entre as margens da Baía de Antonina e o sopé dos morros que envolvem a cidade: o Centro Histórico e o complexo das Indústrias Matarazzo. Para proteção da área tombada, o entorno proposto pelo Iphan-PR engloba os conjuntos, os morros que emolduram a cidade e parte da Baía de Antonina.”  complementa o Iphan. (2)

Mapa área tombada do Centro Histórico - IPHAN

Conceito histórico e justificativas 

(Transcritos de docs. publicados pelo Iphan)

A região da Baía de Paranaguá foi uma das primeiras áreas exploradas pela Coroa Portuguesa na Região Sul do Brasil. Com sua extensa entrada para o continente, foi considerada um local estratégico para o controle da região e para a busca por índios e metais preciosos. A exploração de ouro na baía impulsionou o desenvolvimento inicial de Paranaguá, bem como das localidades vizinhas, como Antonina, Guaraqueçaba e Morretes.

As primeiras descobertas de jazidas em Minas Gerais, no início do Século XVIII, deflagraram o processo conhecido como “corrida do ouro” e fez com que as povoações formadas no litoral do Paraná voltassem suas atividades para a subsistência. Com a elevação de Antonina à categoria de Vila, em 1798, e com a reabertura dos portos brasileiros dez anos mais tarde, a disputa entre Paranaguá e Antonina pelo controle da atividade portuária se acirra. Como resultado deste embate político, o Caminho da Graciosa é reaberto para facilitar o escoamento da produção agrícola do interior do estado para o litoral.

A partir de 1820, com a implantação de engenhos de erva mate para exportação, o incremento de atividade portuária levou a um rápido crescimento urbano, com a abertura de novas ruas, a construção das igrejas de São Benedito e de Bom Jesus do Saivá, do primeiro trapiche e do mercado de Antonina. Obras para tornar o Caminho da Graciosa carroçável e a construção da Estrada de Ferro Curitiba-Paranaguá, na segunda metade do Século XIX, intensificaram a comunicação entre Antonina e as demais cidades paranaenses.

A partir de 1914 houve um novo período de crescimento para a cidade, com o início das atividades das Indústrias Matarazzo.  Devido à falta de investimentos, ao assoreamento dos canais da baía e ao progressivo aumento do calado das embarcações, a partir de 1930, o Porto de Antonina entra em decadência. Várias empresas fecharam as portas, levando a cidade, mais uma vez, à estagnação econômica. Em 1972 houve o fechamento das Indústrias Matarazzo e, em 1976, a desativação do ramal ferroviário Morretes-Antonina.

Paisagem natural 
O ambiente natural de Antonina, formado pelas montanhas da Serra do Mar e pela Baía de Paranaguá, foi determinante para a implantação da cidade neste local e para a forma como se deu seu crescimento. Por esse motivo, Antonina foi descrita como pitoresca por viajantes que por ali passaram no Século XIX, como o engenheiro inglês Thomas Bigg Wither: "um lugarejo bonito e até pitoresco, situado, como está, entre a terra e a água, ao pé de gigantesca cadeia de montanhas, a Serra do Mar”.

A escala e porte de Antonina relacionam-se harmonicamente com o ambiente natural em que está inserida. Este conjunto preserva uma rara qualidade ambiental nas atuais cidades brasileiras e configura-se em potencial para seu desenvolvimento social.”


Saiba mais...Texto na íntegra no livro "Antonina Frag-men-tos" 

solicite pelo WhatSapp (41) 99906-4081



quinta-feira, 22 de julho de 2021

Mais um no Divã do Jekiti...Isso é coisa do diabo.

Hoje quem vai pro Divã do Jekiti é nosso amigo “paciente” e o mais flamenguista da Capela, Ederson Martins, que nos enviou esta história. Conta pra nós Ederson:


COISA DO DIABO

No carnaval de Antonina - não lembro o ano, o Bloco dos Apinagés se preparava em frente ao campo do 29 de Maio, para desfilar, e alguns componentes tomavam uma pinguinha no Bar do Durval para aquecer. Ao lado do bar funcionava uma Igreja no prédio de Paquecho (Pleksus) antigo Patina Som. Alceu Dengue fantasiado de índio com um baita chifre na cabeça tomava uma no Durval, quando alguém falou: Alceu, meia dúzia de cerveja agora aqui no balcão pra você entrar - assim como está, lá na igreja. Alceu respondeu: Pode abrir agora que eu vou lá e já venho tomar essas cervejas. Sem qualquer indecisão Alceu rompeu a igreja porta adentro no meio da cantoria. Quando o pastor viu aquele índio chifrudo no centro do templo...Berrou: Irmãos, fechem a porta da igreja que o diabo está aqui dentro.

Lembrando das cervejas no balcão, Alceu respondeu: Calma!!! Não fechem ainda a porta, esperem o diabo sair primeiro. E saiu em uma disparada para matar a sede. Contam que uma semana depois do ocorrido, o teto da Igreja desabou. Coisas que só acontecem em Antonina.

Ederson Martins (arquivo do facebook)

Obrigado amigo Ederson... Valeu!
Em tempo de pandemia, escreva uma das suas histórias, me envie que publico.
Assim vamos construindo nosso repertório popular.

 Antonina, 22 de julho de 2021

O Divã do Jekiti é uma coluna publicada no Blog palavradobó, com causos e histórias contadas pelos frequentadores do Jekiti, lugar de convivência social – ponto de ônibus com dois cafés. As conversas-histórias são gravadas, subscritas e postadas pelo editor do blog. Mas, em tempo de pandemia do Covid-19, para evita-se aglomerações, os frequentadores enviam suas histórias por rede social...E a gente publica!

terça-feira, 20 de julho de 2021

Publicada Licitação para Sinalização Ciclovia Urbana

 


LICITAÇÃO PARA A CICLOVIA URBANA

A comunidade ciclista da cidade aguarda com atenção a Licitação para a Sinalização da Ciclovia Urbana em nossa cidade. Conforme anexo a publicação do setor de licitação da Prefeitura Municipal para os serviços de Sinalização do Ciclo Viário Urbano, incluindo os serviços de serviços preliminares (?), sinalização horizontal e de trânsito, mobiliário urbano e placas de comunicação visual. Os recursos são da própria prefeitura como também de uma emenda parlamentar do Deputado Estadual Goura.

Aguardamos que as obras sejam concluídas o mais breve, dando assim maior segurança a nossa comunidade do pedal e aos transeuntes em geral que navegam nessa via.

Fiscalização

Como toda obra, se faz necessária uma fiscalização atenta da comunidade cujo recurso foi destinado, como também do nosso legislativo, cuja função principal é de fiscalizar a aplicação dos recursos e da qualidade de cada obra licitada pelo executivo municipal.

Muito simples!

Logo marca do grupo Vagalumes.


quarta-feira, 14 de julho de 2021

Hoje temos novidades, com presenças femininas no Divã do Jekiti. Nossas “pacientes” enviaram suas histórias. Primeiramente Lizangela Siqueira, consulesa capelista em Paranaguá, e Marilisa Fonseca Lange, nossa amiga veterinária.

Conta pra nós Liz.

Bacucu...Eta marisco bão!

“Essa história aconteceu no início do século 20.

No tempo que a mulher a esposa, tinha que aceitar tudo calada as ordens e o comportamento do marido.

Certa dama da sociedade descobrindo as traições do seu marido, era obrigada a baixar a cabeça e aceitar calada, porém mesmo assim com a educação refinada soube com classe castigar seu marido.

Certo dia começou a fazer tudo com tal fruto do mar, o Bacucu. Era bacucu no café da manhã, bacucu no almoço, bacucu no café da tarde e na janta, e o cardápio se repetiu por dias e semanas.

Até que o filho já enjoado pergunta? Mãe porque tanto bacucu? A mãe com toda classe e requinte respondeu ao filho olhando para seu esposo: Meu filho, é que seu pai gosta muito de bacucu.

Moral da história: Ela descobriu que o marido estava tendo um caso com uma moça da Família Bacucu.”

Liz Siqueira (foto Facebook)

E aí Marilisa...Conta pra nós!

Minha boneca Biju

“Quando tivemos sarampo seu Mário Pires, primo da minha vó que era casado com uma das Whiters. Acho que era a Cidinha, vieram nos visitar e me deram uma boneca que dei o nome de Biju, de cabelo loirinho e que chorava quando apertava a testa. Meu xodó. Eu não ia ainda pro Jardim de Infância Pimentinha, mas meu irmão Hiram e João do seu Homero iam. Nossos pais se revezavam para levá-los. O Bar do seu Homero era numa parte onde foi as Casas Pernambucanas e hoje é a Loja Real Brasil. Nossa casa ficava na mesma quadra, na rua Vale Porto, 26. Uma tarde, eu estando no quintal com a minha Biju, Joao pegou a minha boneca e não me devolvia. Eu disse que se ele não devolvesse minha boneca eu iria dar uma enxadada na cabeça dele. Ele debochou e batia na minha boneca para me provocar. Como eu consegui o feito eu não sei, mas deve ter sido a raiva, pois João era muito mais alto do que eu, mas abri o couro cabeludo dele com a enxada e meus pais o levaram para o hospital para dar pontos.

Acho que foi por isto que João se meteu em política. A enxadada mexeu com os neurônios dele. Coisas de Antonina!

Marilisa Fonseca Lange
(foto arquivo Facebook)

Obrigado pela contribuição. 
Em tempo de pandemia, escreva uma das suas histórias, envie que publico. 
Assim vamos construindo nosso repertório popular.

 Antonina, 14 de julho de 2021

terça-feira, 6 de julho de 2021

No Divã do Jekiti: Não mexa com quem está quieto!

Hoje quem vai pro Divã é nosso amigo “paciente” Iran Silveira Macagnani, frequentador do Jekiti, que nos enviou esta história. Conta pra nós Iran:

Não mexa com quem está quieto.

 Estava eu passeando no trapiche central, com minha mulher Helena, minha filha Fernanda e genro Gustavo.

Eis que me deparo com duas mulheres pescando e comentei (em tom de brincadeira) com uma delas:

" - Olha como o mundo está mudando:  As mulheres agora é que vêm pescar e os homens é que ficam em casa." O que imediatamente uma delas complementa: " - ...E os viados vêm passear!”.

E logo em seguida recebi mais uma saraivada de ‘impropilhos’ verbais de baixo calão pela minha "gracinha" de mexer com quem estava quieto (ou quietas). Donde percebemos tratar-se de "casal" de pescadoras e, que uma delas, declarava-se muito ciumenta. Fiquei de cara e ao mesmo tempo quis revidar a má educação e ciúme desmedidos, ao que a dona Helena me puxou pela camisa e me alertou: "- Melhor a gente sair fora senão você vai é cair na água! Ela vai te jogar fácil...fácil".  E realmente, a Helena tinha razão, pois a brava parecia um touro (ou seria uma vaca?) de grande e forte.

Saímos dali e depois rimos muito!

Mexa com quem está quieto. Aprendi a lição.

 

Iran Macagnani (foto arquivo do Facebook)

Obrigado Iran... Valeu!

Em tempo de pandemia, escreva uma das suas histórias,

me envie que publico. Assim vamos construindo nosso repertório popular.

 Antonina, 06 de julho de 2021